terça-feira, 31 de julho de 2012

Octávio Henrique X Big John - Dragon Ball


  1. Curso de Dragon Ball Geral

    Parte Primeira/Considerações Iniciais – Informações Gerais e Levantamento da Questão-Problema

    Bom, como desafiante neste debate sobre um tema deveras inusitado, é meu papel delimitar sobre o que discutiremos meu oponente (Big John, o Lendário) e eu.

    Para começar, explico o porquê de este comentário, ao contrário de outros em meus outros debates. Pretendo, por meio destas minhas postagens e das de meu nobre amigo BJ, fazer uma singela homenagem a um ícone da Linguística, o filósofo suíço Ferdinand de Saussure, cujas falas nas aulas que ministrou na Universidade de Genebra foram atenciosamente anotadas por seus alunos e compiladas no livro Curso de Linguística Geral, hoje usado como base inicial para grande parte dos mais importantes estudos da área. Se Saussure, com todo seu conhecimento lingüístico, aprofundou os estudos lingüísticos, eu e BJ usaremos de nossos conhecimentos das séries Dragon Ball para fazer deste debate uma leitura agradável e enriquecedora sobre o tema.
    (Nota: Está é apenas uma TENTATIVA de homenagear o lingüista, já que, sendo franco, no dia em que tiver 1/10 da capacidade acadêmico-intelectual dele, estarei nas nuvens).

    Enfim, hora de “fronteirar” o tema. Gostaria de deixar claro que, apesar de existir a parte GT da série, esta não será abordada por mim, e peço ao meu adversário que também não o faça, pois, como sabiamente diria o criador da FB page Gokuísmo, as escrituras GT são controversas, pois há elementos que acabam sendo incoerentes ante as outras sagas e, além disso, não foi uma saga criada pelo autor original (e profeta) Akira Toriyama.

    Assim sendo, falaremos apenas de Dragon Ball e Dragon Ball Z, mas à luz de uma afirmação do meu oponente. Segundo ele, o melhor lutador da série é Majin Buu, demônio criado pelo mago Bibidi e que era originalmente baixinho, mas após absorver dois supremos senhores Kaio tomou a forma Fat Buu, sobre a qual Bibidi perdeu o controle, tendo então que trancar o monstro em um ovo que seria milênios mais tarde reaberto pelo mago Babidi, filho de Bibidi. BJ defende que, da forma Fat Buu à Super Buu e à Kid Buu, Majin Buu foi o melhor de todas as temporadas de modo incontestável.

    Com isso em mente, quero saber: Com qual base o meu oponente escolhe, dentre todos os lutadores de Dragon Ball e Dragon Ball Z, justamente o Majin Buu? Devo lembrar, antes de passar-lhe a palavra, que, em DB, houve 3 grandes Torneios de Artes Marciais, o 21º, 22º e 23º, e, em DBZ, houve 4 sagas (Sayajins, Freeza, Androides e Buu) e muitos filmes (Cooler, Turles, Broly, Slug, Bojack, Hirudegarn, Garlic Jr., Dr. Wheelo e Janemba), sendo que, de tudo que listei, podemos extrair diversos personagens para refutar sua tese, e que usá-los-ei sem pestanejar.

    Enfim, a palavra é sua, Big John. Usarei réplica e tréplica para aprofundar a questão dos Torneios (DB), Sagas (DBZ) e filmes (DBZ).

    Encerro a primeira parte da aula e o saúdo,
    Octavius.

    PS: Desculpem pelo formato ter saído errado, rs.
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  2. Boa tarde, de fato foi um épico e também vários foram os torneios, além de diversos confrontos, inclusive, entre aqueles ditos amigos. Elejo Majim buu entre todos, excetuando sua primeira fórmula onde, glutão, era tido como um manipulável pelo canastrão Bibidi.

    Após libertar-se dessa forma, tornou-se um guerreiro insuperável, cheio de veneno, para não falar em seus recursos de auto-recuperação que possibilitavam que se recompusesse, fosse qual fosse o seu ferimento.

    O final da era Majin Buu requereu vida e morte de muitos heróis, retornos e reincorporações, demonstrando que todos os demais juntos, foram incapazes de realizar, derrotarem Majin Buu.

    Outros vilões tinham poderes parecidos, alguns como Freeza deram muito trabalho à saga dos Sayadins, mas, nenhum deles se comparou a Majin Buu.

    A começar pelo número de episódios dedicados a esse personagem, muito superior a qualquer outro adversário. Desse modo e com esse propósito, desafio meu adversário a demonstrar qualquer outro personagem dentro da saga referida, que tenha exercido papel tão fundamental.

    É claro, excetuando o Mister Satã, cuja existência reservava-se à piada num contexto de guerreiros lendários onde compareceu do início ao fim.


    "Sábio é o homem que conhece alguma coisa sobre tudo e tudo sobre alguma coisa" Estou falando com alguém que conhece TUDO sobre DB, pois que o sobre o nome Big John, jamais ouse pairar a dúvida da covardia, combati todos os combates e minha espada nunca esteve distante de meu alcance.

    Big John
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  3. Parte Segunda/Réplica – Conhecendo um Pouco Mais Sobre o Universo dos Guerreiros Z e Detonando a Lenda Buu

    A maioria das pessoas reclamaria por causa do tamanho das Considerações Iniciais do meu oponente, e talvez com razão, já que, muitas vezes, CIs curtas podem inferir falta total de compromisso por parte do debatedor. No entanto, não só não reclamo como lhe agradeço, meu caro Big John. Você foi objetivo e diretíssimo em suas primeiras considerações. Sendo assim, tentarei refutar a sua tese da mesma forma.

    Como esperado, você disse que escolheu o Majin Buu pelo mesmo motivo que muitos escolhem o Cell, por exemplo. Citando-lhe, Big John, você disse: “Elejo Majin Buu entre todos, excetuando sua primeira fórmula onde, glutão, era tido como um manipulável pelo canastrão Bibidi. Após libertar-se dessa forma, tornou-se um guerreiro insuperável, cheio de veneno, para não falar em seus recursos de auto-recuperação que possibilitavam que se recompusesse, fosse qual fosse o seu ferimento.”.

    Primeiro, é bom esclarecer que Majin Buu, ao contrário do que reza o senso comum, não era tão indestrutível assim. Prova disso é que em determinado momento de sua batalha com Vegeto (primeira fusão de Vegeta e Goku com os brincos Potara), ele começou a ter dificuldade de se regenerar após tomar uma enorme surra. E isso porque já havia absorvido Gotenks, Piccolo e Mystic Gohan, o que significava um grande aumento em seu Ki no geral. Aliás, falando em Mystic Gohan, este também chegou muito perto de matar Super Buu, e só não o fez por causa de um truque do referido demônio. Se o truque não tivesse sido feito, Gohan o teria matado com uma facilidade surpreendente para alguém tão poderoso.
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  4. Depois, para solidificar sua tese, você afirma que “O final da era Majin Buu requereu vida e morte de muitos heróis, retornos e reincorporações, demonstrando que todos os demais juntos, foram incapazes de realizar, derrotarem Majin Buu.”. Agora precisamos raciocinar um pouco: Buu enfrentou, como Super Buu, seis grandes figuras: Gotenks, Piccolo, Mystic Gohan, Goku, Vegeta e Vegeto. Você poderia argumentar comigo que também enfrentou Kuririn e Yamcha no templo de Kami-sama/Dendê e Tenshinhan no deserto, quando este foi ajudar Mystic Gohan.

    Porém, o que aconteceu não foi um enfrentamento: Kuririn e Yamcha foram transformados em chocolate, Tenshinhan foi deixado inconsciente com apenas um golpe. Além disso, temos que ver também que, durante a série, os heróis mudam. Kuririn, Tenshinhan e Yamcha foram perdendo a importância. Já na saga Cell eles já não eram “os heróis”, como foram durante o início de Dragon Ball. Ou seja, a não ser que você considere 6 um número muito grande, não, Buu não enfrentou muitos heróis.

    Para agravar, Buu só não foi morto antes porque usou de artifícios e das mancadas de seus adversários. Gotenks e Piccolo poderiam tê-lo destruído, mas o tempo de fusão de Gotenks acabou antes do golpe final e o demônio escapou da morte. Logo depois, veio Gohan. Este massacrou Buu o quanto queria e só não o matou por causa da superconfiança de Goten e Trunks, que se fusionaram e foram absorvidos por Buu assim como Piccolo, o que deixou Gohan, tido por Akira Toriyama como mais forte que o Buu com Gotenks e Piccolo absorvidos, com culpa, o que diminuiu sua força e o fez perder. Depois, vem Goku SSJ3 e equilibra as coisas. Buu, perdendo o poder de Gotenks, de novo precisa apelar e absorver Gohan. Vem Vegeta e os dois fazem a fusão Vegeto, que só não derrota o Buu com Gohan absorvido porque os dois inventaram de querer salvar os amigos ABSORVIDOS por Buu. Ou seja, até aí, além de Buu não ter matado nenhum herói, ele só derrotou seus adversários por meio de truques e sorte, o que significa, em termos práticos, que o vilão, de especial, nada tinha.

