quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Pedro Palma Martins X João Cirilo (Wellington Medeiros) - PT X PSDB

§1 - Cada debatedor tem direto a no máximo 3 postagens (de 4096 caracteres cada uma) por participação - QUE DEVERÃO SER UTILIZADAS DA MELHOR FORMA POSSÍVEL POR CADA UM DOS DEBATEDORES. 

§2 - Os debatedores DEVERÃO fazer 4 participações intercaladas por duelo:considerações iniciais, réplica, tréplica e considerações finais. 

§3 - O prazo regulamentar entre as participações dos debatedores é de 3 dias. Todo adversário tem o direito de estender o prazo de seu oponente. Após o prazo, será declarada vitória por W.O. para o duelista remanescente. 


§4 - Após o duelo, o vencedor será escolhido através de votações em enquete.

23 comentários:

  1. Pensar a disputa PT x PSDB em nível intelectual, necessariamente nos gera a obrigação de contextualizar a história dos dois partidos no Brasil. Também devemos contextualizar a história do Brasil no momento histórico em que existe esse embate (iniciou-se na criação do PSDB em 1988 e concorreu às eleições de 1989, com Mario Covas contra Lula, porém, em um contexto completamente diferente do que viria a se criar posteriormente). A dinâmica dos intermediários impedia o confronto direto entre os dois (o PSDB era mais provocado nos debates por partidos como PDS, PPB e PL, enquanto o PT pelo PCB e PDT), pois, apesar de o PT já não possuir o apelo puramente sindicalista, o PT nesse período era um partido de esquerda não moderada, ainda com resquícios de um viés anticapitalista. Passadas as eleições, passado o fora Collor e passado o período Itamar, a rixa passou a polarizar-se em 1994, e de 1994 a 2014, essa polarização só aumentou (aos que consideram Marina Silva como despolarização, é só prestar atenção ao discurso dela para perceber a dificuldade de ganhar espaço frente a essa conjuntura).
    Por uma questão de linearidade temporal, devemos contextualizar a história do Brasil primeiro. As estruturas de poder no Brasil sempre tiveram um caráter patrimonialista, quer dizer, ao Rei o que é de dele de direito e, na república, a Deodoro, Floriano, Prudente, Campos, etc, o que é deles de direito. Isso passou a mudar quanto Getúlio Vargas criou o DASP e o MARE, onde a manutenção da máquina pública permitiu criar as condições básicas para os intelectuais daqui pensarem o poder de uma forma mais internacionalizada e menos setorial. Curiosamente, o grande debate ideológico de concepção de desenvolvimento hoje, não é tão diferente do debate que houve em 1944, em Bretton Woods, e o debate nacional possui uma relação íntima com o debate político e ideológico dos anos 50 e 60.
    A disputa latente passou a ser gritante quando os dois polos passaram a fazer parte do mesmo governo, o governo de Juscelino Kubitschek. De um lado, pesando a necessidade da América Latina de se emancipar da América do Norte, temos a CEPAL (Comissão Econômica Para a América Latina) com a tese do desenvolvimentismo – chamado pelos marxistas de neo-keynesianismo de esquerda – as reformas de base, o ciclo da renda, enfim, quando chegarmos nos anos 90 retomamos isso. Do outro, pesando o sentido histórico de relações comerciais com Inglaterra e Estados Unidos, de que os Estados Unidos vão bem com o livre comércio, portanto devemos seguir o modelo deles, temos a CMBEU (Comissão Mista Brasil e Estados Unidos), que marcava o passo ritmado pela maestria intelectual do criador da primeira escola Brasileira de economia (escola liberal), senhor Eugênio Gudin.
    Em um primeiro momento, a CEPAL venceu, pois Celso Furtado, um dos maiores representantes dela, foi indicado ao Ministério do Planejamento de João Goulart, enquanto seu maior adversário político, Roberto Campos, ferrenho defensor da CMBEU e do liberalismo, nesse mesmo período fora indicado a ser embaixador extraordinário e plenipotenciário em Washington. Se em um primeiro momento a CEPAL venceu, em um segundo momento, o liberalismo venceu. Feito o golpe militar, Roberto Campos passou a integrar o Ministério do Planejamento do general Castello Branco, enquanto seu colega liberal Octávio Gouveia de Bulhões integrava o ministério da fazenda. Esse foi um período de grande euforia para o lado liberal da trincheira. Os adversários cassados, o governo para si, foi esse o terreno para a implementação da agenda liberal: reforma tributária, criação da correção monetária, liberalização da remessa de lucros, enfim, quando chegarmos nos anos 90 retomamos isso. Em um terceiro momento, o liberalismo falhou. Conquanto os liberais fossem permissivos a autocracia, esta não se provou tão permissiva e ocorreu o golpe dentro do golpe. A linha sorbonne, como era considerada essa em que os liberais tanto gostavam, foi derrotada pela linha dura, e tanto os desenvolvimentistas quanto os liberais se viram desamparados.

