sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Octávio Henrique X Alex Cruz - Olavo de Carvalho


21 comentários:

  1. Boa noite aos meus leitores da Duelos Retóricos e ao meu grande colega Alex Cruz, com quem terei a honra de bater um bom papo.

    Bom, hoje abordarei um tema com o qual muitos de vocês já estão familiarizados e outros nem tanto. Como Chico Sofista e Alonso já fizeram em um debate na Duelos Retóricos, quero discutir hoje sobre a filosofia do senhor Olavo de Carvalho, mais conhecido entre seus simpatizantes por seu estilo sem papas na língua e por seus oponentes intelectuais por ter sido um astrólogo até mais ou menos o início dos anos 80.

    Como sabem, abandonei, já há algum tempo, as ideologias que antes tinha, que eram o esquerdismo e o Marxismo, e passei a analisar caso a caso, como nos recomenda o ilustre filósofo Paulo Ghiraldelli Jr. Foi justamente quando comecei a ler os textos daqueles a que me opunha ideologicamente antes (no caso Olavo, Pondé e outros) sem os olhos da ideologia que percebi tanto que a vida com ideologias é uma merda quanto que eu tinha mesmo desperdiçado muito tempo com essas birrinhas, pois fiquei cego a um lado que tem sim, ao contrário do que lhes dirão os marxistas, boas ideias.

    Mas, enfim, não vim aqui para discutir sobre ideologias, pois já o fiz ad nauseam em dois debates com o ilustre Chicão. Quero que esta discussão gire em torno de algumas questões, que são:

    A- Afinal, seria Olavo de Carvalho um filósofo de fato?
    B- O fato de ele ter sido astrólogo o faz sem autoridade para falar sobre assuntos científicos ou de cunho filosófico?
    C- Em que parte de suas premissas Olavo comete os erros que todos os seus críticos existem em nunca apontar diretamente?
    D- Qual(is) é(são) o(s) exagero(s) dos quais Olavo é acusado afinal?

    Bom, deixo apenas isso por enquanto e passo a palavra ao grande Alex. É contigo, Alex
    ResponderExcluir
  2. Octávio Henrique X Alex Cruz - Olavo de Carvalho

    Considerações Iniciais


    Meu amigo e colega Octávio Henrique, finalmente temos a chance de trocar ideias neste espaço. Vejo que ideologicamente você está um pouco distinto da última vez em que o li, e me parece que esta mudança foi para melhor, pelo que lhe deixo meus parabéns. Como você sabe, tenho muito a dizer e pouco tempo disponível, então vamos direto ao assunto.

    Durante muito tempo fui ouvinte assíduo do True Outspeak, o programa de rádio online do professor Olavo de Carvalho. Também tive o prazer (sim, foi um prazer!) de devorar vários de seus artigos e ainda hoje leio os que ele publica no Diário do Comércio. Também folheei algumas apostilas dos seus seminários de filosofia, todas primorosamente redigidas, embora alguns de seus raciocínios tenham-me parecido um tanto duvidosos. A profundidade e a justeza de seu pensamento não deixaram de me causar admiração ainda que com ele tenha eu vários pontos de divergência. Por mais que eu incorpore algo que o eminente professor inapelavelmente condena, o ateísmo, sempre lhe serei grato, entre outras coisas, pelas referências de autores que me deu e por aprofundar em mim algo que eu praticava sem muita ênfase: ler com atenção redobrada o que escreve aquele que pensa o contrário de mim. Esta simples e valiosa lição ponho-a em prática ainda hoje inclusive com o próprio Olavo.

    Vamos às suas perguntas:


    – “A- Afinal, seria Olavo de Carvalho um filósofo de fato?” –
    Enfadonha questão semântica! Isso, meu caro, depende do que você entende por filósofo. Pode ser estritamente alguém que elaborou um sistema filosófico completo (assim excluiríamos gente do porte de Nietzsche), ou alguém que meramente se dedica a este campo do conhecimento (o que confere o título a sujeitos como Marilena Chauí), ou ainda qualquer sujeito pensativo que raciocine sobre o mundo com alguma dose de autoria (o que engloba pessoas como você e eu). Escolha a definição que lhe apraz. Eu prefiro vê-lo como filósofo sim.


    – “B- O fato de ele ter sido astrólogo o faz sem autoridade para falar sobre assuntos científicos ou de cunho filosófico?” –
    O fato de Beethoven ter escrito a deplorável “Vitória de Wellington”, Op.91, o faz sem autoridade para falar de música? O fato de Gandhi ter brigado com um coleguinha na escola o faz sem autoridade para falar de paz? O fato de eu (sem querer me comparar aos anteriores!) um dia ter crido em deus me faz sem autoridade para falar de ateísmo? Todos comentem erros. Das várias críticas cretinas que fazem ao Olavo de Carvalho esta é a campeã!


    – “C- Em que parte de suas premissas Olavo comete os erros que todos os seus críticos existem em nunca apontar diretamente?” –
    Aqui você vai ter que ser mais específico. Tenho um exemplo de uma contestação que ele fez ao método do “cogito”, de Descartes, para provar a existência do algo. Mas seria muito longo e tedioso tratar disso aqui. Entretanto penso que não será preciso, pois responderei sua próxima pergunta com alguns exemplos que envolvem ao mesmo tempo premissas e exageros de Olavo que, no meu entender, são seu ponto fraco. Vamos lá.


    – “D- Qual(is) é(são) o(s) exagero(s) dos quais Olavo é acusado afinal?” –
    Antes de tudo, registro o meu “disclaimer”: Quem conhece algo sobre Olavo de Carvalho sabe que estamos falando de um defensor do conservadorismo, da religião cristã, do capitalismo e daquilo que hoje normalmente se entende por “direita”. Evidentemente que nada disso faz com que ele esteja de antemão equivocado, embora ele mesmo pense o oposto do liberal, ateu, comunista e esquerdista. Bem ao contrário de muitos de seus detratores incondicionais, digo sem nenhuma ressalva que o professor Olavo de Carvalho é um homem de inegável erudição! 
    ResponderExcluir
  3. Pois bem, a erudição do professor passa alegremente pela filosofia, pela história, pela antropologia, pela religião, pelo direito e (não tenha dúvidas!) pela retórica e pela argumentação. Será então por mero efeito retórico que ele comete os exageros que veremos a seguir? Será que ele, por instruído que seja, deixou-se levar pela mesma intensidade de comprometimento ideológico que tanto critica em seus rivais? Será que o aguerrido combate com seus inúmeros rivais não o encastelou e o infectou com a praga da cegueira ideológica? Deixo os exemplos a seguir para que reflitamos sobre o caso:

    Exemplo 1:
    Muitos hão de se lembrar de um polêmico discurso do apresentado José Luiz Datena, da rede Bandeirantes, sobre os ateus, que, segundo ele, seriam “os caras do mal” e responsáveis pela guerra, peste e fome do mundo atual. Trata-se do velho, do clássico, do prosaico erro de vincular a existência da ética e da moral à crença em divindades. Aí vai o vídeo:
    http://www.youtube.com/watch?v=JzA1yALX-LY

    Então o professor Olavo de Carvalho resolveu comentar o caso em seu programa True Outspeak. Veja o que ele diz a seguir:
    http://www.youtube.com/watch?v=pPEGIPJEopQ

    Começamos com um pequeno apelo à autoridade: não é porque eu encontro algo na página do grande professor R. J. Rummel que isso se torna verdade de imediato. A seguir, temos a mentira propriamente dita. Nas palavras do Olavo: “... os movimentos ateísticos, em duas ou três décadas, mataram mais gente do que todas as guerras de religião haviam matado em todo o orbe terrestre desde o início dos tempos. O ateísmo militante surge como ideologia assassina sim!” Ainda há mais raciocínios duvidosos no restante do vídeo, mas quero me deter neste porque esse tipo de afirmação é recorrente no discurso do Olavo. Qual é o erro aqui? É que o professor Olavo de Carvalho sempre põe ateísmo e ideologia político-econômica no mesmo saco, como se as duas andassem sempre juntas. Assim, os crimes de Stalin contra os fieis da Igreja Ortodoxa Russa podem ser atribuídos não apenas ao comunismo, o que é discutível, mas também ao ateísmo, o que é um completo absurdo. Para os comunistas bolcheviques, o ateísmo é adotado como apêndice ideológico, afinal “a religião é o ópio do povo”. Ainda hoje vemos muitos desses ateus meia-boca nas universidades. Não dedicaram dez minutos de seu tempo à reflexão sobre a ideia de deus, mas se declaram ateus por obediência aos preceitos ideológicos da turminha. Tão logo abandonam a utopia comunista, correm para a igreja arrependidos. O ateísmo genuíno é autônomo, é independente de qualquer concepção política e econômica da sociedade, e o professor Olavo, sinto dizer, não perde uma oportunidade de cometer o equívoco deplorável de jogar em uns, a culpa que é de outros. Que pesaria você de alguém que atribuísse os crimes de Mussolini ao Catolicismo?


    Exemplo 2:
    Este é mais recente. Foi o último artigo que o professor Olavo publicou no Diário do Comércio, não faz vinte dias. Aí vai o link:
    http://www.dcomercio.com.br/index.php/opiniao/sub-menu-opiniao/102846-abc-da-desinformacao

    Leu?
    Pois leia de novo... Leu? Ok.
    Este é o tipo de teoria da conspiração de que tanto gosta nosso amigo Raoni Latalista. Será que você reparou que ele está atribuindo o conflito entre Japão e Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial à influência sobre Roosevelt de um “alto funcionário do Tesouro”, provavelmente contratado pela União Soviética para “criar artificialmente um conflito” entre os dois países? E o que leva Olavo a afirmar isso? Quais são suas fontes? Resposta: o último livro que ele leu e que o artigo se destina a comentar. É como se o restante da humanidade (historiadores inclusive) compusesse a classe dos “desinformados” que não tem acesso à “verdade” que só o grupo de alinhados com o pensamento representado pelo professor Olavo tem. Será que não há um pouco de exagero nessas declarações? Será que seu empenho no combate à esquerda não lhe afetou um pouco o senso crítico de modo a, por vezes, impedi-lo de filtrar as informações às quis dá crédito imediato? Pense um pouco nisso.

    ResponderExcluir
  4. Que me perdoe o estimado professor Olavo, mas todos cometem erros graves quando se distanciam do saudável ceticismo pelo qual tanto prezo!

    Saudações do “sofista, agressivo, mercenário, indigno, torpe, desprezível e impudico”
    Alex Cruz
    ResponderExcluir
  5. Olá, grande Alex. Agradeço-lhe pelos elogios feitos e espero demonstrar neste debate que não falo da boca para fora quando me digo um "sem-ideologia".

    Mas, enfim, vamos aos trabalhos. Pelo visto, não teremos grandes discordâncias neste debate, a não ser em um ou outro ponto. Pouquíssima gente discute, por exemplo, que as habilidades retóricas e argumentativas do Olavo são de fato ímpares, pelo menos quando comparadas às dos outros "intelectuais" conhecidos brasileiros, como Emir Sader e Vladimir Safatle. De um ponto de vista estritamente linguístico, Olavo de Carvalho, pelo menos em seus artigos, também pode ser considerado extremamente habilidoso, pois, ao contrário dos intelectuais já citados, pouquíssimas vezes comete erros de redação. Seus artigos até podem ser meio exagerados ou partir de premissas que consideramos "erradas", mas a honestidade intelectual nos manda reconhecer que, ao se tratar de língua e retórica, o homem, pelo menos na imprensa atual, é quase imbatível.