    Depois veio Kid Buu, que só enfrentou três heróis: Goku, Vegeta e Fat Buu (Buu Gordo). Esse, também, não chegou a matar qualquer dos heróis. Aliás, ele só deu um pouco de trabalho porque Goku se empolgou com a forma SSJ3 e não o finalizou. Creio, assim, ter provado que, ao contrário do que meu oponente pensa, o caso de Buu foi bem mais de sorte e de vacilos alheios, não de mérito próprio.
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  5. Comparando com o mesmo vilão que BJ lhe comparou, no caso Freeza, foi este, na verdade, que deu maior trabalho aos guerreiros Z. Veja bem: tínhamos, para enfrentá-lo, o namekuseijin Neil; Kuririn; Gohan ainda criança e sem total controle de seus poderes; Vegeta, que só conseguiu mais poder por quase morrer mais de uma vez; Piccolo, que só pode acompanhar a segunda forma de Freeza por ter se fusionado com Neil; e Goku, que, de fato, teria perdido para Freeza caso este não tivesse matado Kuririn e despertado a fúria do Super Saiyan. Dos seis que enfrentou, Freeza deixou Neil à beira da morte já na primeira forma, superou Piccolo na terceira e o deixou à beira da morte quando assumiu sua última forma com apenas um raio fino de energia, deixou Gohan sem energias, matou Vegeta e Kuririn com facilidade e quase acabou com Goku, e isso tudo sem ter a habilidade de sentir o Ki dos outros, como Buu tinha. Creio, aqui, ter provado que não foi Buu o mais trabalhoso. Aliás, nem chegou perto.

    O próximo argumento do meu oponente é um tanto leviano. Ele argumenta com o número de episódios dedicados ao personagem. A questão é que esses episódios, em boa parte, não foram desejos de Akira. Foi nessa saga que Toriyama e Funimation se desentenderam e houve alterações na saga. Era, por exemplo, para Gohan ser o herói novamente. Porém, por causa do prestígio de Goku, isso foi alterado pela Funimation. Não fosse isso, teríamos pelo menos 15 episódios a menos. Foi, aliás, por causa das complicações da saga Buu e do seu próprio desejo de parar de escrever DBZ que Akira nada mais produziu. O resultado disso foi a ganância por audiência da Funimation que resultou, a não ser pela inclusão das personagens Pan e Uub, no excremento que conhecemos por Dragon Ball GT. O que quero dizer é o seguinte, BJ: argumentar com episódios é um tanto falho, especialmente considerando que muitos deles foram criados para alongar a série, ou seja, não foram retirados do mangá original.

    Porém, é o argumento que vem agora que vai guiar a minha tréplica: “Desse modo e com esse propósito, desafio meu adversário a demonstrar qualquer outro personagem dentro da saga referida, que tenha exercido papel tão fundamental.”. Para fechar esta réplica, vou apontar alguns dos que ainda estavam na saga Buu como bem mais importantes do que ele próprio. Cito aqui o Mestre Kame, o Kuririn, o Yamcha, a dupla Tenshinhan e Caos, Piccolo, Gohan, Vegeta, o próprio Goku e Dendê, que era o novo Kami-sama. Gostaria de terminar instigando meu oponente: grande Big John, por que acha que escolhi estes nomes para refutar sua tese do Buu super importante? Por que não escolhi, por exemplo, apenas Goten e Trunks, ou apenas o Goku e o Gohan? Quero, em sua réplica, que tente refutar meus prévios argumentos e responder a este questionamento. Esclareço e exploro mais coisas na tréplica, passando-lhe, agora, a palavra.

    Encerro a segunda parte do curso e desejo-lhe boa sorte,
    Octavius
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  6. Nem preciso fazer o histórico porque ele beirou a perfeição na descrição de meu adversário, bem verdade que tendencioso naquilo que o interessava, cometeu alguns absurdos, entre os quais destaco "...Creio, assim, ter provado que, ao contrário do que meu oponente pensa, o caso de Buu foi bem mais de sorte e de vacilos alheios, não de mérito próprio."

    Ora, ninguém entra numa batalha de vida e de morte contando com o fator sorte, e, mesmo que a sorte lhe afortune UMA vez, isso não significará que voltará a fazê-lo, e voltará e voltará e voltará. Meu adversário impôs a atuação de meu cliente, Mister Majin Buu,o fator sorte com um adicional criminoso.Sun Tzu se revirou na sua tumba.

    Majin Buu, enfrentou todos os guerreiros citados, todos revestidos de poderes especiais, e que agora não se intente diminuir a importância de um ou de outro, apelando para o aparente esquecimento do autor, ou sua preferência em privilegiar alguns em detrimento de outros.

    O fato é que numa saga não se poderia ter no mesmo nível de status 9 personagens diferentes, incluindo ai a capacidade mecânica e de engenharia espacial da esposa de Goku, ora, tudo isso são fatores pelos quais Majin Buu TEVE que superar para manter-se vivo.
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  7. Não deveria o Otávio tentar diminuir a importância de uma figura como Yamchia, Picolo ou Kuriri, entre outros, e sim adiciona-los na lista dos que foram derrotados por esse brioso e imbatível guerreiro, cuja admiração ainda é maior, pelo fato de, em 90% de suas batalhas, ter enfrentado e vencido sozinho, sempre, bandos adversários.

    Aliás, esses bandos adversários a meu ver, contam apenas com três verdadeiros guerreiros, Goku, Vegeta e Picolo, os demais são um bando destrambelhado, sem concentração e desprovidos de ideais, diria em última instância, crianças no sentido literal e figurado da palavra.

    Goku e Vegeta, sempre em guerra para ver QUEM se sobressai ao outro, e, de uma outra forma, Pícolo também. O trabalho de Majin Buu estava mais que facilitado diante dessa bando de frangotes.


    Meu adversário tentou mostrar que Freeza foi o maior adversário dos Sayadins, mas senhores, leiam, vejam e façam um exercício de empatia e me digam se acreditam nas emoções que ele, Octávio, dá as suas próprias palavras para justifica-las, vejam:

    "...o caso Freeza, foi este, na verdade, que deu maior trabalho aos guerreiros Z. Veja bem: tínhamos, para enfrentá-lo, o namekuseijin Neil; Kuririn; Gohan ainda criança e sem total controle de seus poderes; Vegeta, que só conseguiu mais poder por quase morrer mais de uma vez; Piccolo, que só pode acompanhar a segunda forma de Freeza por ter se fusionado com Neil; e Goku, que, de fato, teria perdido para Freeza caso este não tivesse matado Kuririn e despertado a fúria do Super Saiyan. Dos seis que enfrentou, Freeza deixou Neil à beira da morte já na primeira forma, superou Piccolo na terceira e o deixou à beira da morte quando assumiu sua última forma com apenas um raio fino de energia, deixou Gohan sem energias, matou Vegeta e Kuririn com facilidade e quase acabou com Goku, e isso tudo sem ter a habilidade de sentir o Ki dos outros, como Buu tinha. Creio, aqui, ter provado que não foi Buu o mais trabalhoso. Aliás, nem chegou perto"
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  8. Quando reconhece que Freeza pegou os Sayadins em fase infantil, quando assume que no caso da maioria, os poderes eram desconhecidos, quando admite que Freeza não tinha a capacidade de Majiin Buu de "sentir" o KI, MEU adversário reconhece automaticamente sua inferioridade.

    Foi um grande esforço da parte de meu adversário tentar desqualificar meu cliente, mas restou de tal manobra, simplesmente ratificar sua hegemonia, predominância e admiração.

    Sobre os pedidos de meu adversário, direi que as fusões NUNCA deram 100% certo, aliás, aquelas vozes sobrepostas eram nauseantes, toda vez que garotos assumiram papeis de adultos, também, jogar responsabilidade de uma batalha sobre um menino, era manobra que fazia a audiência perder o interesse na saga.

    De minha parte, e por questões pessoais, admiro o Kuriri, primeiro por estar sempre pronto a servir (sementes dos deuses lembra-se?) segundo porque era da paz, sorria e eu tenho um amigo lutador que é o Kuriri escarrado, vou tentar arrumar a foto e comprovará.

    Ai está minha réplica e acredito que meu adversário está como um boi numa vaquejada, deitado com ambas as patas amarradas, Majiin Buu nunca esteve tão forte e nenhum fenômeno há que o possa demove-lo dessa convicção.

    Quero que meu adversário NEGUE que externa emoção positiva ao falar de Majin Buu, pois da era de ouro do DB era ele o herói maior a embalar a tarde de muitas crianças. Quero que meu adversário NEGUE ou ASSUMA, essa verdade.

    Big John
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  9. Parte Terceira/Tréplica – Detonando The Best that Never Was (O Melhor que Nunca Foi)

    Bom, começo minha tréplica fazendo uma analogia à Terra do Nunca (The Land that Never Was), pois, assim como a Terra do Nunca nunca foi de fato, Majin Buu, ao contrário do que diz Big John, foi o Melhor que Nunca Foi.

    Porém, antes de explicar o porquê dessa minha consideração novamente, vou refutar, primeiro, algumas falácias de meu oponente. Primeiro, Big John defende Majin Buu usando-se de Sun Tzu para inferir que sorte, em uma batalha, não é ruim. De fato, não é demérito. Só que Sun Tzu, do que eu me lembre, escreveu A Arte da Guerra, não “A Arte da Luta Corpo a Corpo/ da Luta Um contra Um”. E na luta corpo a corpo, especialmente quando se quer provar que um guerreiro é melhor que o outro, sorte acaba sendo demérito SIM! Uma coisa é uma guerra, outra é uma luta dessas. Ser sortudo não prova em nada as habilidades de um guerreiro em uma luta. Só prova, no caso de Buu, que ele sobreviveu mais do que iria em condições normais e sem a presença do acaso ou do erro alheio. Prova, também, é o que te falei: era, na verdade, para Gohan tê-lo matado de vez. Ou seja, era para haver bem menos episódios, o que, pelo menos em parte, já mostra que Akira Toriyama, pelo menos, não era tão fã de seu próprio personagem.