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  2. Aqui surgem os dois partidos, tal como o são. O PT, através da base, da luta direta contra o regime, enquanto o PSDB começa a insurgir da ala mais radical de quem promove a disputa interna no regime. Vale lembrar que a tese de declaração da moratória unilateral, a qual todos se escandalizam ao falar sobre, hoje em dia, foi criada em 1983 por esse mesmo MDB. O rompimento do regime militar só serviu para distanciar essa ala progressista mais radical do suco fisiológico o qual o MDB, agora PMDB, cada vez mais se afogava. Passado o regime militar, havendo a abertura e chegando ao fim do desastroso, sob todos os aspectos, governo Sarney, o PSDB, ideologicamente bem nutrido, é finalmente parido. Collor era de um partido pequeno e não se submeteu a alianças. Foi deposto. Itamar vinha de uma tradição MDBista e se via mais confortável em relação as mesmas. Tal fato pode ser demonstrável pelos seus ministros da fazenda Ciro Gomes (PSDB) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
    O modelo desenvolvimentista que o PSDB deveria pretender defender foi vencido por um nome e uma sigla: meu xará Pedro Malan e seu partido PFL. Foram eles os dois grandes nomes da gestão que se seguiu. Ele e o próprio Fernando Henrique. O desgaste político da criação do plano real criou dissidências gravíssimas dentro do PSDB. Inicialmente José Serra fora contra o plano, chegando a promover manobras dentro do congresso para impedi-lo de suceder. Dito isso, considerando o teor radical do PSDB dentro do MDB, considerando a análise político-ideológica do Brasil e o contexto do PSDB frente ao poder, vamos analisa-lo:
    Primeiramente, consideremos o desenvolvimentismo frente à globalização de neo-desenvolvimentismo, haja vista os desafios serem outros e, frente a já existente industrialização, a concepção de desenvolvimentismo se dar em base, sobretudo, de aquecimento da demanda por meio do incentivo (direto e indireto) ao consumo e, principalmente, o contexto atual gira em torno de uma economia altamente especulativa, portanto, monetarista. Segundo, pós Bretton Woods, o liberalismo nunca mais foi o mesmo. Liberalismo é perfeito, quer dizer, perfaz a si mesmo. E o conceito clássico é a junção de liberalismo político e Estado mínimo. Não é essa a realidade nem do governo, nem dos intelectuais Brasileiros, portanto, me dou ao luxo de chama-lo Neoliberalismo.
    Ambos possuem como objeto uma economia capitalista monetarista (baseada no valor capital-utilidade e não no valor capital-trabalho), mas a percepção prática é diametralmente oposta e, feita essa caracterização, os governos de Fernando Henrique possuem um viés claramente Neoliberal. Até então, a reforma do DASP, ou reforma burocrática do Estado seguia, e Fernando Henrique Cardoso, junto de Bresser-Pereira, promoveram o plano diretor de reforma do aparelho do Estado, tornando-o Estado gerencial o que, per si, não significa um grande problema, inclusive um plano neo-desenvolvimentista poderia promovê-la, mas aplicada no contexto que cito agora, significa um grande problema. A reforma se seguiu por um modelo de privatizações que hoje em dia vemos que o país tornou-se incapaz de possuir subterfúgios que mantivessem a estabilidade econômica frente a crises externas. Isto, evidentemente, não é uma teorização. Uma prova de que essa financeirização da economia impede o governo de ataca-la sem ser por via institucional foi a crise do México, onde tendo o FED aumentado as taxas de juros de 3% para 5,5%, a reação nacional foi de ampliar a banda cambial em 15,3%!!! Imaginem o efeito de uma economia deste modelo frente a crise da moeda comum europeia. Mas, apesar de predominantemente neoliberal, há que se fazer justiça. Aqui começo os pontos onde o governo foi coerente com seus princípios social-democratas. Apesar da conceituação macroeconômica neoliberal, Fernando Henrique teve momentos de consistência social-democrata como, por exemplo, duplicando 1290 km’s de rodovias Brasileiras, asfaltando 988 km’s, a criação do fundef (fundo do desenvolvimento do ensino fundamental), programa Brasil em Ação e, principalmente, o bolsa escola.