    Porém, não vim aqui para tecer elogios ao Olavo, mas sim para defendê-lo. De fato, como bem disse o Alex, Olavo é vítima de acusações que beiram o ridículo, especialmente depois de se ter lido um pouco das ideias do filósofo. Sim, já respondi à minha primeira pergunta, amigos leitores. De fato, considero, assim como o Alex, que Olavo é filósofo, e o faço em todas as três definições mais básicas de "filósofo": como alguém que pensa sobre o mundo (afinal, se não pensasse, não escreveria artigos nem daria cursos sobre Filosofia), como alguém que se dedica à filosofia (e o faz muito melhor que muitos "doutores" por aí) e como alguém que criou um sistema filosófico complexo. Meus amigos céticos ao Olavo poderiam pensar: "Uai,tá loco? Onde há complexidade naquilo?"

    De fato, quando vemos a proximidade do nível de linguagem do Olavo com o nível das pessoas comuns, tendemos a pensar, por uma outra espécie de "preconceito linguístico", o contra a linguagem coloquial ser usada em Filosofia e Literatura, que Olavo nunca poderia criar algo complexo. Porém, quando lemos sobre seu conceito de "paralaxe cognitiva" (1) e sobre suas duras críticas às mais diversas correntes de pensamento, percebemos que não se trata de um "velho vagabundo e mendigo que mora nos EUA e que é sustentado por doações", mas sim de um verdadeiro filósofo que sabe se aproveitar da linguagem para transmitir conceitos complexos e conscientizar, a seu modo, as pessoas das cagadas que elas talvez façam sem perceber (entre elas, a de aderir ao Marxismo, rs). Portanto, vemos que o que Olavo conquistou, seja em dinheiro ou em admiradores, é mais que merecido.
    ResponderExcluir
  6. Ainda assim, as críticas não se restringem apenas ao fato de Olavo não ter um diploma que o prove filósofo (como se isso provasse intelectualidade, mas, enfim, né...). O filósofo de Campinas também é duramente criticado e injustamente desmerecido por já ter sido astrólogo. Inclusive, uma das acusações mais recorrentes contra Olavo é que, além de ter sido astrólogo, ele teria vergonha desse passado.

    A essas acusações, tenho basicamente duas respostas: Primeiro, à primeira acusação, se fôssemos jogar no lixo o trabalho de qualquer um que já foi astrólogo, ou que retirou ideias de astrólogos, teríamos que jogar no lixo a nossa própria ciência, pois ela mesma foi criada por um apreciador de Astrologia (Galileu) e também tem, em alguns campos, algumas observações herdadas dos grandes astrólogos gregos. Assim sendo, "acusar" Olavo de "ex-astrólogo" só pode ser tolice ou puro desconhecimento da história da humanidade em si.

    Inclusive, é com base nisso que Olavo, em uma entrevista sua para um jornal recifense em junho de 2000 (2), finalmente acerta os ponteiros com a Astrologia, demonstrando também uma preocupação com o futuro dessa área de conhecimento, que passou a ser um objeto de lucro para charlatães e deixou de ser o que de fato é, ou seja, um instrumento histórico de investigação da Antiguidade Clássica. Com isso, também desfaz-se a segunda acusação, a de que Olavo teria "vergonha do passado".

    Bom, como bem disse Alex, é fato que as duas últimas perguntas estão intimamente ligadas, afinal, no caso de Olavo, não há como falar em erros sem falar em exageros. Peço desculpas aos leitores, assumo meu erro e vou em frente mesmo assim.

    Basicamente, como citou o Alex, Olavo é quase sempre criticado pelo seu posicionamento ao defender José Luiz Datena na questão do ateísmo como uma ideologia cruel e assassina. No caso, não acho que tenha sido um exagero de Olavo, mas sim um simples mal entendido, afinal, como eu já discuti exaustivamente em um post meu no meu blog pessoal sobre o Ateísmo (3), o problema não está em ser ateu, mas sim em ser antiteísta. O problema aí é que o que Olavo chama de Ateísmo eu chamaria justamente de Antiteísmo, pois as motivações comunistas (inclusive recomendadas pelo semi-sociológo e pseudo-guru auto-ajuda Karl Marx em "O Manifesto Comunista") não vem de fato do ateísmo, mas sim do antiteísmo explícito dessa ideologia.

    Eu diria, então, que o erro de Olavo, no caso, foi o de pronunciar-se sobre o assunto no momento errado e de não medir as palavras que usava. De fato, vou concordar com o Alex aqui, pois estes, e também uma extrema presunção de parecer o dono da verdade e tornar os outros meros ignorantes, são os erros e os exageros do Olavo. Não podemos negar que sua filosofia, em muitos pontos, é difícil de ser batida ou refutada. Mas, isso não lhe dá o direito de achar-se maior que outras áreas do conhecimento. Um exemplo foram os comentários de Olavo a respeito do "preconceito linguístico" em seu artigo "Gramática e Preconceito" (4), no qual o que fez foi simplesmente desmerecer o trabalho do cientista da linguagem Marcos Bagno e de outros sem sequer refutar dignamente o conceito que quis debater.
    ResponderExcluir
  7. Ainda assim, é inegável a importância da existência em si de pessoas como Olavo. Para explicar isso melhor do que eu o faria, deixo o depoimento de um crítico literário, Rodrigo Gurgel, um de seus alunos, em uma entrevista para a Folha de São Paulo em junho de 2012 (5):

    " O Olavo tem um seminário de filosofia on-line do qual sou aluno, e sou admirador do trabalho que ele faz, seja como filósofo, seja como polemista. É uma pena que nós não tenhamos mais pessoas com a coragem que o Olavo tem, de falar as coisas com absoluta franqueza, e dar a sua opinião.

    Não estou discutindo se ela é a certa ou a errada. Mas expressar a sua opinião de maneira clara e, como se diz no jargão, pôr a cara para bater. As críticas que fazem em relação ao Olavo se baseiam muito mais na figura dele como polemista.

    Se as pessoas parassem e fossem efetivamente ler as obras do Olavo, de critica cultural, obras filosóficas, começariam a formar não digo uma ideia diferente, mas perceberiam que as coisas que o Olavo fala são fundamentadas.

    Não é um louco que sai por aí atirando de maneira irresponsável. Ainda que, como polemista, seja essa a impressão que ele pode passar. Isso se deve também à hegemonia do marxismo. A hegemonia de esquerda foi lentamente construída."

    Bom, concluo minha réplica e passo a palavra ao Alex.

    Referências:

    (1)http://www.youtube.com/watch?v=EjaTyPbVxog
    (2)http://www.olavodecarvalho.org/textos/astrologia.htm
    (3)http://www.adtantumargumentandum.blogspot.com.br/2012/12/de-frente-com-o-ateu-ateismo-x-teismo-x.html
    (4)http://www.olavodecarvalho.org/textos/gramatica.htm
    (5)http://www.olavodecarvalho.org/textos/rodrigurgelentrevista2012.html
    ResponderExcluir
  8. Octávio Henrique X Alex Cruz - Olavo de Carvalho

    RÉPLICA

    Vou começar citando o Octávio:

    -- “No caso, não acho que tenha sido um exagero de Olavo, mas sim um simples mal entendido, afinal (...) o problema não está em ser ateu, mas sim em ser antiteísta. O problema aí é que o que Olavo chama de Ateísmo eu chamaria justamente de Antiteísmo, pois as motivações comunistas (...) não vem de fato do ateísmo, mas sim do antiteísmo explícito dessa ideologia.” --


    É extraordinário como mudar uma palavra no discurso de alguém pode fazer uma diferença notável. De fato, se trocarmos a palavra “ateísmo” por “antiteísmo”, o discurso do professor Olavo de Carvalho deixa de ser um completo absurdo e passa a soar um pouco melhor nos ouvidos dos desavisados. Porém, para mim, de nada adianta dizer que foi tudo um “mal entendido” e que ele deveria dizer “antiteísmo” e não “ateísmo”. Foi curioso notar que o mesmo autor que mereceu um caloroso elogio por sua perícia com o manejo da linguagem (o que é verdade), agora está sendo escusado de um erro justamente por causa de uma paupérrima escolha de palavras! Este tipo de equívoco seria aceitável em amadores, não nele; ainda mais se nos lembrarmos das inúmeras retaliações que ele ainda hoje faz aos seus críticos justamente por causa do desconhecimento que eles têm dos termos que utilizam. Um homem com sua bagagem de leitura tem uma noção precisa do significado das palavras que emprega. E ainda vale lembrar que o discurso que vincula os crimes de regimes totalitários comunistas ao ateísmo não ocorreu uma ou duas vezes em Olavo de Carvalho, mas é recorrente. Por isso não acho que essa questão se resuma a um simples “mal entendido”. Como eu disse, não sei se é mera estratégia retórica ou sintoma de cegueira ideológica. Seja como for, é uma premissa falsa. Com isso penso ter respondido a pergunta sobre os erros que “todos os seus críticos insistem em não apontar diretamente”.
    Pelo menos agora não são “todos”, hein?

    Não são “todos” não apenas por minha causa, mas também pelo próprio Octávio, que, além de concordar comigo em partes, também citou outro equívoco de Olavo de Carvalho, desta vez com relação às variantes linguísticas. Não culpo muito o Olavo por isso, pois a Linguística com “L” maiúsculo nunca foi objeto de seus estudos, até onde eu sei. Assim, a crítica que ele fez à aceitação das variantes linguísticas foi produto de mera desinformação sobre o assunto, coisa corriqueira, perdoável e bem diferente da matéria de que tratamos no parágrafo anterior ou da que trataremos no próximo.

    Não vi na réplica do meu colega Octávio nenhuma referência direta ao artigo que postei sobre a guerra entre Japão e Estados Unidos. Julgo que isso seja importante pois é um exemplo claro dos exageros do Olavo e das famosas “teorias da conspiração” de quem está encastelado e julga ver inimigos em todo lugar. Quem lê Olavo sabe que não há uma única ação de qualquer partido mais à esquerda, seja nos Estados Unidos, seja no Brasil, seja onde for, que ele não julgue como parte de uma conspiração minuciosamente urdida pelo que ele chama de “os revolucionários” para implantar o caos no mundo. Exemplos disso não faltam! Se querem mais um, aqui vai:
    http://www.dcomercio.com.br/index.php/opiniao/sub-menu-opiniao/102171-pensando-como-os-revolucionarios
    ResponderExcluir
  9. Até a metade, tudo parece correr bem, mas, a partir daí, começam os delírios persecutórios a ponto de atribuir a Barack Obama e a “os revolucionários” o objetivo de levar milícias antiamericanas ao poder no Oriente Médio. O que me resta é fazer a mesma pergunta que fiz em vão ao Raoni: onde estão “os revolucionários”? Que entidade invisível é essa que manipula o mundo silenciosamente e que só os alinhados com o pensamento do professor Olavo podem ver? Por que Olavo, um homem que descobriu os planos de pessoas TÃO poderosas, capazes de induzir guerras entre nações e em vias de dominar o mundo, ainda não está devidamente silenciado, morto no fundo do oceano? Se não me engano, quem está nessa situação é Osama Bin Laden, não é? É tudo muito confuso! Há várias perguntas sem resposta e muita gente disposta a dar crédito a coisas incríveis. Temos gente extremamente capacitada debilitada pela cegueira ideológica de esquerda e, na pessoa do professor Olavo de Carvalho, talvez estejamos diante de um exemplo similar, mas orientado à direita.
    Quanto a mim, estou cada vez mais convencido de que “in medio stat virtus.”


    Saudações do “sofista, agressivo, mercenário, indigno, torpe, desprezível e impudico”
    Alex Cruz
    ResponderExcluir
  10. Bom, vamos à tréplica.

    Primeiro, como bem disse o Alex, de fato, uma palavra pode mudar drasticamente todo um discurso. Isso se dá por uma série de razões, entre elas uma razão estudada pela Linguística, que é a de dois signos não terem nunca o mesmo valor. Mas, enfim, isso é conversa para um papo só sobre Linguística, o que não é o caso.