    Depois, o meu oponente afirma que eu tentei diminuir a importância e o poder relativo de certas figuras da série. Não haveria nenhum problema, não fosse o fato de que, para alguém estar debatendo sobre DB e DBZ, ele deveria saber que a série tem esse funcionamento: figuras vão sendo superadas. Yamcha, já na Saga Cell, não tinha mais a mesma importância de antes. Tenshinhan, na saga Buu, caiu com um só golpe. Kuririn, também, não perdeu importância, mas não conseguiu acompanhar os outros no nível de crescimento do Ki. Meu oponente também parece não entender que, para se avaliar um lutador de anime, o que importa não é o número de adversários, mas sim o poder que cada um deles tem. Se juntássemos os Kis, ao fim da série, de Kuririn, Yamcha e Tenshinhan e comparássemos com Buu, o deste seria pelo menos 100 vezes maior que o daqueles. Assim sendo, mesmo que eles se juntassem, não iriam derrotá-lo. Seriam bem mais fracos e menos importantes que Goku, por exemplo, em uma batalha. Buu derrotou aqueles com um só golpe (ou seja, nem houve batalha), mas foi derrotado pelo esforço de Goku e Vegeta. Aliás, só não foi derrotado antes porque Goku também brincou enquanto era SSJ3 e tinha domínio da batalha. Mais uma vez, foi o fator SORTE, não habilidade, que o salvou.

    Lembro, também, que Chi-Chi, esposa de Goku, nada sabia sobre engenharia espacial. Quem sabia era Bulma, esposa de Vegeta, mas isso não influi muito para a derrota do demônio. Há, também, um trecho em que meu oponente Big John comete um verdadeiro suicídio em sua tese e acaba provando a minha tese. Quando Big John fala que “O trabalho de Majin Buu estava mais que facilitado diante desse bando de frangotes.”, ele prova o que acabei de dizer: Buu só matou os fracos. Para combater os fortes, precisou absorvê-los, enganá-los e contar, sempre, com o acaso.
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  10. Quase no fim de sua réplica, Big John quase destrói minha tese, não fosse um erro. Como ele disse, eu disse, de fato, que foi Freeza que deu maior trabalho aos guerreiros. Ele, de modo esperto, argumenta que Freeza pegou os Sayajins na fase infantil. Além disso ser mentira, pois apenas Gohan era criança dos que listei, ele também fala que os poderes eram desconhecidos. Como diria Téo José: Não, Big John, não é assim. Os poderes não eram desconhecidos, eles eram bem conhecidos. Todos ali já tinham a maioria de suas técnicas e conheciam os seus limites para a época. Eles eram, aliás, a única chance do universo. Se tivessem perdido, a Terra não interessaria a Babidi, pois não haveria ali heróis com energia suficiente para doar ao monstro e fazê-lo nascer. Além disso, analisemos as batalhas: Goku só ganhou vantagem contra Freeza quando se transformou em Sayajin. Antes disso, teve que sobreviver a uma dolorosa batalha. Já contra Buu, Goku só perdeu a vantagem quando não conseguiu manter a forma SSJ3. Quem, então, deu mais trabalho? Fora tudo isso, meu oponente tenta dar méritos a Buu porque este tinha a vantagem de conseguir detectar Kis, enquanto Freeza não podia fazer. O que ele não percebe é que isso é mérito para o Freeza, pois ele não tinha como saber por onde era atacado e dependia puramente da sua força para ganhar as batalhas. Já Buu poderia se esquivar minutos antes.

    Respondendo à última pergunta de meu adversário, não, Buu não era meu herói, primeiro porque ele não era um herói propriamente dito, segundo porque havia guerreiros de sagas anteriores que tinham bem mais o que contar. Caso não lembrem, citei alguns nomes que considero mais importantes que o próprio Buu. Curiosamente, Big John não tentou conjecturar o porquê de eu ter escolhido aqueles para refutá-lo.

    Caso ele não tenha percebido, escolhi um que se destacou em cada um dos momentos que citei. Primeiro, falo sobre Mestre Kame, cuja importância é óbvia: foi ele quem treinou Goku e Kuririn. Se não os tivesse treinado, ambos poderiam ter sucumbido antes da idade adulta e a Terra poderia ter sido governada pela Armada Ribbon Vermelho. Mas, o seu papel de destaque foi no 21º Torneio de Artes Marciais. Não fosse a sagacidade de Jackie Chun, Goku teria matado a todos após ter virado um macaco gigante na final do torneio, matando inclusive a Kuririn. Para este, tenho vários argumentos: Não fosse ele, Caos teria passado à semifinal do 22º Torneio de Artes Marciais e poderia, com sua telepatia, ter derrotado Goku. O que aconteceria, então, é que Tenshinhan teria ganhado o torneio do mesmo jeito, mas, por não enfrentar Goku, teria ficado com o seu antigo mestre e continuado a trabalhar para o mal. Seria, no fim das contas, só mais um lutador comum. Fora o fato de Kuririn ter salvado a pele de Gohan na Saga Freeza, do mesmo Gohan que mais tarde derrotaria Cell e possibilitaria a vinda de Babidi à Terra, o que não aconteceria sem a existência de Gohan, pois a Terra teria sido destruída.

    Com isso, já citei Kame, Kuririn e Gohan, falei sobre dois dos torneios e as sagas Cell e Freeza. Vou falar, agora, de Piccolo, Yamcha, Tenshinhan e Caos. Não fosse por Piccolo ter enfrentado Goku na final do 23º Torneio de Artes Marciais, este não teria ficado forte o suficiente para enfrentar Raditz, na saga dos Sayajins, e seria morto, pois seu Ki era muito menor que o do primeiro Sayajin a invadir a Terra. Com isso, a Terra seria vendida ou destruída e Buu não apareceria. Os outros três tem importância, especialmente, na saga Sayajin, pois, não fosse o tempo que compraram para Piccolo, Gohan e Kuririn, estes não segurariam a batalha contra Vegeta e Nappa até Goku chegar e os dois acabariam, juntos, derrotando Goku e destruindo a Terra, o que, de novo, não possibilitaria o aparecimento de Buu.
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  11. Agora, Vegeta. Esse, sem dúvida, tem destaque. Não tivesse ele quase matado Goku ao fim da saga Sayajin, este não ganharia tanto poder quanto ganhou e teria caído ante as forças especiais Ginyu, o que acabaria selando, na saga Freeza, o fim de tudo. Porém, o próprio Vegeta precisou da ajuda de Dendê para se curar e pelo menos servir de brinquedo para a forma final de Freeza até Goku se recuperar. Fora isso, ele também teve participação na Saga dos Androides, quando deu mais tempo para Goku treinar ao manter Cell com as mãos ocupadas e quase matá-lo. Também na saga dos androides, foi graças às esferas do dragão criadas por Dendê que os guerreiros lutaram com mais tranqüilidade contra Cell e puderam novamente ressuscitar pessoas. Não fosse, também, o esforço de Gohan e de Goku para acabar com Cell, o fim da Terra seria selado.

    Por último, Goku. Aqui é mais fácil: de ponta a ponta da série, caso ele não existisse, a Terra teria sido dominada ou destruída bem antes de Buu existir. Poderia ter sido contra o pai de Piccolo, o Rei Piccolo, que tinha esse poder, poderia ter sido contra Raditz, que, frustrado por não encontrar seu irmão, daria fim à Terra, poderia ser contra Vegeta, Garlic Jr., Cooler, Cell, Broly, enfim.

    O que importa é: diante da importância de Goku e dos outros, a de Majin Buu é, de fato, mínima. Foi apenas mais um vilão que contou mais com a sorte do que com a habilidade propriamente. Contou bem mais com o poder do que com a técnica. Veja-se, também, que a saga Buu foi quando, definitivamente, poder de luta importou bem mais que técnica. Quero que compare a luta de Yamcha e Tenshinhan nas quartas-de-finais do 22º Torneio com qualquer uma de Buu e diga-me com franqueza: Em qual das duas você viu maior originalidade? Em qual delas você viu que as técnicas, não apenas o poder, fizeram diferença? Quero que, desta vez, tente mesmo responder às minhas interrogações sem divagações ou fugas ao tema. Mando o link do vídeo e mando de outros dois em que o Gohan do Futuro, que você uma vez chamou, metaforicamente dizendo, de “Inútil”, dá o máximo para tentar salvar o planeta em que vivia e o seu discípulo Trunks dos androides. Buu, alguma vez, fez isso? Buu jogava limpo?

    Enfim, deixo os vídeos e quero que me responda à altura.

    Links:
    http://www.youtube.com/watch?v=i_s0xvp3de0
    http://www.youtube.com/watch?v=DeOzE-oR-qM
    http://www.youtube.com/watch?v=mlNTih5lWwE&feature=channel&list=UL

    Espero, sinceramente, que isso amplie sua visão,
    Octavius
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  12. Meu adversário parece mostrar-se estranho, e sobre os efeitos narcóticos de alguma planta interiorana, começa a confundir seus ídolos mesclando Michael Jacksom com Majiin Buu, entretanto, aquilo que um foi em vida o outro alcançou somente com a morte, o reconhecimento da posteridade.

    Depois, alucinado, meu adversário sem ter COMO atacar os argumentos criados pelo seu próprio conhecimento, ataca a Sun Tzu, questionando contra esse, a questão da sorte numa batalha. Rsrsrs.

    Ora, meu adversário considera que Majiin Buu, POR SORTE, venceu a todos os seus adversário, obrigando-os a fusões, mortes e ressuscitações sem planejamento, ao sabor do desespero. Ora, quem se lança a uma batalha, independente de ser um homem ou um exercito, resta-lhe uma orientação e é a mesma, conhecimento, informação e logística.

    Infelizmente, vejo que Octávio Henrique desconhece campanhas militares, conhece a saga do DB, mas atrapalha-se ao justifica-la e mostra-se medíocre ao tentar desmerecer o poder infinito de Majiin Buu sobre todos os demais guerreiros dessa e daquela ordem.

    A minha pergunta "...Quero que meu adversário NEGUE que externa emoção positiva ao falar de Majin Buu, pois da era de ouro do DB, era ele o herói maior a embalar a tarde de muitas crianças."

    Sobre essa minha pergunta NADA comentou, porque certo é que se contrariasse essa premissa, sua mentira seria maior que sua incompetência em justifica-la.