    Enfim, o detalhe é que, ao contrário do que meu amigo pontuou, eu admiti que o Olavo comete alguns erros de linguagem, mas disse que são muito raros, o que, como o Alex mesmo admitiu, é fato. Inclusive, sendo bem sincero, esse negócio do ateísmo foi, na questão de uso da linguagem, o único grande erro que vi Olavo cometer.

    Também discordo do Alex quando fala sobre Olavo não poder errar. O detalhe é que pedir isso seria o mesmo que demandar perfeição de alguém que, talvez exatamente por não ser um utópico comunista, não acredita na existência de perfeições. Além disso, uma coisa é fazer como Safatle (6) e escrever todo um artigo cheio dos mais bizarros erros de linguagem. Outra é, puramente por retórica, intencionalmente usar uma palavra em lugar de outra.

    Sim, acredito que o "erro" de Olavo foi premeditado. O problema é que, ao contrário do Alex, muitos de seus críticos preferem tentar calar-lhe a boca com ofensas pessoais ao invés de mostrar qual o erro da premissa adotada. Por mais que me digam sempre que "Olavo não sabe trocar ideia!" e que "Olavo só ofende!", não é entrando no jogo dele que se desfazem os enganos, sejam eles intencionais ou não. Dizendo no popular, nesse caso temos que combater fogo com água, e não com fogo. Assim, mesmo que Olavo não admita a derrota (o que também considero um erro seu), o seu oponente intelectual já o terá vencido de qualquer jeito.

    Bom, espero ter deixado esse ponto claro. Vamos agora ao Conspiracionismo.

    Antes de tudo, acho que o Alex vai concordar comigo que acreditar em conspirações de esquerda em um país onde (sim, o "onde" aqui está adequado, rs) a Academia é predominantemente e declaradamente de esquerda e em que temos governantes que se dizem de esquerda não é nenhum grande absurdo, especialmente quando se conhece e se acredita em Marxismo Cultural, como é o caso de Olavo. Assim, antes de condenarmos um conspiracionista, e especialmente um conspiracionista com fontes, devemos provar-lhe que ele está viajando na maionese. Ou seja, se não cremos que há uma "conspiração marxista cultural mundial", não devemos fazer de Olavo e seus alunos um bando de loucos, mas sim mostrar-lhes que não é o caso.

    Porém, o que acontece é que, em algumas situações, as movimentações dos governos e das militâncias de minorias, para os mais conservadores, soam sim como conspiracionismo. Afinal, Alex, uma coisa é lutar pela laicidade do Estado, outra é querer calar completamente as instituições religiosas, como é o intuito quase declarado de associações como a ATEA. Convenhamos, quando vemos atitudes desse calibre, fica difícil também discordar do filósofo na questão.
    ResponderExcluir
  11. Ainda assim, restam duas perguntas a serem feitas, e elas foram perfeitamente escritas pelo amigo Alex. A primeira é: Afinal, se há mesmo essa conspiração, por que só Olavo e seus seguidores a conhecem?

    A isso, respondo com uma citação do próprio Olavo em um de seus vídeos: Porque quanto menos se sabe, menos se percebe que se sabe. Alguns diriam que isso é a alienação que tanto condeno. O detalhe é que aí vira questão semântica, pois não chamo isso de "alienação", mas sim de "comodismo", de querer conhecer só o que as fontes em que você sempre confiou falam. Também é por isso que Olavo ganha meu respeito: porque ele manda à merda as fontes em que confia o senso comum de esquerdistas e até de direitistas e traz uma nova visão de direita, uma visão mais polêmica, para o debate. Olavo tem, como bem disse o seu aluno Gurgel e como dizem outras personalidades, um papel essencial na democracia moderna: o de ser um contraponto à mediocridade que vem tomando conta dos mais diversos meios. E ele exerce esse papel com maestria, convenhamos.

    Posso também relacionar parte da primeira resposta com a segunda pergunta, que é: Se Olavo enxergou e denuncia constantemente essas conspirações, por que então não acabou morto?

    Para isso, a resposta é bem simples. Olavo não pode ser morto, como foi Osama, porque não é inimigo público, porque está apenas exercendo seu direito democrático de discorrer sobre práticas políticas em sua filosofia e especialmente porque matar um homem como Olavo seria um grande erro estratégico. Vou dar um exemplo: suponhamos que eu acuse hoje, na Duelos Retóricos, o Alex de ser um serial killer que mora perto da minha casa. Além de se defender das acusações (o que esses governos não fazem, ou fazem com blogueiros medíocres), qualquer um que tenha a mínima noção de estratégia sabe que não se pode matar o acusador, pois isso seria o mesmo que lhe dar a razão. O detalhe é que, em um mundo democrático, a lógica maquiaveliana, expressa em "O Príncipe", de isolar mas não matar seus opositores é a que funciona. Matar um homem como Olavo seria dar razão às suas acusações, ou pelo menos seria o que o senso comum imaginaria. E, convenhamos, Maquiavel também é muito esperto em avisar que não se deve ter o povo como inimigo a não ser em raríssimas circunstâncias de exceção.

    Bom, essa era toda a minha resposta ao Alex. Aguardo sua tréplica e rumemos às Considerações Finais.

    Referência:

    (6)http://peublogg.blogspot.com.br/2012/12/escreve-como-pensa-analise-002-vladimir.html
    ResponderExcluir
  12. Octávio Henrique X Alex Cruz - Olavo de Carvalho

    TRÉPLICA

    Voltarei ao meu velho e querido sistema de citação e refutação. Mãos à obra:

    –- “Também discordo do Alex quando fala sobre Olavo não poder errar. O detalhe é que pedir isso seria o mesmo que demandar perfeição de alguém que, talvez exatamente por não ser um utópico comunista, não acredita na existência de perfeições.” –-

    E onde foi que eu disse que Olavo não pode errar? Pelo contrário, disse eu, desde minha primeira postagem, que todos cometemos erros. Com relação ao “erro” vocabular de Olavo, o que eu falei é que este tipo de deslize recorrente não é aceitável em alguém como ele, que tem tão precisas noções do valor semântico dos termos que emprega e que, portanto, tudo aponta para um “equívoco” proposital e exaustivamente repetido. Aqui meu nobre colega parece concordar comigo, conforme demonstra na frase: – “Sim, acredito que o ‘erro’ de Olavo foi premeditado.” – A dúvida remanescente é se estamos diante de uma estratégia retórica ou de um caso de cegueira ideológica. Espero que isso tenha ficado claro para meu prezado colega e para os leitores.


    –- “Assim, antes de condenarmos um conspiracionista, e especialmente um conspiracionista com fontes, devemos provar-lhe que ele está viajando na maionese. Ou seja, se não cremos que há uma ‘conspiração marxista cultural mundial’, não devemos fazer de Olavo e seus alunos um bando de loucos, mas sim mostrar-lhes que não é o caso.” –-

    Bem, meu caro Octávio, eu não chamo Olavo e seus alunos de loucos e tampouco é meu dever mostrar-lhes coisa alguma. Não sou EU quem tem que provar que o conspiracionista está errado e sim ELE que tem que provar que as coisas incríveis que diz estão certas. Afinal ninguém deve pressupor a veracidade de qualquer dessas teorias da conspiração que vivem aparecendo na internet, nem é dever do restante da humanidade dedicar-se a desbaratá-las para “provar” que estão erradas. Vamos nos lembrar de que o professor Olavo está denunciando a existência de uma conspiração mundial minuciosamente planejada e coordenada por uma entidade genérica que ele chama de “os revolucionários”. Vamos nos lembrar de que ele está acusando centenas de pessoas públicas, como Barack Obama, de serem agentes conspiratórios ativos dessa organização que planeja dominar o mundo. Vamos nos lembrar de que ele está atribuindo ao governo dos EUA, que ainda hoje gasta bilhões no combate ao terrorismo, o objetivo de levar ao poder milícias fundamentalistas islâmicas antiamericanas para destruir o seu próprio país. Parece um filme do Austin Powers, caramba! E quais são suas fontes? Os livros que ele leu? Um congresso de militantes comunistas decadentes e saudosos da Guerra Fria? Os trabalhos de um ou outro pseudointelectual de esquerda que idolatra Gramsci? Veja a enorme desproporção entre a bombástica trama que ele denuncia e as raquíticas “evidências” que ele apresenta. Não é difícil perceber isso, não é? Mas o que realmente me impressionou na sua tréplica foi o que vem a seguir.
    ResponderExcluir
  13. – “Afinal, se há mesmo essa conspiração, por que só Olavo e seus seguidores a conhecem? A isso, respondo com uma citação do próprio Olavo em um de seus vídeos: Porque quanto menos se sabe, menos se percebe que se sabe.” –

    Lula, Dilma Rousseff e José Dirceu trabalham ativamente para levar Aécio Neves à presidência em 2014. Isso é fato. O Mensalão foi denunciado por agentes petistas que planejam minar a credibilidade do próprio partido em benefício dos tucanos. Ora, Roberto Civita e Reinaldo Azevedo, ambos petistas infiltrados na imprensa nacional, receberam ordens diretas de José Dirceu para reunir provas e apresentá-las ao Ministério Público. Enquanto o julgamento corria no Supremo Tribunal Federal, os ministros Ricardo Lewandowski e José Antonio Dias Toffoli foram os únicos que perceberam a trama e por isso votaram pela absolvição de Dirceu. Mas Dirceu e Genoino atingiram seus objetivos de serem condenados e agora aguardam impacientemente a hora de serem presos. Enquanto isso, começam a surgir na imprensa denúncias contra Lula feitas por agentes petistas, de acordo com o plano traçado pela cúpula do partido. Paralelamente, a eleição de Fernando Haddad para a prefeitura de São Paulo foi apenas uma estratégia destinada a encobrir os planos do partido e, ao mesmo tempo, favorecer o PSDB. Eles planejam um fiasco na Copa de 2014 para que os tucanos sejam gloriosamente reconduzidos à Presidência da República e à Prefeitura de São Paulo. Frequentemente perguntam-me por que as pessoas não percebem aquilo que me parece tão evidente. E respondo-lhes que é porque eu sou TÃO mais inteligente e informado do que elas, que o respeitável público sequer percebe que não sabe da verdade óbvia! Então se você não percebe o que eu lhe aponto, é porque você não é inteligente o suficiente para isso.

    Sério, Octávio? Você engoliu a citação do Olavo, gostou e agora está tentando oferecê-la a mim? Sério mesmo? Em nome de nosso coleguismo e pelo fato de eu nunca ter tido desavenças com você, abstenho-me de empregar os adjetivos que me vieram à mente quando li isso, o que, para o lado bestial do meu espírito, constituiu um sacrifício em nome da estima que lhe tenho. Tudo o que eu queria agora é que em seu lugar estivesse um Big John, um Marcelo Feitosa ou um João Cirilo para que eu alegremente me banhasse em seu sangue quente e saboreasse o sal de suas lágrimas...

    Bem, desculpe a piadinha, ok? Para finalizar, deixo-lhe um conto canônico da literatura ocidental cuja lembrança me ocorreu quase de imediato: A Roupa Nova do Rei, de Hans Christian Andersen.
    http://www.alfredo-braga.pro.br/contos/oreiestanu.html
    ResponderExcluir
  14. – “Olavo não pode ser morto, como foi Osama, porque não é inimigo público, porque está apenas exercendo seu direito democrático de discorrer sobre práticas políticas em sua filosofia e especialmente porque matar um homem como Olavo seria um grande erro estratégico.” –

    Não pode ser morto?! Ora essa! Nada mais fácil para quem está acostumado a manipular governos, a provocar guerras artificiais, a erguer e destruir impérios do que provocar um acidente de carro, simular um assalto, causar um “erro médico” durante um check-up de rotina. Sem essa de “não pode ser morto”, ok? Aliás, segundo os planos da entidade “os revolucionários”, Bin Laden é que não deveria ser morto, afinal ambos estão do mesmo lado, não é? Só falta agora virem me dizer que Bin Laden está vivo, ou que o mataram só para enganar o resto do mundo, ou que Bin Laden era apenas um ator contratado para dar um rosto ao “inimigo” e que eu é que tenho que provar que todas essas hipóteses estão erradas!

    Repito: está faltando ceticismo, meu amigo! Vamos organizar nosso pensamento, vamos questionar fontes duvidosas, vamos repelir argumentos de autoridade, vamos definir a quem cabe provar o que. Vamos, em suma, ser mais criteriosos e menos crédulos! Se você saiu de um extremo, de que lhe adianta cair em outro?

    “Um ceticismo prudente é o primeiro atributo de um bom crítico.”
    James Lowell

    Saudações do “sofista, agressivo, mercenário, indigno, torpe, desprezível e impudico”
    Alex Cruz
    ResponderExcluir
  15. Bom, vamos ao fim do debate. Primeiro, devo dizer que achei primorosa a tréplica do grande Alex, mas, ao mesmo tempo, nossas discordâncias só aumentaram. Ainda assim, continuo encarando isso como um papo engrandecedor.

    Enfim, vou direto ao ponto. Primeiro, farei um mea culpa, pois, de fato, como o Alex bem disse, eu acabei interpretando-o erroneamente naquela questão do erro. Pensei que ele tivesse falado uma coisa, mas ele explicou o que quis dizer (e que estava bem na cara, convenhamos, rs). Enfim, peço desculpas ao Alex por tê-lo interpretado mal. Ainda assim, gostaria de pedir ao Alex que me mostrasse os artigos em que achou esse erro "recorrente" do Olavo, pois eu mesmo só o vi uma vez, e só naquele famoso vídeo já citado por nós dois.

    Sobre o propósito desse erro, eu mesmo, como já disse, acredito sim que foi cometido para fins retóricos. Só que o detalhe é que eu duvido, no caso, de "cegueira ideológica" não porque eu acredite que há uma "conspiração mundial de esquerda" (aliás, mesmo quando marxista, achava essa história de Marxismo Cultural nojenta, pois é a forma mais cretina de desvio do Marxismo original), mas sim porque o nosso ambiente acadêmico em si também não ajuda a desfazer essas conspirações. Outro dia, vi na faculdade uma programação de um seminário de estudos sobre Marx e Engels, e uma das palestras era justamente sobre ateísmo como humanismo teórico, ou seja, como IDEOLOGIA. A esse fato, podemos adicionar a completa falta de liberdade de pensamento dentro das universidades, e isso presumo que Alex, em seus tempos de universitário, também tenha sentido. Aliás, Alex, Chico, Roberta e todos os outros membros que fizeram Humanas sabem bem disso: contrariar as ideias do CA ou do DA é muito perigoso, e dizer qualquer coisa sobre suas pífias mobilizações é mais perigoso ainda.

    Assim, não é difícil imaginar, considerando todo esse cenário, porque as teorias de Olavo são bem aceitas por aqueles que querem fugir da Universidade. Aliás, a não ser por raríssimas exceções, eu diria até que NÃO FUGIR da linha de pensamento da Universidade em que se está deveria ser, no mínimo, crime de lesa-inteligência.

    Mas, enfim, quis apenas jogar esse desabafo para que Alex e outros entendam que o meu ceticismo não está direcionado ao Olavo não porque eu concordo com ele em muitos pontos, mas sim porque, nos dias atuais, é mais útil ser cético aos "jênios" que habitam CAs e DAs. Perto desses, o conspiracionismo de Olavo e sua "credulidade no conservadorismo" não são nada.

    Aliás, voltando ao conspiracionismo, são justamente essas ações de debiloides da esquerda que dão "fontes" ao Olavo. Além de já ter seus autores da direita sobre os quais constantemente fala, Olavo, com seus alunos, ganha também depoimentos sobre a verdadeira imersão no mundo da fantasia esquerdopata e do caos ideológico em que estão várias universidades Brasil afora.

    Bom, sobre a citação do Olavo, uso-a porque é exatamente o que percebo entre alguns de meus pares. Enquanto uns, a minoria, são de fato geniais, outros simplesmente se entregam a qualquer coisa que lhes cheira ao falso Marxismo a que estão habituados, mesmo que não tenha coerência lógica com a realidade que nos cerca.

    Entendem? É por isso que digo que conspiracionismo deve ser refutado: porque, além de fontes que mantém a coerência em seus argumentos, a nossa miserável esquerda dá vazão para essas conspirações. Inclusive, vou concordar com o Olavo também quando ele diz que o Obama representa a esquerda americana, pois, dentro da ótica americana, Obama adotou medidas de esquerda e vem apoiando manifestações feitas por grupos que não tem como ser chamados, sob o olhar da política moderna, de outra coisa a não ser de "esquerda" (e uma esquerda bem canalha).
    ResponderExcluir
  16. O detalhe, Alex, é que as evidências a favor de Olavo, se formos raciocinar seriamente, brotam de todos os lados. Assim sendo, ou refutamos essas evidências, mostrando que não é nada disso, ou teremos de ver cada vez mais olavettes por aí.

    Enfim, sobre poder ser morto, sim, acidentes podem ser manipulados, só que temos que lembrar que a morte de uma figura como ele em um "acidente" também atrairá suspeitas. Afinal, pensemos no nosso Regime Militar, soa estranha até hoje a forma como JK morreu, sabe, naquele "acidente de carro"? Vê como "acidentes" também são complicados?

    Bom, espero que não tenha soado muito prolixo e repetitivo dessa vez ao Alex e aos leitores, despeço-me por aqui e passo a palavra ao amigo, que, espero, tenha entendido meu ponto de vista. Também espero ter defendido Olavo das acusações mais bizarras que o mesmo sofre constantemente, o que só saberei ao ver as atitudes futuras dos que nos leem diante dessa polêmica e ilustre figura filosófica brasileira.

    Enfim, até mais, Alex e leitores.
    ResponderExcluir
  17. Octávio Henrique X Alex Cruz - Olavo de Carvalho

    CONSIDERAÇÕES FINAIS


    No final deste debate, meu caro Octávio, fico feliz que tenhamos esclarecido os naturais problemas de interpretação que são corriqueiros em qualquer debate.

    Você me pede para apresentar mais artigos em que Olavo reincide no erro de que estamos tratando. Bem, ele costuma sugerir ou verbalizar explicitamente uma união entre ateísmo, marxismo e imoralidade em textos dedicados a outros assuntos, o que dificulta um pouco uma pesquisa mais substancial. Mas, para lhe dar uma resposta, a muito custo lembrei-me de um texto de Olavo dedicado a combater a independência entre moralidade e credo religioso. Aqui vai:
    http://www.olavodecarvalho.org/semana/070303dce.html


    No que diz respeito à atmosfera esquerdista das universidades brasileiras, concordo com você, Octávio. São incontáveis os estudantes sem ideias próprias e à procura ídolos e parâmetros diferentes dos que servem ao seu papai e à sua mamãe. Para se enturmarem, aderem cegamente a ideologias contrárias ao modelo econômico vigente; no nosso caso, o Capitalismo. O mesmo ocorria na antiga Alemanha Oriental e no leste europeu na época da Guerra Fria, com a diferença de que o ímpeto de mudança do jovem estudante o orientava para o capitalismo, uma vez que o modelo que vingava na época era o socialista. Mas o que eu vejo é que tudo isso é natural e que está recrudescendo à medida que o acesso à informação vai sendo facilitado. Peço licença para me autocitar com este trecho de um debate que tive com o Raoni:

    “Se você defendesse o livre mercado em um curso da área de humanas na década de 80 ou 90, você viraria um pária social na universidade, poderia até sofrer trotes violentos. Hoje a visão que teriam de você não seria exatamente a melhor possível, mas nem de longe se assemelharia à daquelas décadas. A que isso se deve? Ao acesso à informação. Agora ideias esquerdistas já são questionáveis e discutíveis entre alunos de História e Ciências Sociais, ao passo que, há dez ou vinte anos, eram uma quase unanimidade que seria um sacrilégio contestar. (...) É por este, entre outros motivos, que não vejo o aumento da liberdade de informação como uma arma ideológica que está sendo usada para aprofundar radicalismos e para provocar dissensões, muito pelo contrário: está induzindo as pessoas a terem uma visão mais ampla das correntes ideológicas e contribuindo para a emergência de uma postura moderada.”

    Em todo caso, Octávio, entender por que existe gente que acredita na conspiração propagandeada pelo Olavo de Carvalho nada diz sobre sua veracidade. Uma coisa é constatar a natural orientação esquerdista e liberal de muitos universitários de um país capitalista, outra bem diferente a afirmar que tudo faz parte de um plano obscuro de “os revolucionários” marxistas. É novamente a história da roupa nova do rei que só os inteligentes podem ver.
    ResponderExcluir
  18. No mais, onde estão as tais “evidências a favor de Olavo” que “brotam de todos os lados”? O que eu vejo é que ele é perito em pegar fatos e lhes atribuir explicações sob medida de modo a justificá-los na perspectiva da ideia conspiratória em que ele acredita. Assim, por exemplo, o fato de as potências acidentais terem ajudado os rebeldes líbios a derrubar o regime autoritário de Muammar Kadafi e de os radicais islâmicos da Irmandade Muçulmana terem assumido o governo logo a seguir implica que a Irmandade Muçulmana e os governos ocidentais estão no mesmo time? Claro que não. Voltando à teoria conspiratória do PT e do PSDB que apresentei na minha tréplica: se a copa de 2014 for mesmo um fiasco, será que eu poderia tranquilamente apontar isso como “evidência” da minha ideia absurda de que o PT quer Aécio Neves na Presidência da República? Vamos mais além: será que eu poderia cobrar de você refutações a essa “evidência” e pretender que minha ideia conspiratória seja tida como válida até prova em contrário? Perceba também que não importa o que você me apresente como refutação, eu sempre poderei encontrar uma explicação mirabolante para invalidar seu argumento e obrigá-lo a novamente refutar meus absurdos num trabalho se Sísifo.

    Portanto, meu caro, creio que fica patente que não se pode inverter o ônus da prova. Se Olavo e seus seguidores querem mesmo demonstrar a veracidade do que dizem, devem fornecer dados muito mais consistentes do que os que divulgam e devem também responder aquelas perguntinhas básicas de que já falamos: Onde estão “os revolucionários”? Que entidade invisível é essa que manipula o mundo silenciosamente e que só os alinhados com o pensamento do professor Olavo podem ver? Por que Olavo ainda não está morto?

    Sobre esta última pergunta, meu caro, acho que nem há muito o que discutir. Conspiracionistas sempre verão inimigos onde não há coisa alguma. Então pouco importa qual venha a ser a “causa mortis” do nobre professor, seja morte natural, seja um acidente legítimo, seja um forjado. Todo médico legista será igualmente suspeito de ser um agente disfarçado. Se não faz diferença, ele já devia ter sido eliminado há muito tempo pelo tal leviatã marxista, uma vez que há décadas anda divulgando sua existência e atrapalhando seus planos de dominação global.

    Parece que já estou ouvindo alguém dizer: – “Mas espere! ‘Os revolucionários’ deixam o Olavo viver justamente para parecer que eles não existem, para fazer gente como o Alex Cruz desconfiar do Olavo!” – Como você pode ver, meu amigo Octávio Henrique, o conspiracionismo é uma mentira que se retroalimenta até assumir os contornos de uma fé cega e surda, imune à verdade e à lógica mais explícitas! E como combatê-lo? A esta altura acho que não preciso repetir.