    Vamos portanto, fingir que a ausência da sua atenção passou desapercebida.
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  13. Aqui vejo dois aspectos a considerar, primeiro, meu adversário quer colocar Freeza como adversário de Majiin Buu em termos de destreza marcial. Diz adiante que, não dispunha da capacidade de Majiin Buu para saber sobre o KI, mas nada informou sobre o rastreador que Freeza usava para a mesma função.

    A certo ponto, meu adversário perdido e desatento, faz esse comentário

    "...Quase no fim de sua réplica, Big John quase destrói minha tese, não fosse um erro. Como ele disse, eu disse, de fato, que foi Freeza que deu maior trabalho aos guerreiros. Ele, de modo esperto, argumenta que Freeza pegou os Sayajins na fase infantil.

    Sim, tu o dissestes, com tua boca confessastes e é a verdade. Todos os guerreiros eram destreinados e estavam se familiarizando com seus poderes. Freeza teve facilidades mas Majjin Buu encontrou somente pedreira.

    Mesmo assim, ninguém bateu em Majiin BUU, ele surrou Goku, surrou depois da fusão, antes da fusão, vivo e depois de morto.

    Agora os heróis anteriores a Buu causaram-me um acesso de riso, mestre Kami, Kuriri, exceto pela simpatia.

    Nunca houve nenhum herói em importância nessa saga comparável a Majin Buu., e você sabe disso. Toda a sua dificuldade e atrapalhações se resumem nessa difícil arte de querer ser sofista, tendo um coração verdadeiro.
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  14. Gosto do Vegeta, mas, como os demais que foram perdendo espaço na medida que os episódios foram rolando, ele também tornou-se fadado a fracassar, sempre.

    Seu principal concorrente não era Majin Buu, esse estava 100 anos luz de sua capacidade, seu inimigo era, foi e será o Kakaroto, uma caso quase sexual, tamanha a afeição psicológica elevada a forma de ódio por Vegeta.

    Lógico que o escritor, junto com o editor, escolherão alguém segundo suas estatísticas, nascidos para ganharem, inclusive no papel de vilão.

    Na saga do DB se de um lado havia Kakaroto ou Goku, no outro estava Majiin Buu e todas as suas variações, culminando com a maior audiência de todos episódios. Claro é que os produtores fizeram de tudo para esticar esse confronto promovendo toda espécie de retorno.

    Picolo, Vegeta, Freeza, 16 e 17 etc... são por dizer figurantes da fórmula que procuravam e acharam no confronto final de Goku x Majjin Buu, contra o qual nenhuma outra combinação deu melhores resultados.

    Essa é a única verdade, tenho que desligar agora, até amanhã.
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  15. Última Parte/Considerações Finais - Retomando Conceitos e Destruindo o Mito Majin Buu

    Depois de ver essa tréplica do meu adversário, a qual continha mais argumentum ad hominem do que qualquer debate meu e mais informação errada ou não comprovada do que prova de faculdade com nota zero, fiquei pasmado. Sinceramente, não esperava enfrentar uma pessoa que demonstrasse tanta falta de conhecimento sobre o assunto em todas as suas participações, rsrsrs.

    Enfim, risadas tragicômicas à parte, vamos a elas. Primeiro, sobre meu adversário afirmar que eu estivesse sobre efeitos narcóticos, acho que vou deixar aos leitores esse tipo de julgamento. Aliás, Big John, já está aí seu primeiro ad hominem: Tentar desvalorizar o adversário impondo-lhe condições das quais você não tem provas e que pouco tem a ver com o debate. Segundo, sobre Sun Tzu, duas coisas: Não, eu não o questionei. Eu questionei o meu oponente por ter usado um livro chamado A Arte da Guerra para julgar as batalhas totalmente ficcionais de Dragon Ball e Dragon Ball Z. Curiosamente, meu oponente não deve saber que, em lutas oficiais, sorte dificilmente faz um lutador competente ganhar qualquer coisa. Não foi o caso de Majin Buu: ele ganhou de Gotenks porque a fusão dele acabou na hora H, ganhou de Gohan porque Goten e Trunks foram confiantes demais e foram absorvidos, absorveu o próprio Gohan para ganhar mais poder e derrotar Goku e Vegeta, apanhou de Vegeto e só não perdeu porque este quis salvar Gohan, Piccolo, Goten e Trunks, tirando-os de dentro do monstro, quase morreu nas mãos de Goku SSJ3, que só não o derrotou porque a forma SSJ3 falhou na hora H, e depois foi morto pela Genkidama de Goku. Quer dizer: além de só não morrer por sorte, era incompetente também quando tinha o domínio da situação. Também pecou várias vezes pela super confiança, o que o iguala aos guerreiros que você tanto critica, Big John. A segunda coisa, a nível de informação, é que a própria existência de Sun Tzu é questionada. Há rumores de que Sun Jian, pai do fundador do Reino de Wu, em 229 d.C,era seu descendente direto, mas são só rumores. Ainda assim, repito: não ataquei, em momento algum, Sun Tzu. Deixo esse tipo de julgamento para os nossos leitores.

    Depois, Big John diz que não respondi sua pergunta. Os leitores sabem, e acho que até ele sabe, que não é verdade. Quando disse “Respondendo à última pergunta de meu adversário, não, Buu não era meu herói, primeiro porque ele não era um herói propriamente dito, segundo porque havia guerreiros de sagas anteriores que tinham bem mais o que contar. Caso não lembrem, citei alguns nomes que considero mais importantes que o próprio Buu.”, referi-me EXATAMENTE à pergunta que ele citou. Se Buu não era meu herói, muito provavelmente eu não externo emoção positiva ao falar dele, concorda? Quem, aliás, nada falou sobre minha pergunta foi o próprio Big John, que deixou que eu mesmo a respondesse.
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  16. Em seguida, há uma mudança de atitude e ele começa a argumentar dizendo que eu não citei o rastreador de Freeza. O detalhe é: Freeza não o usou de fato. Na batalha contra Neil, o rastreador serviu apenas para medir seu poder que, por ser muito inferior ao de Freeza, não fez com que este realmente precisasse usá-lo para detectar Neil. E na batalha contra Vegeta, Freeza também não fez uso do rastreador. Ele, aliás, o quebrou quando fez sua primeira transformação. Além disso, mesmo com o rastreador, Freeza não dispunha das mesmas habilidades de Buu para medir o Ki: o rastreador era usado sempre no início das batalhas para medir a força do oponente e depois era abandonado. Há, também, o fato de a habilidade de medição de Ki de Buu ser inata a ele.

    O argumento seguinte é a própria figura de um excremento. Big John distorce minhas palavras ao dizer que eu confessei que, na época de Freeza, todos os guerreiros eram destreinados. Eu, aliás, disse exatamente o contrário quando afirmei que “Todos ali já tinham a maioria de suas técnicas e conheciam os seus limites para a época.”. Creio, então, que os leitores e estudantes deste nosso curso entendam que, se há algum sofista aqui, não sou eu.

    No passo seguinte, ele mais uma vez dá-me armas para refutá-lo quando diz que Buu só encontrou pedreiras, o que eu não neguei. Só que Buu não chegou a superá-las. Ao contrário do que disse meu oponente, muitos bateram em Buu. Gotenks, Gohan, Vegeto, Goku. Aqueles que foram superados o foram por erro próprio ou por falta de sorte, não por mérito de Buu. Agora, uma indagação convém: Se ele era o guerreiro do poder infinito, o mais poderoso de todos desde sua forma Super Buu (que foi o que meu oponente afirmou em suas Considerações Iniciais), por que, então, apanhou tanto de Mystic Gohan e teve de apelar e absorver Gotenks e Piccolo? Por que, para tentar equilibrar a luta com Goku SSJ3 após ter perdido os poderes de Gotenks, ele precisou absorver logo Gohan? Que vilão de tão grande poder precisa desses tipos de táticas?

    Depois, ele afirma que “não houve herói mais importante que Buu nessa saga” e desdenha dos heróis que eu coloquei. O grande detalhe é o seguinte: sem esses heróis, o vilão mal teria aparecido. Quase todos os heróis ali são mais importantes do que Buu porque, apesar de ele ser o antagonista principal na saga, nada disso teria existido sem as presenças de Kame, Kuririn, Yamcha, Tenshinhan, Piccolo e os outros. O meu oponente, nessa tréplica, fez exatamente o que afirmou que eu fiz na minha réplica: desmerecer esses heróis. O detalhe é que eu nada fiz: simplesmente contextualizei a história da série nas sagas anteriores e mostrei a Big John o erro de seu pensamento. Já ele desconsiderou as sagas prévias e afirma, provando pouco ou nada de seu pensamento, que Buu é o melhor, sendo que não o foi nem em Ki (Goku o superou), nem em técnica (já em Dragon Ball, na luta de Yamcha vs Tenshinhan, mostra-se que a técnica importava muito mais que na saga Buu), nem em originalidade (a maioria de suas técnicas era copiada ou roubada de quem ele absorveu) e muito menos em importância para a série como um todo.
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  17. Porém, é na última parte de sua tréplica que vejo o problema. Constantemente, meu oponente diz que “gosta do personagem X/Y/Z/F/A”. Só que a questão aí não é de gosto, mas sim de fatos. Fatos. Ele diz que Vegeta foi fadado ao fracasso, mas não prova isso, exatamente porque é mentira. Se ele não tivesse brincado com o Cell em sua segunda forma, teria sido, com relativa facilidade, o salvador da pátria. O que o fazia falhar não era falta de poder, era o excesso de confiança. Big John também afirma que os episódios foram os que deram maior audiência. Como ele nada trouxe para provar, sua afirmação poderia ser descartada sem evidências contrárias, mas, mesmo assim, como estou fazendo esse curso, é bom explicar: o motivo de tanta audiência até hoje para a série não é Buu, Cell ou Freeza. Se fossemos levar em conta a opinião dos fãs nas redes sociais, aliás, Buu seria o menos lembrado dos três vilões, sendo Cell o mais lembrado em uns lugares e Freeza em outros. O motivo do sucesso era Goku e o fato da série ter se consolidado por causa do conjunto personagens-mangá-desenho. Colocar que a audiência era maior como argumento é fácil. Difícil é explicar que essa audiência cresceu porque, já nas outras sagas, houve consolidação do público jovem que, admirados pela força de Goku, Vegeta e dos Guerreiros Z e pelo universo Z, fez com que os números de audiência se elevassem a cada temporada e filme, independente de quem fosse o vilão. É sempre fácil se chegar a conclusões. Difícil é explicar o porquê as teve sem mencionar gosto ou ter uma opinião erigida em preconceito. Creio que os leitores sabem qual dos dois fez cada uma das coisas. Deixo a eles essa decisão.