    Obrigado a todos que acompanharam este debate e especialmente ao Octávio por ter sido um adversário honesto e por promover uma excelente discussão!


    Saudações do “sofista, agressivo, mercenário, indigno, torpe, desprezível e impudico”
    Alex Cruz

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Big John X Roberta Aires - O Futuro da África


  1. O futuro da África

    Quero agradecer a minha adversária, por auxiliar-me naquilo que considero como o romper de um véu, o do esquecimento que paira sobre um continente, o abandono a que estamos renegado indiscriminadamente, os povos Africanos.

    O que será da África do futuro? As grandes economias do mundo costumam a cada novo ano,se planejar naquilo chamado popularmente de "ten years plan" A África foi o continente que mais empobreceu nos últimos tempos.

    O pensamento administrativo com visão mínima de futuro, é trabalho sério que envolve as economias dominantes, havendo quem se ocupe com os 20, 50 e 100 anos adiantes de seu tempo.

    Entretanto, todas as notícias que nos chegam da África, (digo das coisas presentes e passadas), dão conta de desgraças, fome, miséria, como se jamais pudéssemos desatrelar uma de outra coisa.

    O presente da África é uma foto ou um vídeo de crianças moribundas, esqueléticas, arrastando-se entre abutres que aguardam sua refeição.

    Lideres, se bem que essa palavra remeta a alguém cujos exemplos sejam positivos, se levantam aqui e acolá, mas carecem de princípios éticos elementares, necessários para que a máxima "...quem é tirânico na oposição será violento no poder..." não se transforme em mais um fardo, para os ombros feridos por séculos de exploração.

    A África é notória por colecionar figuras que nos lembra Idi Amim, seja na arrogância, incompetência e maldade. As condições climáticas desfavoráveis, o uso indiscriminado dos recursos naturais, a total dependência estrangeira, colocam o continente africano de joelhos, a mercê da misericórdia alheia nesse mundo globalizado que, assistem passivos, os cerca de 300 milhões de Africanos se debatendo em lenta agonia.

    Cada um padece de seus próprios problemas, mas se esse é um retrato mau retocado do presente o que se reserva para o futuro?
    ResponderExcluir
  2. Durante uma cúpula do G8 realizada na Escócia, foi prometido que se enviaria a África 21.5 Bilhões de Dólares até 2010, até essa data, apenas um terço desse valor havia chegado.

    A África se consome em pragas e doenças como a AIDS por exemplo, o atraso econômico e social simplesmente IMPEDE que a África se levante, e se não se levanta, como um grande e velho elefante, fará dos desertos que substitui o que restou das suas savanas e pastagens, o ser recanto final e jamais se levantará.

    Os "líderes" africanos são ávidos por taxar qualquer tipo de ajuda humanitária, são ferozes em se locupletar com a escassa ajuda que ainda chega, apesar da crescente onda de descrédito que as nações doadoras comprovam, tendo seus enviados tais como médicos, enfermeiros e operários qualificados, vigiados por soldados armados, pelo simples receio de que semeie alguma revolta.

    Como ajudar a África? Todos sofrem inclusive os animais, famintos, leões da Tanzânia mataram 149 pessoas para seu alimento num ano, há diversos registros de ataques em países vizinhos e outros sem estatísticas.

    A extensão territorial é imensa, 30 milhões de KM2 cobrindo 20% de nosso planeta a África Negra ou sub saariana, com suas 44 nações, clama por um gesto urgente que mostre e demonstre os valores igualitários, difundidos entre as mais variadas nações ocidentais.

    O analfabetismo, a seca e as doenças, implicam na menor expectativa de vida do planeta e não vejo expectativas de mudanças para esse quadro, mesmo com a descendência queniana do mais poderoso presidente em exercício, Barak Obama.

    Como vencer as limitações impostas por líderes corruptos, como suportar a distância que nos separa, daquele que agoniza a falta daquilo que destinamos as nossas lixeiras?

    Como sensibilizarmos governos, denunciando criminosos, como alguns que agem em nosso século promovendo carnificinas e as piores mazelas que se conceberia imaginar?
    ResponderExcluir
  3. Como eu disse em outro debate, há mais pessoas falando nesse momento no Facebook que em toda a terra 20 anos passados. A ferramenta chamada Internet é poderosa e tem conseguido movimentar milhões de pessoas em todo mundo.

    De modo que é comodo saber que tudo isso acontece e depois sair do computador e sentar com o controle remoto da TV nas mãos, pouco ou nada fazendo para que o futuro de alguém que seja, pudesse vir a ser modificado.

    Quando lancei meu desafio, deixei um vídeo que conta o envolvimento de milhões de pessoas, contrariando autoridades e códigos, fazendo com que a vontade manifesta de uma maioria esmagadora, agisse, de modo a que se prendesse criminosos, libertando-se um exército de escravos.

    A única forma de salvar a África é uma conscientização mundial, e ela passa obrigatoriamente pela Internet e envolve todos os povos. Uma dona de casa não pode se eximir de que nada pode fazer se tem como acessar, cobrando providências e demonstrando fragilidades.

    Lendo a história de Stalin, deparei com o seguinte texto falando sobre o impacto da segunda mudança, onde comandou uma revolução na vida de milhões de Russos..." forçou mais de 100 milhões de camponeses a abandonarem suas primitivas e improdutivas propriedades, fundando fazendas coletivas, arrancou implacavelmente da mão do mujique, o velho e secular arado, obrigando-o a segurar a roda de um trator moderno
    levou dezenas de milhões à escola erradicando analfabetismo..."

    Há salvação para a África, e ela passa também por medidas de grande impacto, temos homens com capacidade para planejar o salvamento daquele continente, tornando produtiva aquelas terras, preservando o incalculável bem ambiental que representa, retirando o povo da miséria e da ignorância, provendo meios de subsistência e ascensão social digna.
    ResponderExcluir

  4. África – um rico continente pobre: subsolo de riquezas e na superfície, toda sorte de desesperança.


    Muito boa a sua introdução, espero com minhas ponderações contribuir com o tema que tanto me (nos) interessa.

    A África não é um continente pobre. È um continente pouco desenvolvido por conta da exploração de muitas potências, além das guerras civis, que fazem parte de seu DNA. Afirma que somos todos responsáveis pela melhoria desse povo, e não vejo como discordar, mas acredito que há bem mais do que isso.

    Parece sem sentido preocupar-se com o futuro desse continente tendo ciência do passado e analisando seu presente. João Xavier tem razão quando afirma que o território africano foi o que mais empobreceu nas últimas décadas, mas o que muitos parecem não saber é o seu potencial hidrelétrico, que se bem utilizado, seria o maior do mundo, bem como a opulência de seus recursos minerais: fosfato, cobre, ouro, bauxita, urânio, cobre, prata, zinco, ferro, diamante, cobalto, além de abrigar quase 10% das reservas mundiais de petróleo e gás natural. Apesar dessa abundância de recursos, sua economia é muito pequena, trazendo como conseqüência triste, o contraste social, onde, grande parte da população sobrevive com menos de 2 dólares/dia. Portanto, mencionar pessoas esqueléticas e moribundas, fugindo de abutres é uma realidade bastante comum na maior parte desse continente.

    Mas há um engano usual de se imaginar que essa realidade é comum aos países que compõe o continente: num universo superior a 50 nações, há alguns (poucos) exemplos de um padrão de vida razoável: África do Sul, Argélia, Egito, Líbia e Nigéria. Levantar essa questão pode ajudar a propiciar a ruptura da concepção preconceituosa a respeito do continente, destacando também seus pontos positivos.

    A África é uma mina de ouro, há muito descoberta por seus colonizadores, tal qual aqui, na época do descobrimento. Seria essa a razão da tragédia humana daquela localidade? 
    ResponderExcluir
  5. È certo que a distribuição de renda não é igualitária, mas corrupção, baixos níveis de educação, não parece justificativas plausíveis para tamanha desgraça. Há a desculpa das guerras civis, que sempre interpretei como uma espécie de cortina de fumaça, pois não os considero enquanto rebeldes - que defendem uma causa- e sim, como saqueadores ( os recursos naturais são alvos de disputas entre milícias que são colaboradas por governos corruptos) mas, ao menos em relação a isso, é ainda uma opinião pessoal com pouca fundamentação teórica.

    Há estudos bastante sérios que buscam entender a razão desse atraso no IDH, e para isso, usam como parâmetros, índices econômicos de países com a mesma característica de anos atrás. Como solução apresenta aquilo que foge ao óbvio: investir na agricultura. “Nada de teoria da dependência, nada de exploração dos países industrializados sobre os produtores de commodities. A dura realidade para quem defendeu uma vida inteira industrialização e substituição de importados como rota para o desenvolvimento é ter de admitir que as coisas são muito mais simples do que aparentam.”(Marcel van Hattem) – fiquei particularmente surpresa com essa fala.


    “Como vencer as limitações impostas por líderes corruptos, como suportar a distância que nos separa, daquele que agoniza a falta daquilo que destinamos as nossas lixeiras?”


    Dias atrás li dois indigestos artigos [http://www.pragmatismopolitico.com.br/2011/08/os-motivos-da-fome-na-africa-por-que.html] e [ http://www.brasildefato.com.br/node/10618] que demonstravam os motivos da fome. O problema é a logística perversa da economia. A imprensa tem a mania leviana de transferir a culpa para a população, desviando da cadeia produtiva e mercado. È simples atribuir a culpa a terceiros e também propor soluções de organizações civis para uma questão que se não for enfocada obedecendo o olhar imparcial , não terá solução. Lendo artigos como esse, percebe-se que o problema é menor do que se imagina (não há falta de alimentos) mas, parece bem pior de se resolver. Fiquei bastante desanimada...
    ResponderExcluir
  6. As redes sociais podem fazer algum tipo de revolução?


    Não desgosto da tendência cada vez mais numerosa do ativismo, especialmente estes, via redes sociais, mas consigo entender apenas como uma primeira ação. È preciso ir além...

    Há alguns dias mencionei o interesse em discutir sobre a importância desse tipo de mobilização, e citei a Primavera Árabe. Levantei outros dados mais recentes, como por exemplo, o cancelamento das festas do ano novo na Índia, por conta de um estupro coletivo e também, o episódio "Kony", um documento-denúncia sobre um sanguinário criminoso africano. A ação popular tem força, porém, sem uma mudança na sociedade, essa força se torna ineficiente. Portanto, concordo quando diz que é uma escolha cômoda, que, de forma prática traz poucas mudanças, mas que, pessoalmente, faz um bem a sua consciência. Os ‘revolucionários do mouse’ ao menos começaram algo, fazem mais que a maioria, mas percebo que isso nem de perto é suficiente. A solução definitiva eu realmente não sei.



    Por essa razão não sei se a salvação da África passa necessariamente por essa mobilização mundial. Tenho convicção no poder transformador da Educação: ela vem antes do Progresso. E penso que até concorde com isso, por citar a história de Stalin: “...forçou mais de 100 milhões de camponeses a abandonarem suas primitivas e improdutivas propriedades, fundando fazendas coletivas...” – não me parece uma mudança global, evidentemente foi uma enorme transformação, porém, foi bem local. Não conheço esse personagem, mas, confiando no que afirmou em sua participação, acredito que a concordância popular se deu em contrapartida da oferta a Educação, s estiver errada nesse raciocínio, peço que me corrija, ok?


    Bom, por ora é só: mais uma vez peço desculpas por meu atraso e falta de cuidado em minha primeira participação, onde, reitero que não mais se repetirá.

    Finalizo minha primeira parte, agradecendo a escolha do tema que além de diferente dos que tenho discutido, trará um benefício pessoal ao elucidar alguns pontos.




    Att,


    R.
    ResponderExcluir
  7. O fato do ineditismo desse tema, já o credencia como algo especial que foge dos temas corriqueiros, principalmente aqueles envolvendo sexo e religiosidade. Não errei em escolher a adversária que, em sendo educadora, já adiantou que a solução do caos presente passa, obrigatoriamente, pela educação.Antes, quero corrigir minhas informações, havia dito anteriormente serem os africanos mais de 300 milhões, e de fato o são.

    Somente na África "negra" algumas fontes sustentam que são mais de 750 milhões, considerando que todos os países subsaarianos, convivem com situações de máxima degradação humana, resta uma meia dúzia de nações, cujo número eleva o total de habitantes para algo próximo a 1 bilhão de habitantes.

    Essa meia dúzia de nações, cuja economia é passível de comparações com as demais nações do mundo, possuindo alguma solides monetária e planejamento social, não faz sombra à pobreza nem pode ser utilizada como exemplo a ser seguido pelos vizinhos pobres. Pelo contrário, mantém suas fronteiras fechadas e vigiadas, evitando visitantes de mala e cuia, floresta adentro.

    A África "não vende", quem se esqueceu do massacre de Ruanda em 1994? Recém liberta da colonização belga, tinha, majoritariamente, duas etnias predominantes, hutus e tutsis, sendo os tutsis minoritários mas, como herança da colonização, exercendo as melhores funções e ocupando os melhores postos que a Bélgica pudesse liberar para um colonizado.

    Para resumir, o ódio hutu cresceu a tão ponto que, após a liberdade, discutia-se abertamente que o crescimento de Ruanda, passava obrigatoriamente pela eliminação dos Tutsis ( eram mais parecidos com os europeus, inclusive tinham maior estatura, contrariando os hutus) Para levar adiante esse intento que foi planejado um massacre, com a participação política de vizinhos interessados, além do FMI e Banco Mundial, envolvendo financiamentos e compra de armas, passaram-se alguns meses e muitos fugiram de Ruanda.

    Mais de 500 mil tutsis foram mortos, principalmente a golpes do famoso "facão africano", milhares de mulheres foram estupradas, 5 mil crianças, frutos desses estupros, foram assassinados. O que foi feito?

    Alguém acredita nos julgamentos de crimes internacionais realizados na Europa? Salvo se for do seu interesse, tudo cai no esquecimento, indo dormir tranquilo na gaveta do eterno anonimato. Culpo a imprensa, que na mesma época disponibilizava trezentos profissionais para acompanhar o U2 numa apresentação, não fazendo o menor caso de um gato com tamanha magnitude.

    E os serviços secretos das nações modernas? Como não tinham ciência? E as garantias para financiamento através dessas instituições mundiais? Como os governos do mundo dito civilizado, a começar pela desenvolvidíssma Bélgica, permitiu que em 1994 ocorresse tamanha catástrofe?

    Somente há uma resposta e ela não é nada abonadora, a África não interessa, se os Estados Unidos destinassem 1/10 das preocupações que destina para Israel, esses crimes não teriam ocorrido.
    ResponderExcluir
  8. Minha adversária falou da riqueza do solo africano, e não mentiu, são os maiores produtores por exemplo, de diamantes, mas e daí? Há naquele solo riquezas inexploradas que parecem não interessar ao mundo.

    A África só é lembrada em termos turísticos, isso é, se tiver potencial e planejamento adequado para isso, as nações do mundo fugiram da África e não se interessam pelos seus frutos.

    Falei de Israel, como conseguiram plantar melancias e morangos em pleno deserto? Como conseguiram vencer a adversidade de um solo improdutivo, como suportaram desenvolver-se rodeado de milhões de olhos árabes, cobiçosos e prontos para as mais diferentes ações?

    Talvez, falte para o homem africano alguma coisa desse orgulho, restando-lhe a atual posição de mendicância como uma prática cada vez mais costumeira.

    O futuro do continente africano, depende das ações presentes de um mundo globalizado interessado em retira-lo do fundo do poço. Mas, se essas nações estão também atoladas com seus próprios problemas, inclusive as maiores economias mundiais, seria nesse tempo presente que se ocupariam da ÁFRICA.

    Vejo com preocupação esse assunto, e não existe ações de caridade que me comovam mais que o abandono a que assisto.
    ResponderExcluir
  9. A fome ceifará a vida de milhões de almas em 2013 na África, as doenças já erradicadas do ocidente, cuidarão de baixar a densidade demográfica significativamente, de um modo "natural".

    Talvez os líderes do mundo, a exemplo daquela autoridade japonesa, que criticou os esforços para manter a sobrevida dos idosos, como causa do dispêndio da previdência daquele pais, queiram reservar aquelas terras apenas aos seus habitantes originais.

    Sim, quem sabe dessa forma não teria tantos impedindo que milionários se divertissem livremente?

    Na minha tréplica darei algumas alternativas de salvação que, já adianto, são utópicas a considerar o panorama econômico mundial. Peço escusas eu pela pressa, mas prometo maior empenho e disponibilidade na continuidade.
    ResponderExcluir
  10. Sim, é um continente é bastante populoso, que contava com o impressionante número de 1.032.532.974 habitantes, dados retirados do último censo, este, em 2011. Desde montante, mais de 190 milhões de pessoas passam fome. Há outras informações transformadas em números que dão a dimensão desse problema:

    - Em Botsuana , África , a expectativa de vida é de 37 anos , e a média do continente é de 49 anos;
    - O índice de analfabetismo é de 41% ,
    - Houve uma queda de 36% no índice de mortalidade infantil (menores de 5 anos), ao passar de 12 milhões de mortes em 1990 para 7,6 milhões em 2010, segundo relatório conjunto do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), porém, na África Subsaariana, o índice é 17 vezes maior que a média apresentada pelos países desenvolvidos, morrendo 1/8 , que segue com a proporção mais alta de mortalidade infantil do mundo.
    - 33% da população da África subsaariana é subalimentada;
    - Aproximadamente 6,5 mil africanos morrem por dia por conta da AIDS;
    - È um continente de contrastes: enquanto uma grande parte da população passa fome, a África do Sul se tornou um dos países com maior índice de obesidade do mundo: 1/6 da população são considerados com sobrepeso ou obesos. A isso se deve a uma rápida urbanização, trabalhos menos exigentes fisicamente, a disseminação da televisão e uma mudança na alimentação de comida caseira para alimentos processados ricos em gordura e açúcar. ( Fonte: The Economist - Fat is bad but beautiful)

    Eis que apresento parte do problema: a miséria e a violência são endêmicas na região mas há também uma solução, que acredito estar na Educação. A redução da mortalidade infantil depende de múltiplos fatores, como a melhoria do acesso aos serviços sanitários, a prevenção de doenças infantis, a melhoria da cobertura de imunização e dos serviços de saneamento, e isso tudo está ligada na questão da saúde pública, porém, um povo educado e consciente de seus direitos saberá cobrar por uma assistência governamental de melhor qualidade. O alto índice de analfabetismo e a precária organização administrativa são alguns dos fatores que favorecem na perpetuação dos níveis de pobreza. Penso que a política exterior deveriam se envolver mais em programas educacionais , objetivando a total erradicação do analfabetismo, e isso, a médio prazo, diminuiria a fome e também, a pobreza. Tenho firme convicção que a solução dos problemas africanos depende muito mais deles do que do resto do mundo. Não nego que todos somos afetados com essa tragédia, mas é importante lembrar que famintos e refugiados de guerras há em toda parte, e ao concentrar esforços de alcance imediato apenas no continente africano é estar fugindo de uma solução. O mundo já não suporta paliativo, e a vida humana não merece esse pouco caso.
    ResponderExcluir
  11. Quando se fala de condições extremas, cito países como Emirados Árabes e Arábia Saudita (e também, como bem lembrou meu adversário, Israel) que não contam com solo fértil e nem não tem rios ou lagos permanentes. As chuvas são escassas e pouco confiáveis, mas apesar disso, sabem administrar seus recursos, onde são capazes de produzir ilhas e oásis, e isso só foi possível por conta da Educação: um povo educado é também livre.

    È sabido que muitos países africanos têm o solo fértil para a produção de alimentos, tanto que isso virou tema de um relatório da ONU lançado no último dia 23 ("Conquista de terra ou oportunidade de desenvolvimento?"), que alarmava para o seguinte: "É investidor e quer arrendar terras para exploração agrícola a um preço muito, muito baixo? África é o caminho." Anúncios como esse foram encontrados na Etiópia, Gana, Sudão e Madagascar.

    O documento alertava sobre o perigo de "um novo neo-colonialismo”, tornando o continente uma espécie de “Nova Terra Prometida”, ou seja, é um ciclo vicioso...

    Algo que todo país pode fazer em favor do continente é perpetuar com a quebra de patentes nas medicações de combate a ação do vírus HIV, além do perdão da dívida externa. São ações práticas que trarão benefícios imediatos, mas, por ser algo que não dependa apenas da política externa ( e sim de conglomerados) a solução apresentada é dividir responsabilidades com a sociedade civil, fazendo campanhas como “SOS Africa”, ou, “USA for Africa - We are the world “. A consciência individual fica mais leve, mas o problema continuaria a existir. E é essa a minha opinião sobre o militância da internet.

    Em sua última participação, listou massacres que aparentemente foram motivados por ódio étnico, e isso pode sim ser uma das explicações para a desgraça, que tem nome e cor. A Àfrica tem fome, em especial, de esperança, e seu histórico é constrangedor: a nação africana sempre contou com uma quantidade enorme de etnias, e quando em guerra, escravizavam e vendiam os perdedores, pura e simplesmente é essa a origem da escravidão. Há também o triste episódio da Conferência de Berlim, que entre os anos de 1884 e 1885 ‘fatiaram’ o continente, não privilegiando a população local, objetivando seus próprios interesses. È certo que os europeus já estivessem presentes no continente anterior ao século XV, mas essa foi a primeira vez que a dominação foi efetiva, com ocupação dos territórios do interior. Porém, como disse anteriormente, não sei se isso é fator determinante hoje em dia, talvez seja ignorância de minha parte considerar tais episódios como cortinas de fumaça...
    ResponderExcluir
  12. Meu oponente levantou importantes questões sobre o assunto e concordo com ele em grande parte: não parece razoável acreditar que a ONU não tome providências para tais fatos, em especial quando se conhece seus principais objetivos:

    • Manter a paz internacional;
    • Garantir os Direitos Humanos;
    • Promover o desenvolvimento socioeconômico das nações;
    • Incentivar a autonomia das etnias dependentes;
    • Tornar mais fortes os laços entre os países soberanos.

    Porém, acredito que o entrave internacional se dê por conta da economia, e não na política, portanto, não parece fácil atender os interesses de empresas que pensam em cifrões. Por isso penso que João se equivoca quando afirma que a África não levanta interesse ao mundo. Levanta, e levanta muito, e esse aparente silêncio, é sim, uma tomada de decisão, tal qual foi em relação à Palestina.

    Por enquanto são essas as minhas considerações, onde espero ansiosa pelas utópicas alternativas que me apresentará, bem como sabe, elas me fascinam, por ser a utopia meu material de trabalho.

    Grata pela paciência e agradável conversa.


    ResponderExcluir
  13. Recentemente, vi uma notícia no mínimo inesperada, a primeira mulher bilionária da África é, exatamente, a filha mais velha do Presidente de Angola. Infiltrando-se especialmente na compra de cotas de empresas da área de telecomunicações e mídias diversas, em especial as portuguesas, transformou-se nesse contraste, a considerar sua origem num bolsão de pobreza subsaariano. Então, foi lembrada pela revista Forbes.

    Perdemos um tempo enorme aqui, eu e minha adversária, falando das mazelas que assolam todo continente africano, e isso não muda, atravessando a fronteira tudo se repete, irmãos sob reinados antigos tornam-se inimigos detestáveis o que justifica, segundo a ótica local, razão para os mais obscenos atos de barbarismo. Será, como disse refutando-me, Roberta teria razão em dizer que o continente "...é muito lembrado...?"