    Por fim, reafirmo minha tese: Buu, para a série como um todo, era apenas mais um vilão, e nem mesmo é o mais célebre. Para a saga, foi apenas uma figura sortuda e pouco original que foi escolhida para ser aquele que se oporia aos guerreiros Z. Creio, nessa e em outras participações, ter provado minha tese. Passo a palavra ao Big John para que este termine este debate.

    Encerro o Curso de Dragon Ball Geral por aqui,
    Octavius

    PS: Vídeo de Buu apanhando de Mystic Gohan:
    Parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=890OrAnX2O4
    Parte 2 (Vejam a artimanha no fim):
    http://www.youtube.com/watch?v=hraK3OuG4IA&feature=relmfu
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  18. Eu lamento muitíssimo questionar-lhe o alucinógeno utilizado, uma vez que mistura Majin Buu com Michael Jackson, Supremo Senhor Kaio com Sun Tzu, Dragon Ball com Arte da Guerra, Freeza pedófilo de sayadins com Majin Buu guerreiro, entre outros, e quando o trago à razão dos fatos estou cometendo o Ad Hominem?

    Senhor Octávio Henrique, afirmo que o senhor desconhece o que é "Ad Hominem" num debate, logo, está por mim perdoado desse choro que caracterizou seus quatro primeiros parágrafos.

    Mais uma vez meu adversário vem nas suas considerações finais a creditar a sorte as vitórias de Majin Buu, colocando que se eu conhecesse de lutas oficiais saberia que não existe sorte. (exceto para o caso de Majiin Buu)

    Os senhores compreendem esse moço? Me ajuda ai O. Afirma que em lutas oficiais não existe sorte, e isso eu posso atestar, num momento em que dentro de 6 meses, farei simplesmente 40 anos que estou envolvido com lutas marciais.

    Mas, no caso de Majiin Buu, somente nesse caso,,,ora, meu adversário diz frontalmente que os escritores e diretores, leitores e assinantes NADA SABEM das artes das lutas, ele sim, na flor de sua idade inferior a 20 anos.

    E dessa forma pretende levar na sua conversa a todos os senhores.
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  19. Depois continua a massacrar o pobre do Sun Tzu que nada tem a ver com a saga do DB, passando a uma inverdade sobre a minha pergunta não respondida, "Qual foi o melhor ou maior de todos os lutadores da saga DB?"

    Octávio Henrique escreveu 08 linhas tentando explicar o porque não fez isso, e o que é pior, tentando remendar, dizendo que fez e que por obrigação deveríamos TODOS sabermos.

    Ficou patético na sua posição de defensiva, chamou o concurso de um ou outro membro desafeto pedindo conselho e mandando mensagens clamando, certamente, socorro.

    No final de suas colocações, ignorando uma série insuportável de choros ele emenda:

    "...Por fim, reafirmo minha tese: Buu, para a série como um todo, era apenas mais um vilão, e nem mesmo é o mais célebre. Para a saga, foi apenas uma figura sortuda e pouco original que foi escolhida para ser aquele que se oporia aos guerreiros Z. Creio, nessa e em outras participações, ter provado minha tese".

    Ele provou alguma coisa para os senhores, além da própria confusão?

    Em outras palavras se Majin Buu não tivesse uma sorte incrível, ele não seria o melhor guerreiro, MAS, como além de bom era sortudo, se transformou sim, no maior fenômeno da saga da saga.

    É lamentável para o Octávio Henrique, alguém que se orgulha tanto do seu conhecimento desses episódios, ter, no momento da escolha do tema, ter sido tão infeliz, sendo esmagado por mim na questão das comprovações, muitas delas saídas das postagens do próprio Octávio Henrique.
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  20. Assim encerramos esse debate, o segundo que tenho contra Octávio Henrique. Quero lembrar aos senhores leitores que o tema foi provar QUEM foi o melhor lutador da saga DB.

    Eu defendi Majiin Buu, meu adversário tentou o debate inteiro encontrar um nome, vacilou entre muitos e terminou sem nenhum, creditando a celebridade de Majin Buu a sua sorte e não a sua competência.

    Queiram votar em quem foi convincente em seu mister.


    Big John

terça-feira, 24 de julho de 2012

Patrick Cesar X Emerson Oliveira - O que é mito e o que é verdade sobre Galileu Galilei?


  1. O Mensageiro das Estrelas

    Galileu Galilei nasceu em Pisa em 1564. Em 1574, mudou-se para Florença, sendo educado no mosteiro de Camaldolese, Vallombrosa, município vizinho. Em 1581, voltou a Pisa para estudar medicina na universidade homônima, tendo abandonado o curso para se dedicar ao que mais lhe interessava: matemática. Reza uma lenda que Galileu, em 1582, observou um grande candelabro preso a uma corrente se movendo, como um pêndulo, no alto da Catedral de Pisa. Com um relógio de bolso, marcou o intervalo de tempo que o candelabro levava para ir de um lado para outro, isto é, o período de oscilação. Para a sua surpresa, verificou que embora o candelabro se movesse cada vez menos o período de oscilação permanecia inalterado. Em sua casa, com uma pedra presa a uma corda, também observou que embora fosse diretamente proporcional ao comprimento da corda o período de oscilação era independente do peso da pedra, contrariando a previsão de Aristóteles de que uma pedra mais pesada teria um período de oscilação menor, isto é, de que um corpo mais pesado cairia mais rapidamente do que um mais leve. Foi devido a esse episódio que Galileu teria concluído que a filosofia natural de Aristóteles possuía determinados problemas.

    Galileu somente voltaria a estudar o movimento dos corpos no final de sua vida, quando em prisão domiciliar. Com a invenção do telescópio em 1608, a partir de 1609, dedicou-se apenas à observação do céu. Antes, aumentou o alcance do telescópio, tendo impressionado o Senado de Veneza, que aumentou o seu salário de professor de matemática na Universidade de Pádua e o efetivou no emprego. Com o telescópio, observou que a superfície da Lua era irregular como a da Terra, apresentando montanhas e vales. Também observou que assim como a Lua ilumina a Terra com a sua luz secundária, a Terra ilumina a Lua com a sua luz secundária. Tudo isso mostrou que ao contrário do que predizia o aristotelismo, a Terra não era tão diferente dos demais astros. Mas a descoberta mais importante foram as quatro luas de Júpiter (ou satélites, como denominou Kepler). Com o fim de obter o apoio e a proteção do grão-duque da Toscana, Cosimo II de Médici, Galileu denominou as luas de Júpiter de "estrelas medicianas". Depois de uma carta de Kepler, Cosimo nomeou Galileu o seu filósofo e matemático principais e o novo professor de matemática da Universidade de Pisa. Galileu publicou as suas descobertas no livro "Sidereus Nuncius", "O Mensageiro das Estrelas", em 1610. O livro foi um sucesso e, devido a ele, Galileu caiu nas graças da corte toscana. Foi admitido pela Accademia dei Lincei e homenageado com um banquete pelo Collegio Romano, cujo reitor era o inquisidor e cardeal Roberto Bellarmino. Foi homenageado também pelo papa Paulo V.

    Os problemas de Galileu com a Igreja começaram quando ele começou a defender publicamente o modelo copernicano em detrimento do modelo ptolomaico. A grã-duquesa da Toscana, Cristina de Lorena, em um encontro com o padre Benedetto Castelli, um dos pupilos de Galileu, disse que estava preocupada com o fato de que o modelo copernicano contrariava as escrituras sagradas em várias passagens, como a Batalha de Gibeão, no Livro dos Romanos. Em uma famosa carta a Cristina (e a Castelli), Galileu argumentou que o modelo copernicano contrariaria as escrituras sagradas apenas caso estas fossem interpretadas da forma errada. Ocorre que a forma errada a que Galileu se referiu é a interpretação das escrituras sagradas (oficial) do Concílio de Trento! Foi o suficiente para em 1615 o padre dominicano Niccolò Lorini denunciar Galileu à Inquisição. Em 1616, Paolo Foscarini escreveu uma carta (em favor do modelo copernicano) ao cardeal Bellarmino, que aproveitou a situação para responder a Foscarini e a Galileu com outra carta.
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  2. Bellarmino escreveu a sua carta sob três contra-argumentos. Primeiro, afirmar que a Terra orbita o Sol, escreveu Bellarmino, "é uma coisa muito perigosa, não apenas capaz de irritar todos os filósofos e teólogos escolásticos, mas também de causar dano à Santa Fé, tornando falsas as escrituras sagradas". Segundo, "como vocês sabem, o Concílio de Trento proíbe qualquer interpretação das escrituras sagradas que contrarie a interpretação sancionada pelas autoridades eclesiásticas". Terceiro,

    "quando fosse verdadeira a demonstração de que o Sol está no centro do cosmo e a Terra está no terceiro céu, e de que o Sol não circunda a Terra, mas a Terra circunda o Sol, então seria preciso tentar com muito cuidado explicar as escrituras que parecem contrárias e dizer que não as entendemos ao invés de dizer que seja falso aquilo que se demonstra. Mas eu não acredito que essa prova exista, pois ela ainda não me foi mostrada."¹

    A carta de Bellarmino a Galileu (e uma carta de Maffeo Barberini) foi uma maneira de protegê-lo da Inquisição, esclarecendo que a Igreja apenas voltaria a conversar sobre aquilo caso Galileu apresentasse uma prova definitiva do modelo de Copérnico. Galileu pensou que a sua teoria das marés fosse a prova definitiva do movimento da Terra, convencendo o cardeal Alessandro Orsini a apresentá-la ao papa Paulo. Os argumentos de Galileu não foram conclusivos e deixaram Paulo furioso com ele. No final, a proposição de que o Sol é o centro do cosmo foi declarada "tola e absurda, filosófica e formalmente herética, já que contradiz expressamente a doutrina das escrituras sagradas em várias passagens" enquanto que a proposição de que a Terra orbita o Sol foi declarada "filosoficamente errada, estando, com relação ao seu valor teológico, pelo menos em contradição com a fé".² O livro de Foscarini foi proibido e o de Copérnico suspenso até que fosse corrigido (a fim de que apresentasse o heliocentrismo como hipótese). Já Galileu somente foi advertido oralmente por Bellarmino que

    "ele abandonasse essas opiniões; e que, caso ele recusasse, o comissário deveria ordenar-lhe, perante um notário e testemunhas, que jamais lecionasse ou defendesse essa opinião e mesmo a discutisse; e que, caso ele mesmo assim não obedecesse, ele deveria ser aprisionado."³

    Devido a rumores de que Galileu estivesse sido torturado e obrigado a abjurar, a pedido de Galileu, Bellarmino escreveu uma carta onde esclareceu que Galileu não foi nem torturado nem obrigado a abjurar, tendo sido somente notificado do conteúdo da declaração de 1616 da Congregação do Índice.
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  3. Galileu não escreveu nada até 1623, quando publicou "Il saggiatore", "O ensaiador", envolvendo-se em um novo conflito, dessa vez com o padre jesuíta Orazio Grassi, cujo pseudônimo era Lotario Sarsi. O livro foi dedicado ao seu amigo Maffeo Barberini, agora papa Urbano VIII. Como Barberini havia intercedido em favor de Galileu em 1616, este decidiu pedir àquele uma autorização para escrever um livro onde oporia os sistemas ptolomaico e copernicano. Tendo Galileu argumentado de que a sua teoria sobre o fluxo e o refluxo das marés era a prova definitiva do movimento da Terra, segundo uma carta do padre Niccolò Riccardi a Galileu, datada de 24 de maio de 1623,

    "é intenção de Sua Santidade que o título e conteúdo não sejam sobre o fluxo e refluxo mas apenas sobre a consideração matemática da posição de Copérnico com relação ao movimento da Terra, de modo a provar que, exceto através da revelação divina e da Santa Doutrina, seria possível salvar os fenômenos com essa posição, resolvendo todas as críticas que tanto a experiência como a filosofia peripatética poderiam avançar. Mas a verdade absoluta jamais pode ser associada a essa posição, que deve ser considerada apenas como hipótese, e sem a inclusão das escrituras sagradas no argumento."

    "Diálogos sobre os dois sistemas principais do mundo, ptolomaico e copernicano" é uma narrativa de um debate entre três personagens, Simplício (o aristotélico), Sagredo (o intermediador) e Salviati (o galileano). Simplício argumenta que,

    "Tendo sempre em mente a mais sólida doutrina que ouvi de uma pessoa eminente e sábia, e perante quem devemos nos calar, sei que se eu houvesse perguntado a vocês dois se Deus em seu poder e sabedoria infinita poderia impor à massa de água seus movimentos diários sem mover seu vaso contenedor, vocês dois me responderiam que Ele poderia, e que Ele o faria de modos que nossas mentes jamais poderiam imaginar. Portanto, concluo que seria muita arrogância limitar e restringir o poder e sabedoria divina à imaginação particular de um indivíduo qualquer."

    Salviati sarcasticamente contra-argumenta que já que,

    "devemos introduzir um milagre para explicar o ir-e-vir dos oceanos, por que não fazer com que a Terra se mova milagrosamente de modo a causar o movimento dos oceanos? Essa operação seria sem dúvida, dentre os possíveis milagres, muito mais simples e natural, já que é mais fácil fazer com que um globo gire [...] do que fazer uma imensa quantidade de água mover-se para a frente e para trás."

    "Diálogos" foi publicado em fevereiro e proibido em agosto de 1632, culminando, em outubro, com a convocação de Galileu para comparecer à Inquisição, em Roma. O restante dessa história deixo ao meu oponente, congratulando-o por ter aceitado debater o referido tema comigo.

    ¹Citado em Koestler, p. 454.

    ²Citado em Koestler, p. 462.