    Se é lembrado gostaria de questionar por quem é lembrado e por qual razão? Eu me lembro do continente africano, sua paisagem e sua vida selvagem além da diversidade dos povos. Assisti, com vivo interesse, um intercambio entre uma família paulistana e uma família nigeriana ( tribos) Vi, em determinado episódio, perfurarem em ponto não vital a uma cabra, e, com grande frenesi alternando-se, beberem o sangue que jorrava diante do espanto dos paulistanos, depois, receberam uma embalagem de farofa industrializada em São Paulo, um refinamento da mesa Brasileira, não imaginam na careta de nojo que fizeram para comer uma mínima porção.

    Bancos e Instituições gerenciadas por parcerias ocidentais não se interessam pela África, cujo produto maior é a questão humanitária, sobre a qual exclusivamente, até aqui falamos, não é diferente o meu diálogo com a Roberta das considerações desses administradores. A diferença é que eles, se efetivamente optarem por alguma ação, ela passará necessariamente pelo gesto contido de "enfiar" a mão no bolso, coisa que, por determinação de uma gerência germânica "de ferro", a UE está se recusando mesmo aos mais tradicionais e históricos aliados.

    Quem lembra da África Roberta? Se é um caçador e gosta de atirar em animais livremente, não o faça contra os ursos americanos, nem os macacos da Índia, as chances de se divertir estão na África, com possibilidade de levar seu troféu, expondo-o para cobiça e sugestão de seus ricos amigos. Quem sabe seu interesse seja o órgão humano essencial para um transplante? Ou talvez a virgindade de uma garota ou, simplesmente, divertir-se entre crianças? Não faça isso na Inglaterra, vá para a África, lá, seus recursos convencerão as autoridades, que sua presença trouxe (para eles) mais benefícios que prejuízos.

    Nada disso resolve o problema africano que envolve a tantas nações, cuja tirania e maldade transcende à compreensão ocidental. Parodiando minha colocação a Roberta citou utopia, o ideal irrealizável, mas, admitiu meu exemplo nos "kibutz", na colheita de morangos e melancias em solo pedregulhoso. Ora, a utopia é a vontade e determinação em alcançar um alvo, a persistência e acima de tudo a fé de visualizar aquilo que nosso pensamento rejeita.

    Porque não uma África próspera e um povo com um grau de desenvolvimento equitativo, um mercado se inserindo com poder de compra e oferta de produtos segundo o potencial daquilo que lhes é inerente?
    ResponderExcluir
  14. Pessoalmente, acho a ONU um organismo ultrapassado, desrespeitado, inútil. Se funcionasse de fato, se fosse independente, seria de uma utilidade enorme para o mundo, eliminando organismos paralelos que se formam a sua revelia, OEA por exemplo. A ONU deveria ser única e suprema e independente.

    Constatado o fato sobre o qual todos conhecem sobejamente, faltam apenas medidas para se implantar a médio prazo, um plano para erradicação da pobreza, analfabetismo e miséria de todo o continente, dele, não se admitiria a nenhuma nação transigir, muito menos cobrar taxas para receber ajuda.

    As medidas não seriam adocicadas, exigiriam que nenhum africano deixasse de produzir, estando em idade de trabalho, campos agrícolas de extensões inacreditáveis, maquinaria de primeiro mundo, tratores e colheitadeiras,profissionais em todas as áreas agrícolas, a principio importados dos países europeus, cujo desemprego atinge níveis inimagináveis.

    Comento com meus filhos que nos dias atuais, nascer, viver e morrer numa mesma nação é um desperdício, considerando tantas possibilidades que o mundo oferece.

    Se você for caixa de um banco de Londres, morrerá como caixa, mas se aventurar pelos mares e pelos continentes, haverá uma possibilidade lógica e bastante palpável de fazer uma fortuna, que jamais conseguiria em sua terra natal.

    Vale a pena lutar por ela enquanto luz houver em seus olhos.
    ResponderExcluir
  15. A educação, começando no maternal ao ensino superior seria um direito assegurado constitucionalmente a cada africano, a distribuição das riquezas seriam taxadas com rigor pelos impostos, de modo que fossem equitativas.

    Os investimentos em armas, hoje prioritários, seriam dedicados a saúde, livrando, principalmente as crianças, das incontáveis doenças a que ainda continuam expostos, por exclusiva incompetência de seus lideres tribais.

    Como impor medidas tão duras? Quais os prazos e quem os fiscalizaria? Asseguro que o processo de criação da zona do Euro não foi mais simples.

    Tudo torna-se menos opaco se há o interesse de fugir do estado de calamidade, seja aquele que caminha ao nosso encontro, seja aquele em que nossos pés já estejam mergulhados.

    Uma junta multiétnica e internacional, revezando-se a cada ano, gerenciaria todos os esforços, direcionando toda a engenharia de acordo com organograma previamente aprovado.

    A África teria valor porque estaria se dispondo a SE ajudar. São idéias genéricas que passam ao largo de dificuldades localizadas, bem sei. Falamos de nações independentes, mas falamos também de um continente moribundo.

    Diante de iminente catástrofe, haveria de se empregar força se preciso fosse, para que os direitos de uma maioria fosse preservado. Acredito que negociações agenciadas pela ONU junto a Organização dos Países Africanos, não com objetivo de apadrinhamento mas a confecção de um Plano Geral de contingência, resultaria sim, em algo positivo.

    Só não se acaba o que nunca se começa, e nada fazendo, ou considerando utópico todas as vias e possibilidades, daqui a 20 anos, outros debatedores estarão aqui falando a mesma coisa, como salvar do caos a África.

    Educação, Saúde, Agricultura como alternativa principal de trabalho, extrativismo consciente, polo de preservação e turismo em parques isolados, industrialização não poluidora, exploração de recursos hídricos e geração de energia, entre outros caminhos, para colocar a África de pé e os africanos se orgulharem por uma questão de igualdade, que chegaria em 20 anos, junto com o respeito e o reconhecimento do mundo que hoje os despreza.

    Big John
    ResponderExcluir
  16. Não acho que houve perda de tempo em elucidar alguns equívocos sobre a África, é sem dúvidas um país de contrastes: de um lado, a miséria em todas as suas nuances. Do outro lado, a opulência. O tema de nosso debate é bastante amplo, mas gostaria, numa outra oportunidade, a abordagem de aspectos religiosos e /ou culturais desse continente, por essa razão não me aterei em rituais que fogem de nossa compreensão. È necessário mais que um olhar imparcial, é preciso uma fundamentação teórica dos fatos, coisa que nesse momento não me parece possível. Mas, voltando ao nosso tema, sei que não é fácil ou confortável confrontar dados, mas acredito que não devemos perder a chance de elencar as potencialidades daquela localidade. Só assim perderemos o discurso pronto que a África é um continente miserável, que merece um olhar mais humano dos países desenvolvidos.

    Considero uma oportunidade rara abordarmos certos aspectos para relembrarmos que não é com assistência mundial que resolveremos uma questão tão específica. Os números alarmantes são conseqüências de uma política exploradora que muitas nações foram vítimas, inclusive o Brasil. O que agrava a situação africana foi por conta do período dessa exploração: até o final da década de 60 muitas nações ainda eram colônias e tinham uma economia baseada em transações comerciais, pouco favoráveis. Com os movimentos de independência, elas se tornaram protagonistas de seus próprios processos econômicos e políticos e passaram a negociar suas riquezas em condições mais vantajosas. Mas, muitos mercenários estão disfarçados de revolucionários, e é a cobiça, a motivação dos infindáveis conflitos civis.

    Há sim falta de água - 40% do território africano não possue rios e lagos, já que um terço de sua área é desértica, porém, a África possui rios muito extensos e volumosos, tornando a vida possível ao longo de suas margens. Os exemplos são Nilo, Vitória, Congo, Niger, Niassa, Tangânica, Rodolfo e Zambeze. Por conta disso, o continente construirá o maior programa hidrelétrico do mundo. Pelo projeto, A África do Sul e a República Democrática do Congo serão responsáveis pela construção de uma represa que poderá fornecer eletricidade a quase 500 milhões de pessoas. Será construída nas Cataratas Inga, e calcula-se que o complexo vá gerar cerca de 40 mil megawatts (MW), mais que o dobro da maior represa existente, a de Três Gargantas, China, e mais de um terço do total da eletricidade produzida atualmente na África.
    ResponderExcluir
  17. O continente tem ainda enormes reservas subterrâneas, apesar de estudos considerarem o processo de captação complexo, é possível afirmar que a produtividade dos aqüíferos seria suficiente para consumo e irrigação em todo o território.

    "As maiores reservas de águas subterrâneas ficam no norte da África, em grandes bacias sedimentares, na Líbia, Argélia e Chade", diz Helen Bonsor, da BGS. "A quantidade armazenada nessas bacias é equivalente a 75 metros de água sobre aquela área. É uma quantidade enorme." (Environmental Research Letters, reproduzido pela BBC em abril de 2012).


    Ou seja, já existe a solução para ao menos, esse problema.

    Eu realmente disse que a África é muito lembrada e não só enquanto continente, que fique claro. Porém, cometi um equívoco ao comparar a situação da África com a Palestina: desde que ela foi criada ( 1945), a ONU demonstrou interesse em anexar os países africanos enquanto membros. Só que essa inclusão só se dá após sua independência, hoje a União Africana possui 54 países-membros independentes.

    A ONU faz sua parte, que é ínfima perto do deveria (que é diferente do que poderia) ser feito, mas, se considerarmos que a maioria dos problemas estão no âmbito econômico, e não político (como se suponha) é compreensível tais resultados. Mas, apesar disso, a ONU trabalha em estreita colaboração com os mecanismos regionais de cooperação da África, além de trabalhar conjuntamente com outras ONG’s e projetos internacionais, como por exemplo, as missões de paz, que atuam no Sudão (especificamente em Darfur), na Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Libéria e em todo Saara Ocidental. Há ainda os programas “Médicos sem fronteiras”, “Pastoral da Criança”, “Mirim-Brasil”, entre outros. A entidade também aprovou a 1ª resolução contra mutilação genital feminina, documento este que pede aos países– membros que tomem medidas educativas e punitivas.
    ResponderExcluir
  18. Apesar da atuação desses grupos humanitários, a atenção dada ao continente africano sempre será insuficiente. Conforme relatório publicado de 2009 pela Cruz Vermelha Internacional e pelo Crescente Vermelho, a assistência humanitária na África não satisfaz às necessidades dos habitantes: é preciso entender que, mesmo sendo de grande importância para auxílio imediato a população africana, ações assistencialistas não são capazes de solucionar os problemas do continente. È quase que dar murro em ponta de faca.

    Por essa razão, elejo a Educação como a solução dessa tragédia: mas não apenas enquanto formativa, e sim, aquela capaz de humanizar uma realidade. Para tanto, é importante a aplicação de ações conjuntas com toda a sociedade civil, o que é bem diferente da ajuda externa, obtida através do assistencialismo. E aqui entra aquilo que meu ofício defende que, pensando friamente, nem considero tão utópico assim: a Educação muda o mundo, mudando as pessoas. Alguém educado socialmente será de fato, cidadão, que cumprirá com seus deveres e exigirá seus direitos. E é nisso que acredito. Sei que não é algo fácil, mas, por outro lado, é absurdamente simples.

    E com a emblemática frase de Nelson Mandela, encerro por enquanto, minha participação:


    “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.” 
    ResponderExcluir
  19. Parabéns pela presteza que me surpreendeu, concordo com a importância da educação, mas para educar um povo ele precisa estar alimentado, ele precisa ter acomodações que os abrigue das intempéries, eles precisam de segurança para não ser atingidos enquanto estiverem olhando para um quadro negro. Logo, todas as medidas são importantes e cruciais, e já deveriam estar em uso se é que quiséssemos recuperar o tempo perdido para as próximas duas décadas, o que não está acontecendo.

    A África foi leiloada pelas nações de todo mundo, sim, inclusive o Brasil, sim, embora que o governo Lula andasse perdoando dívidas com alguns povos, o crime da escravidão e do servilismo que ainda afeta os negros é patente aos olhos de quem observa, mas a seu tempo, foram relações comerciais aceitas pelos líderes de ambos os lados, e digo mais, caso medidas severas não sejam adotadas, as necessidades de nações superpovoadas que precisam de matéria prima de várias ordens, falará mais alto e a África sera dilapidada sem nenhuma dó.

    Recentemente, os japoneses por exemplo, compraram e devastaram uma ilha do caribe, retirando toda madeira existente, deixando um rastro de deserto atrás de si. Quando um repórter olhando aquela destruição que ficava cada vez mais visível enquanto o navio se afastava, perguntou ao Capitão japonês " e agora? Sua resposta foi expressiva, " ...agora vamos procurar e comprar madeira de uma outra ilha" Japoneses e Russos são encontrados regularmente dentro dos limites das águas nacionais, e não respeitam nenhuma regra de preservação, nem se emocionam com nenhuma tragédia deixada após suas ações.

    Porque seria diferente na África?

    Estamos nas considerações finais Roberta, e deveremos deixar claro aqui, aquilo que de fato acreditamos como alternativas para salvar um continente, cujo povo é tão vulnerável como um golfinho e seu filhote, nadando defronte a uma fragata russa na imensidão do Atlântico.

    Quando falamos em medidas sócio-educativas, estamos pressupondo não haver ganância muito menos necessidades mundo afora, pensamos que os homens por trás desses governos sejam todos altruístas, humanos, mas na verdade eu lhe digo, essa falsa concepção é a causa de nosso eterno subdesenvolvimento, e será a causa da manutenção africana dentro de padrões da idade da pedra, por interesse de seus exploradores. Da mesma forma que a educação liberta o homem da escravidão moral, mostrando um mundo do qual ele sempre esteve alijado, o desenvolvimento de um novo continente, poderá significar um novo bolsão de concorrentes e adversários.

    E então?
    Como retirar a África do abismo em que mergulha, empurrada pelo bico da bota de nossas ações e omissões?
    ResponderExcluir
  20. Todas as ações isoladas que você mencionou em sua fala, são importantes, eu diria, são melhores que nada, porque são todas ações pontuais e atendem sempre e apenas, objetivos que não se ocupam de camuflar, os verdadeiros interesses de quem aplicará recursos em tais empreitas. Eles sim, são de fato o alvo de todos os cuidados e esperanças de sucesso da empreita.

    Há (sempre) uma contrapartida que anela o tornozelo africano, tal qual um elefante acorrentado num espaço pequeno de um circo, não visa retirar um povo do poço da miséria absoluta, dotando-os de condições (todas) necessárias para que sejam transformados em cidadãos.

    Somente os organismos representativos como a Organização dos Países Africanos e a ONU, com ações conjuntas, imediatas, fazendo da ressurreição africana um objetivo a alcançar, não um sonho para enganar uma tribo.

    Um grande fórum para erradicação da pobreza, para a recuperação da saúde pública, para a geração de renda, para a educação e o bem estar social, como sendo alvos de planejamento pragmático, com recursos internacionais sendo empregados com severa prestação de contas, para evitar que uma mulher, filha de um presidente de um pais miserável economicamente, seja divulgada pela Forbes como a primeira dama bilionária da África.

    O que ela teria vendido para conseguir mais de 1 bilhão de dólares? Como explicaria para o povo de seu pais, cujas moscas infectam os olhos e bocas abertas pelo suplício da fome e da sede?

    Considero como criminosos todos aqueles que se locupletam dos recursos que deveriam destinar a erradicação da miséria, e a pena para esses não poderia ser outra senão a forca.
    ResponderExcluir
  21. Chego afinal no epílogo de minhas considerações, chego satisfeito, posto que tive minhas palavras complementadas pela minha adversária.

    Concordamos que o estado da África necessita de nossa atenção, e, longe de assistencialismo, necessitam dos organismos internacionais que existem exclusivamente para esse fim, atuarem nas nações associadas, livrando-as e a seus povos, de um situação de penúria degradante.

    Não podemos nos orgulhar da opulência de uma nação ou de um continente, enquanto nossos olhos estiverem evitando o constrangimento da falta de atitude.

    O que adianta o esplendor americano, as luzes de Paris, a evolução tecnológica japonesa , a beleza do Cristo Redentor, se uma criança chora de fome ao lado do cadáver da mãe do outro lado do oceano?

    Como comemorar o crescimento e a riqueza de uma nação e povo, se pouco ou nada fazemos para o lenitivo daqueles que sofrem na esperança silenciosa de nosso gesto?

    Quando a ONU foi confrontada pela sua incompetência na causa africana pelos nossos líderes?

    Se cada internauta que passa horas online, enviasse uma cobrança diária por medidas saneadoras talvez o quadro fosse diferente, talvez então eu mesmo pudesse dizer que, na minha pequena força, havia também feito algo.

    Se esse trabalho em conjunto com a Roberta, causar uma mínima revolução, que ela venha com uma atitude de sua parte, e me darei plenamente por satisfeito, pois minha causa aqui não é vencer um debate mas levar uma mensagem, que eu espero, faça morada no seu coração.

    Obrigado
    Big John
    ResponderExcluir
  22. Então chegamos ao fim nessa agradável conversa. Creio que nossas falas foram de fato, complementares: enquanto focou-se nas conseqüências, limitei na causa, e seguindo aquilo que acredito, apresentei como primeira solução, a Educação. Minha única discordância em relação a sua última participação se deu por conta dessa sentença: “Todas as ações isoladas que você mencionou em sua fala, são importantes, eu diria, são melhores que nada, porque são todas ações pontuais e atendem sempre e apenas, objetivos que não se ocupam de camuflar, os verdadeiros interesses de quem aplicará recursos em tais empreitas”. Não elenquei nenhuma ação isolada, são todas conseqüências de um estudo de campo, de planejamento, de investimento na educação de um povo. Mas eu concordo que há, em urgência, a necessidade de manter vivas essas pessoas, é imperativo fornecer instrumentos que possibilitam sua sobrevivência. O único senão é que, em muitos casos, essa ajuda emergencial para por aí: dão o alimento hoje, mas, e (o) amanhã? È preciso sim, dar o peixe, mas é fundamental ensiná-los a pescar, especialmente por saber que a aquisição de recursos – doações - não tem valor fixo.

    A revolução das mídias é um tema sempre em voga. Foi por isso inclusive que quis, certa vez abordar o assunto, como anteriormente nesse debate, citei. È mais que compreensível que em episódios de enorme comoção tragam algumas resoluções, mas por não obedecer um principio básico que é a racionalidade, são atitudes menores, ainda que importantes: servem para a validar crenças pré-existentes, para a um up grade na própria vontade de viver, uma reafirmação de fé na humanidade... Pode parecer cinismo, mas acredito que o ato da caridade é em princípio, um bem que se faz pra si mesmo, o outro, é secundário. Contudo, apesar disso, é uma atitude que merece nosso respeito, e por isso, compartilho nesse espaço algumas informações que podem ser úteis para quem quer fazer algo, e não sabe por onde começar:

    Agência de Refugiados das Nações Unidas (UNHCR)

    [http://donate.unhcr.org/somalia]

    Doações únicas ou mensais, em dólares e via cartão de crédito. Com apenas US$ 7 (cerca de R$ 11), já é possível comprar um kit de alimentação para uma criança desnutrida.

    Programa Mundial de Alimentos (WFP)
    [https://www.wfp.org/donate/fillthecup]

    A agência filiada à ONU permite doações em seis moedas diferentes (R$ não incluso) e o direcionamento da ajuda – para a África ou o local “onde a necessidade for maior”.

    Médicos Sem Fronteiras (MSF)

    [https://www.msf.org.br/doador-sem-fronteiras]

    Opção de pagamento via boleto bancário ou débito automático, em reais. A ONG também informa o que pode ser adquirido com a quantia. Com R$ 30, por exemplo, é possível ajudar uma criança desnutrida por um mês.

    Unicef

    [http://www.supportunicef.org/site/c.dvKUI9OWInJ6H/b.7659299/k.E35/Donate_now_to_the_Horn_of_Africa_crisis.htm]

    O órgão do ONU aceita doações em dólares. O valor é automaticamente direcionada para ações nos países do Chifre da África.
    ResponderExcluir
  23. Save the Children

    [ https://secure.savethechildren.org/site/c.8rKLIXMGIpI4E/b.6239017/k.569B/Child_Hunger_Crisis_Fund/apps/ka/sd/donor.ASP ]


    Doações feitas em dólares e somente via cartão de crédito. O valor é livre, mas a ONG indica que basta doar US$ 1 (pouco mais de R$ 1,50) por dia durante 100 dias para salvar uma criança da fome.

    Care

    [https://my.care.org/site/Donation2?df_id=9620&9620.donation=form1]

    O doador pode optar entre as sugestões ou doar um valor desejado. A doação é feita em dólares. A entidade informa o que pode ser feito com o valor doado.

    Action Aid

    [http://www.actionaid.org.br]

    Agência tem página simples para as doações. Basta preencher os dados, estipular o valor e contribuir.

    Há também a opção do voluntariado, onde algumas agências, como as Nações Unidas [http://www.onu.org.br/] e o Voluntariado Mundial,[ http://www.worldvolunteerweb.org] oferecem programas de voluntariado, local ou à distância.

    Entendo que quando a sociedade civil é acionada, há um retorno. Mas esse tipo de mobilização é aquilo que defendo “ser melhor do que nada”, e vou explicar a razão: África é um continente que clama por auxílio, e ele chega, porém, a conta-gotas. Não porque é ofertado um número pequeno de auxílio, mas em razão de, dia após dia, aumentar o número de necessitados. São milhões que precisam de ajuda imediata para viver, portanto, essa ajuda, é muito bem vinda, afinal de contas, o que pode ser pior do que presenciar outro ser humano morrer a míngua?

    Ocorre que essa ajuda gera um custo operacional enorme, faltando, evidentemente recursos humanos e financeiros para algo terminante. Portanto é uma mobilização que não tem fôlego para alcançar objetivos maiores. Isso sem mencionar um artigo que li, certa vez que me deixou pasma: “Pelo amor de Deus, parem de ajudar África”, de James Shikwati, um economista queniano. Fiquei estupefata com essa espécie de ‘revelação’.

    Por essa razão, é tão importante ter ao menos, dois pontos de vista de uma mesma questão, e também por isso bato na tecla do poder transformador da Educação: com ela, será possível, um dia, que esse continente seja cada dia mais independente. È importante lembrar que uma mudança social não se faz de uma noite para o dia – é algo a ser plantado hoje, e só ser colhido daqui umas duas décadas. È essa a solução que apresento, entendo que não é algo que ocorrerá imediatamente, o que lamento profundamente, mas sei também que, será algo definitivo.
    ResponderExcluir
  24. Realmente não sei o que poderia ser feito HOJE para esses milhões de feridos em sua dignidade humana, mas em médio prazo, vejo nas soluções internas a resposta para que catástrofes como essa não sejam mais toleradas e muito menos, repetidas. Numa analogia diria que eles têm os ingredientes, falta apenas o modo de fazer a receita.

    E eis que termino minha participação, agradecendo meu oponente que se mostrou desde o início comprometido com o tema, e com isso fez deste duelo tão interessante. Aprendi muito com as reflexões que me proporcionou, e por isso, agradeço.


    Até uma próxima oportunidade :)