    ³Citado em Koestler, p. 468.
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  4. Agradeço muito o convite de participar deste debate. Vamos lá. Patrick termina de contar boa parte dos fatos relacionado à Galileu até 1623, dois quais não discordo muito. Estes fatos não estão em questão ou contestáveis.
    Lembremos que a regra para entender o caso Galileu é analisá-lo DENTRO dos parâmetros históricos e complexos da época (Reforma, Contra-Reforma, etc.) e não num simples achatamento de “ciência X religião”. Assim, continuemos.
    Antes de iniciarmos, também, é preciso salientar um importante dado omitido pelos críticos da Igreja e mitólogos do caso Galileu. Apesar de hostilidade contra o cristianismo durante o Iluminismo, não foi até o século XIX, quando a hipótese de conflito surgiu. Muitas das falsas informações e mitos (aos quais chamo de "Hipótese de Conflitos") sobre Galileu advêm de livros de dois autores do séc. XIX: "História do Conflito entre Religião e Ciência", de John William Draper e "História da Guerra da Ciência com a Teologia na Cristandade", de Andrew Dickson White. Isto foi dito para esclarecermos alguns pontos do contexto histórico, religioso e científico da época, pois só assim podemos entender o caso Galileu em sua plenitude.
    O que precisamos salientar aqui é que dois focos na vida de Galileu são alvos dos críticos: os processos dos anos 1616 e 1633 e é em torno desses que vou me concentrar já que meu objetivo é esclarecer e desmistificar conceitos errôneos e tendenciosos na história de Galileu.
    A idade moderna da ciência começou em 1543, quando Nicolau Copérnico, um cônego polonês, publicou o Sobre a revolução dos Corpos Celestes. A visão popular é que Copérnico "descobriu" que a Terra gira em torno do sol. Na verdade, a ideia é pelo menos tão antiga quanto os gregos antigos. Mas a teoria geocêntrica, aprovada por Aristóteles e dada como plausibilidade matemática por Ptolomeu, foi o modelo vigente até Copérnico. Foi dada a maior credibilidade por algumas passagens das Escrituras, que parecia afirmar a mobilidade do sol e da fixidez da terra. Os Pais da Igreja simplesmente o tinham como certo, mas eles não estavam realmente interessados em explicações de pesquisas científicas sobre o cosmo. Como Santo Ambrósio escreveu: “Discutir a natureza e a posição da terra não nos ajuda em nossa esperança da vida futura.”
    O sistema heliocêntrico não era contrário à doutrina da Igreja Católica. Durante toda a Idade Média, houve quem propusesse a alternativa heliocêntrica e Igreja nunca entrou em conflito com isto (1). Ela nunca propôs, e ela não pode propor qualquer sistema de ciência meramente física como uma questão de fé. Certamente, se qualquer sistema contradiz os seus ensinamentos ela exerce o seu direito de condená-la. A maioria dos clérigos do início do século XVII, muito naturalmente seguidores das teorias científicas em geral, recebidas de seus dias, rejeitou a ideia de um movimento da Terra em torno do sol, mas a Igreja não os forçou a tal rejeição. O sistema heliocêntrico já era permitido a ser ensinado nas universidades desde que Copérnico dedicou o seu "Revoluções dos Corpos Celestes" ao Papa Paulo III e Calcagnini, que morreu em 1540, não teria ensinado publicamente em Ferrara que “os céus permanecem, mas a terra se move.” (2)
    Depois de 1611, os oficiais da Igreja estavam dispostos a que o heliocentrismo fosse ensinado como uma hipótese (não um fato) e discutido nos círculos científicos, para que a fé das pessoas comuns fosse salvaguardada. Mas Galileu começou a ensinar sua teoria de modo muito estridente e gritante, insistindo que era fato comprovado. Mas ainda não era comprovada e não havia dados suficientes para provar que o heliocentrismo era correto. De fato, à época, para a ciência, havia o mesmo peso para se acreditar tanto no geocentrismo quanto no heliocentrismo.
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  5. Em 19 de fevereiro de 1616 duas proposições de Galileu foram apresentadas pelo Tribunal de Justiça da Inquisição do Santo Ofício, no Vaticano, para orientação quanto à ortodoxia: 1. "O sol é o centro do mundo e, portanto, imóvel de movimento local" e 2. "A Terra não é o centro do mundo, nem imóvel, mas se move de acordo com o todo de si mesma." Em 24 de fevereiro, os teólogos do Santo Ofício declararam que a primeira proposição era "tola, absurda, filosófica e formalmente herética...” e a segunda “para receber a mesma reprovação na filosofia e, no que respeita a verdade teológica, para ser pelo menos errônea na fé”.
    Foi essa falta de provas sobre sua FORMA de defender o heliocentrismo (e não sobre o ensino do heliocentrismo em si, que há era permitido pela Igreja), juntamente com sua própria personalidade abrasiva, que precipitou seus problemas com a Igreja. Galileu era conhecido por sua arrogância, e durante sua carreira, havia um grande número de pessoas a quem ele tinha desprezado, insultado, ou de alguma forma transformado em inimigos. Em 1615 alguns deles viram uma chance de atacar a Galileu acusando-o de heresia por sua afirmação de que o heliocentrismo era fato comprovado. E foi assim que a Igreja solicitou a perguntar se Galileu estava defendendo pontos de vista contrários às Escrituras.
    Em 1616, a pedido de Galileu, o cardeal Roberto Belarmino, um jesuíta e um dos mais importantes teólogos católicos da época- emitiu um certificado que, embora proibisse Galileu de manter ou defender a teoria heliocêntrica, não o impediu de conjecturar sobre ele. Quando Galileu reuniu-se com o novo papa, Urbano VIII, em 1623, ele recebeu permissão de seu amigo de longa data para escrever uma obra sobre o heliocentrismo, mas o novo pontífice advertiu-lhe que não defendesse a nova posição e apenas apresentasse argumentos a favor e contra.
    Quando alguns sacerdotes se queixaram de que seu ensinamento contrário as Escrituras, ele respondeu que a Escritura deve ser reinterpretada à luz de sua teoria. Como a Igreja estava passando pelo delicado e complexo momento da Contra-Reforma e a interpretação particular foi um dos principais itens de controvérsia com os protestantes, isso não poderia ser uma maneira mais rápida de ganhar o desagrado oficial do que ir contra os pontos teológicos da Igreja sobre como interpretar as Escrituras.
    O pe. Grienberger, chefe do Colégio Romano, escreveu que ele nunca teria sido condenado e julgado se não tivesse ofendido os jesuítas (3).
    Quero salientar aqui o extremo e importante papel do cardeal Belarmino nas relações com Galileu. Ele esteve diretamente envolvido na polêmica e deixou claro que o heliocentrismo não foi condenado de forma irreversível, e também que apesar de ainda ser uma teoria não comprovada, não era um fato inatacável. Na verdade, Belarmino efetivamente teve uma compreensão superior da natureza de uma hipótese científica do que Galileu.
    Assim, de 1616, Galileu não foi condenado, mas o cardeal Roberto Belarmino foi convidado a transmitir a notícia a Galileu e lhe aconselhar da decisão, e aconselha-lo que deixasse de defender suas teorias como fato. Ele também lhe pediu para evitar novas incursões de discussão na interpretação bíblica. Galileu concordou.
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  6. Quando Galileu escreveu o “Diálogo sobre os Dois Sistemas do Mundo” (1632), ele usou um argumento que o papa tinha oferecido, e colocou-o na boca do seu personagem Simplício. Galileu, talvez inadvertidamente, fez piada com o papa, um resultado que só poderia ter consequências desastrosas. Urbano sentiu-se ridicularizado e não podia acreditar como seu amigo poderia desgraça-lo publicamente. Galileu havia ridicularizado a própria pessoa que precisava como um benfeitor. Ele também alienado seus apoiantes de longa data, os jesuítas, com ataques a um de seus astrônomos. A Igreja Católica à época não via com bons olhos o fato de um cientista (e ainda rejeitado por muitos de seus colegas cientistas), publicando obras sobre interpretação bíblica e teologia, sendo esta considerada como uma interferência nos assuntos da Igreja. Um ano depois da sua publicação, o livro foi proibido. O resultado foi o infame julgamento, que ainda é anunciado como a separação definitiva entre ciência e religião. (4)
    A Inquisição decidiu contra ele nos dois pontos. Ela declarou-o “veementemente suspeito de heresia”, na medida em que ele havia realizado e acreditava que uma doutrina “falsa e contrária à Sagrada Escritura”. (5) Fizeram-no ler e assinar um ato de abjuração em que ele declarou-se justamente suspeito de heresia, pois eles proibiram a publicação do “Diálogo”, o condenou à prisão do Santo Ofício, e impuseram como penitência sete Salmos Penitenciais a serem ditos uma vez por semana, durante três anos.
    Nenhum estudioso atualmente acredita na fábula que Galileu nesta reunião bateu com os pés com raiva, e gritou: "E pur si muove" – ("mas ela se move”). Os registros do julgamento provam que ele foi submisso e estava ansioso para bajular com seus juízes. Esta afirmação ridícula foi inicialmente atribuída a Galileu pelo abade Irailh (Paris, 1761). (6)
    Assim, os decretos de 1616 e 1633 relativos a Galileu não foram "decretos papais". Foram emitidos por congregações romanas. Um decreto papal e um decreto da parte de uma congregação romana são duas coisas diferentes. Na verdade, como mostra a Enciclopédia Católica, o decreto de 1633: "não recebeu a assinatura do papa". (7)
    A Igreja nunca condenou o sistema de Copérnico e os tribunais não foram ecumênicos e infalíveis da Igreja. (8) A defesa de Galileu, neste processo, foi tão patentemente desonesta que teria perdido o caso em qualquer tribunal (9)
    A realidade histórica não era a de que Galileu foi condenado porque ele não podia provar cientificamente uma teoria que parecia violar a Bíblia, mas sim que ele apresentou a teoria como um fato em seus escritos públicos. Além disso, ele desafiou as autoridades da Igreja publicamente sobre o verdadeiro significado das Escrituras. (10)
    Em 1638, em sua “prisão domiciliar”, Galileu produziu sua melhor e mais influente obra “Diálogo das duas novas ciências”, que são a Resistência dos Materiais e a Mecânica Raciona, básicas para vários ramos da engenharia. (11)


    1. Dinesh D’Souza, “A verdade sobre o cristianismo”, Thomas Nelson Brasil, 2007, pg. 127.
    2. Rev. Reuben Parsons ,D.D., “Some Lies and Errors of History”, Notre Dame, Indiana: The Ave Maria, 1893; pp. 97.
    3. Arthur Koestler, “Os Sonâmbulos”, p.477
    4. James Reston, “Galileo: A life”. New York: Harper Collins Publishers, 1994, 195.
    5. Relatório do julgamento de Galileu: http://migre.me/a4nhW.
    6. Rosenblum, "They Never Said It," American Mercury, 494.
    7. http://www.newadvent.org/cathen/06342b.htm
    8. VON GEBLER, “Galileo Galilei und die romische Curie” (tr., London, 1879)
    9. Arthur Koestler, “O homem e o universo”, IBRASA, 485.
    10. D’Souza, 131.
    11. Felipe Aquino, “Para entender a Inquisição”, Cleófas, 236.
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  7. Eu concordo com o meu oponente. De fato, embora o conflito entre Igreja e Galileu seja usado como símbolo do conflito entre ciência e religião, fé e razão, uma análise honesta da história nos leva a outra conclusão. Sobre isso, destaco as observações seguintes:

    1) De fato, como o meu oponente argumentou, a Igreja, até então, não tinha um modelo celeste oficial. Ocorre que os clérigos estavam mais inclinados a acreditar no geocentrismo em razão da combatibilidade dele com as escrituras sagradas. Mas essa não era uma posição oficial nem da Igreja, nem dos clérigos, tanto que, em face da observação de Galileu das fases de Vênus, que refutava o modelo geocêntrico de Ptolomeu, alguns clérigos decidiram adotar o modelo geocêntrico de Tycho Brahe, onde a Terra (no centro) é orbitada pelo Sol (orbitado pelos demais planetas). Isso refuta a afirmação (derivada do senso comum) de que a Igreja adotava oficialmente o modelo geocêntrico (seja o de Ptolomeu, seja o de Tycho). Mesmo durante o período sombrio da Reforma e Contra-Reforma, a Igreja nunca se opôs ao ensino do modelo heliocêntrico de Copérnico, desde que ele fosse tratado como hipótese.

    2) Galileu errou ao tratar o copernicanismo como fato (e não como hipótese). Por quê? Porque Galileu nunca apresentou uma prova definitiva do movimento da Terra. O princípio da inércia, que ele defendeu em "Diálogos", apenas provava que a Terra poderia estar em movimento, mas não provava que ela, de fato, estava, uma vez que o princípio da inércia tanto é válido para a Terra em movimento como para a Terra em repouso. A teoria sobre o fluxo e o refluxo das marés, que ele também defendeu em "Diálogos", por outro lado, era errada. Mas o maior erro de Galileu, em minha opinião, foi ter escrito uma obra de literatura. "Diálogos" não é uma obra científica. "Diálogos" é uma obra de literatura. Atualmente, caso alguém que se propõe a escrever uma obra científica publicasse uma obra similar a "Diálogos", seria veementemente ridicularizada pela comunidade científica. E eis que Galileu supera a si próprio e a sua soberba. Não bastando ter tratado o copernicanismo como fato, apresentado uma prova errada do movimento da Terra e escrito uma obra de literatura, ele ainda (em uma clara demonstração de desprezo até pelos seus amigos) coloca na boca de um tolo aristotélico os argumentos do papa Urbano VIII, seu amigo pessoal.

    3) Conforme o meu oponente disse em suas considerações iniciais, pouca gente discorre sobre o humor e o caráter de Galileu. Galileu era extremamente ganancioso, tanto que, quando apresentou o seu telescópio ao Senado de Veneza, mentiu sobre quantas vezes o seu telescópio realmente aumentava o que observava, tudo para ganhar mais dinheiro. Galileu também era extremamente arrogante, petulante, orgulhoso e impiedoso com os seus opositores. Envolveu-se em sérios conflitos com alguns padres jesuítas, tendo, inclusive, escrito alguns livros para atacá-los. Em "Istoria e Dimostrazioni Intorno Alle Macchie Solari", de 1613, ataca o padre jesuíta Christoph Scheiner, argumentando (corretamente) que as manchas solares estão sobre o Sol - e não são corpos celestes orbitando o Sol (como defendia Scheiner). Nesse caso, a Igreja não tomou partido, uma vez que a tese defendida por Galileu não entrava em conflito com as escrituras sagradas, mas apenas com o aristotelismo, que dizia que o Sol, sendo constituído de éter, seria perfeito, não podendo, portanto, apresentar manchas em sua superfície. Já em "Il saggiatore", de 1623, atacou o padre jesuíta Orazio Grassi, cujo pseudônimo era Lotario Sarsi, contrariando a opinião deste sobre a queda dos corpos e o aquecimento deles em razão do atrito do ar. Mesmo tendo recebido uma denúncia anônima contra "Il saggiatore" (Pagano, 245-248; Finocchiaro, 202-204), a Igreja, novamente, não tomou partido, pois "Il saggiatore" também não contradizia a interpretação oficial das escrituras sagradas.
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  8. Gostaria aqui de ratificar o dito de meu oponente com relação às importantes observações, muitas vezes esquecidas e anuladas proposital ou inconscientemente em publicações que espalham os mitos sobre Galileu e a Igreja. Vamos acrescentar mais dados.

    Os teólogos não estavam preparados para aceitar a teoria heliocêntrica com base na interpretação de um leigo. No entanto, Galileu insistiu em deslocar o debate para uma esfera teológica. Há pouca dúvida de que, se Galileu tivesse mantido a discussão dentro dos limites aceitos da astronomia (ou seja, prever os movimentos planetários) e não tivesse afirmado a verdade física para a teoria heliocêntrica, a questão não teria escalado para o ponto que chegou. Afinal, ele não tinha provado a nova teoria para além de qualquer dúvida razoável.
    Mas, enquanto Copérnico foi autorizado a ensinar sua teoria, Galileu foi indiretamente censurado no dia 24 de fevereiro de 1616, pelo Santo Ofício. Nenhum livro de Galileu foi condenado nesta censura pronunciada pelo Santo Ofício, mas a doutrina de Copérnico no que diz respeito à mobilidade da terra e da imobilidade do sol foi declarada como filosoficamente falsa, contrária aos ensinamentos da Santa Escritura, e formalmente herética.
    Galileu não tinha provas astronômicas para oferecer, em parte porque suas próprias observações não se alinhavam corretamente com a sua teoria. Ele insistiu que os planetas se moviam em círculos perfeitos (com base em hipóteses de Aristóteles) e rejeitou as teorias de Johannes Kepler, que propôs em sua “Nova Astronomia” (1609) de que as órbitas planetárias são elípticas. Em vez disso, Galileu propôs como prova uma teoria falha e pouco convincente de que as marés eram evidências de rotação da Terra (e, incidentalmente, negou que a atração lunar estava envolvida).
    A Igreja viu o “Diálogo” como um desafio público e direto ao edital de 1616. Como Galileu, Urbano era um homem vaidoso e irascível. Depois de ouvir os argumentos de Galileu durante anos, ele declarou que as possíveis formas de organizar o universo eram tão numerosas que era impertinente para os mortais a alegação de que tinham descoberto a verdade única. Ele insistia que Galileu incluísse a alternativa aristotélica em suas apresentações do universo.
    Uma nota importante aqui sobre o envolvimento da palavra “heresia” no caso Galileu: a descrição de "heresia" no caso é muito infeliz porque, mais uma vez, o caso Galileu não tratou com nenhuma doutrina da fé católica, apenas com um princípio filosófico / científico (então classificados dentro da aceitável cosmologia aristotélica, que acabou por estar errada neste ponto). É um caso clássico de considerar algo como um dogma algo que não tinha nada a ver com dogma (este tribunal "não proclamou" nenhum dogma, porque não tinha autoridade para fazê-lo). Os papas anteriores não viam nada de "herético" no copernicanismo, o que era simplesmente uma diversão estúpida temporária do pensamento sólido por um grupo de reacionários filosóficos.
    O resultado do julgamento nunca esteve em dúvida e, porque ele se recusou a usar Sistema Kepler, Galileu chegou a perder o argumento científico.
    Em 1632, a Inquisição, finalmente, assumiu o caso, e em quatro interrogatórios - 12 de março, 30 de abril, 10 de Maio e 21 de junho, questionou Galileu tanto o fato e intenção: 1. Se ele tivesse ensinado no Diálogo a teoria condenada? 2. Se ele tivesse realizada a teoria condenado como verdade?
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  9. Quanto ao segundo julgamento em 1633, este não se preocupou tanto com a doutrina como com a pessoa de Galileu, e sua violação manifesta do contrato em não abster-se da propaganda ativa das doutrinas de Copérnico. A sentença passou em cima dele, em consequência, claramente implicava uma condenação do copernicanismo, mas não fez decreto formal sobre o assunto, e não recebeu a assinatura do papa.
    Em 21 de junho, no quarto e último interrogatório, Galileu foi questionado quanto à sua intenção no "Diálogo" em relação ao sistema de Copérnico. Em resposta, ele só admitiu que, valorizando a sua hipótese e sentindo-se orgulhoso dos argumentos apresentados por ele antes de 1616, ele havia dado no "Diálogo" mais força para o Copérnico do que a outra opinião. Recusando-se, portanto, a confessar a intenção imputada, ele foi ameaçado de tortura. Então ele respondeu: "Eu não apoio o sistema de Copérnico já que fui condenado a abandoná-lo [dezessete anos antes]. Mas eu estou em suas mãos. Faça de mim o quiserem”. Esta recusa em reconhecer a intenção imputada havia sido previsto pelo Papa Urbano e, como ele havia previsto a contingência, o tribunal não cumpriu a ameaça de tortura, mas procedeu-se ao ato de abjuração. Quanto à expressão "análise rigorosa", utilizado na sentença, não implica necessariamente que a tortura tinha sido infligida, pois eles podem facilmente se referir à ameaça pronunciada no quarto interrogatório.
    Outra questão importante de frisar é que a Infalibilidade papal não entra na questão. De acordo com o Vaticano, o Papa é infalível quando fala ex cathedra, isto é, como supremo mestre da Igreja Universal, quando ele define uma doutrina, quando ele trata de fé ou moral, ou verdades filosóficas ou fatos filosóficos essenciais para a preservação da o conteúdo da revelação, quando ele manifesta claramente a sua intenção de vincular a Igreja Universal.
    No caso Galileu nenhuma dessas quatro condições foram verificadas. Os decretos de 1616 e 1633 foram disciplinares: o primeiro ordenava que Galileu não defendesse a teoria de Copérnico e o segundo o condenou por ter quebrado a promessa feita ao cardeal Belarmino. É verdade, que as razões que levaram o Papa e os cardeais para atuar em ambos os casos foram doutrinais, mas estas razões não fazem parte integrante do decreto. Mesmo em uma decisão infalível elas podem ser consideradas errôneas.
    Devemos lembrar que a condenação do copernicanismo e de Galileu ocorreu num momento particularmente difícil na história da Igreja Católica. Em resposta a ênfase protestante da particular interpretação das Escrituras, a Igreja Católica teve dificuldade em se mover além de uma leitura literal da Bíblia por medo de ser acusada pelos protestantes de abandonar as Escrituras. (1)
    Em 1633 Galileu foi "preso" no palácio de Niccolini, embaixador para o Vaticano da Toscana, que admirava muito, passou cinco meses com o arcebispo Piccolomini em Siena, e depois viveu em ambientes confortáveis com os amigos para o resto de sua vida (embora tecnicamente sob "prisão domiciliar"). Não existe evidência para provar que ele foi realmente submetido a tortura ou ficou deliberadamente cego (ele perdeu a visão em 1637).
    No entanto, o Papa Urbano (cardeal Barberini foi eleito Papa Urbano VIII, eleito papa em 1623) também acreditava que a teoria de Copérnico nunca poderia ser provada e ele só estava disposto a permitir a Galileu o direito de discuti-lo como hipótese. Galileu foi encorajado, no entanto, e começou a escrever um "diálogo" sobre a teoria de Copérnico, que publicou em fevereiro de 1632. O livro foi recebido com protestos em massa, principalmente por seus colegas cientistas.

    1. The Western Heritage, pg. 469
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  10. É lamentável que a Igreja Católica perseguiu injustamente Galileu. Mas este incidente não fornece nenhum pouco de evidência "oficial" da acusação de que a Igreja Católica não é o que ela diz ser. Como o Papa João Paulo II admitiu publicamente, a Igreja Católica cometeu erros neste incidente. Mas a igreja nunca fez "oficialmente" uma reclamação contra Galileu (tanto os julgamentos de 1616 e 1633 não foram “oficiais” e nem foram assinados pelo papa) que não era verdade o que ele ensinava, nem ela "oficialmente" proclamou algo falso como sendo verdadeiro. Os erros foram limitados a erros de julgamento, por não se fazer escolhas sábias, e não ter compaixão.
    Além disso, a sentença em si teve as assinaturas de sete dos dez juízes. O papa, em outras palavras, não endossou oficialmente a decisão (não houve, é claro, nenhuma razão para que ele deveria, pois o Tribunal estava simplesmente exercendo as suas atribuições normais). Não foi um caso oficial da Igreja “declarando o heliocentrismo heresia”, pois nunca foi. A Igreja nunca proclamou o geocentrismo como dogma e nem anatemizou como herético o heliocentrismo. Eram tempos difíceis e o caso não foi tão simples de julgar, dado os tempos e as atitudes e temperamento irascível e tempestuoso de Galileu, que teimava em proclamar como fato algo que era uma teoria. Alguns na Igreja podem ter sido culpados de “pegarem pesado” com Galileu, mas como demonstrei, em nenhum momento a Igreja “dogmatizou” o geocentrismo e “anatemizou” o heliocentrismo. Ambos eram teorias não provadas na época e tinha o mesmo peso de dúvida.
    A declaração de que as proposições de Galileu eram heréticas nunca foram publicadas como um ensinamento da Igreja, e nunca foi a intenção de ser. Pretendia-se que fosse tomada como conselhos de alguns especialistas teológicos que trabalharam no Santo Ofício, de valor no caso legal, mas dificilmente uma norma de fé para a Igreja como um todo. (2)

    2. Jeffrey A. Myirus, “Galileo and the Magisterium: a Second Look”