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  3. Já o PT, que possuía base socialista e correntes internas socialistas e ativas, tratou de decepcioná-los logo de início, com a famosa carta ao povo brasileiro de 2002, onde Lula firma seu compromisso com a manutenção do capitalismo através do neo-desenvolvimentismo. Nesses 12 anos, a grande maioria da equipe que acreditava no PSDB enquanto projeto social-democrata foi cooptada por esse governo. Afif Domingos, o próprio criador do plano diretor, Bresser Pereira, Ciro Gomes, o PMDB inteiro enquanto partido figuram entre nomes que hoje em dia declaram o voto no 13.
    Comecemos pelo que se manteve. O PT não só manteve, como ampliou a lógica do desenvolvimento de políticas industriais por via institucional. O exemplo mais gritante disso é a indústria automotiva que, por se tratar de setor estratégico, tem a sua cobrança de IPI zerada. Até Abril de 2013, a taxa Selic vinha decrescendo continuamente. Sobe hoje, por se tratar de um mecanismo institucional de controle de política industrial (lembrando que esses 11% que devem fechar em 11,25% ainda são menores do que 25% taxa essa que foi entregue em 2002 para o PT, considerando que ela já chegou a estar em 45% em set/out de 1999).
    O governo PT passou pela crise imobiliária de 2008 e pela crise da moeda comum europeia não ileso, mas com mecanismos de manter a demanda aquecida através do consumo interno dos Brasileiros através da política de transferência direta de renda, assim como os programas de aceleração do crescimento e da facilitação ao crédito, políticas explicitamente neo-desenvolvimentistas.
    O maior fenômeno do processo PTista no Brasil é o da nova classe trabalhadora, o qual alguns chamam erroneamente de nova classe média. O que a crítica neoliberal não é capaz de enxergar, é o fato de que esse fenômeno gera mais emprego (precarizados, porém, nada é pior que desemprego), tendo chegado a uma porcentagem de 5,1%, comparável aos Estados Unidos no auge, renda e, consequentemente, consumo. Consumo gera mais receita a União, por via tributária, gerando um maior coeficiente orçamentário. O grande desafio do neo-desenvolvimentismo hoje é o de emancipar a economia real, pois o Brasil é recém da especulação, haja vista a base econômica ser o monetarismo.
    Os subsídios a empresas que o BNDES oferece hoje são uma forma de direcionar o desenvolvimento. A questão é complexa, mas fica a dúvida. Como fazê-lo? Como emancipar a economia real e deixar de servir como economia dependente no cenário internacional? A tentativa Brasileira com o PT vai no caminho certo, porém, a correlação internacional de forças faz com que o Brasil precise abrir mão de fatias de mercado importante, agora, votar no PSDB significa abrir mão da emancipação da nossa economia interna em detrimento do enxugamento do Estado através de planos de austeridade que a história provou, devido a tecnificação, gerar concentração de renda e mais especulação.
    Penso meu raciocínio estar completo, dispensando assim meus caracteres disponíveis. Aguardo a resposta de meu interlocutor.
    Cordialmente,
    Pedro.

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  4. CONSIDERAÇÕES INICIAIS:
    I
    Saudando meu adversário e os demais membros do grupo, nestas considerações iniciais procurarei rebater o argumento do Pedro, e ao longo do debate procurarei demonstrar:
    a)que o PSDB é um partido também de “esquerda”, mas moderada;
    b) que os partidos de “esquerda” têm natural propensão a valorizar essencialmente o fator humano, desconsiderando ideais por assim dizer, mais teológicos e metafísicos;
    c) que os partidos ditos de “esquerda” têm apego muito grande ao populismo, mas desconcentrado, ao contrário dos partidos ditos “de direita“, que também são populistas, mas centrados sempre numa figura de destaque.
    As alíneas a) b) e c), por falta de espaço nesta sede, serão esboçadas ao logo da tertúlia.

    II
    Acerca das considerações do Pedro, observo que ele as inicia dizendo que o PSDB se identificou desde o nascedouro com partidos tidos por “direita”, obviamente mais um rótulo do que uma definição científica, pois os termos vieram dos lugares onde os deputados se sentavam na Constituinte instaurada por conta da Revolução Francesa. Mas é inegável que este empirismo tem um excelente efeito de polarização e consequentemente de alinhamento político, o que é essencial para melhor compreensão das coisas.
    Tais rótulos poderiam colocar da mesma forma o PT à “esquerda”. E é verdade. Como também é verdade que se o PT não tem apelo eminentemente sindicalista, é induvidoso que nasceu e se fortaleceu nesses redutos. Como se apoiava nos trabalhadores, evidentemente tomou um discurso anticapitalista, afinal esse rótulo virou quase obrigatório pelo menos desde Marx; e mais ainda da Revolução Industrial.
    Mas não há dúvida que temos dois polos, um de raiz mais popular, outra, e talvez de forma muito radical e desonesta, elitista. Mas será que isto é rigorosamente exato? Tentarei provar que não.
    E isso parece que não é vezo somente brasileiro. Todos os países enquadram-se politicamente segundo essas qualificações. Se à esquerda temos o proletariado como elemento indicador, cujo movimento leva ao comunismo, símbolo máximo do ideário de uma sociedade sem classes (embora não anárquica), à direita teremos o nacionalismo exacerbado pelas figuras do fascismo e de seu elemento ainda mais sectário, que seria o nazismo.
    E é bem verdade que o nacionalismo, se é que já medrou no país, aconteceu no Primeiro Governo de Getúlio Vargas, no chamado Estado Novo (1937/1945). E talvez este enquadramento tenha lugar por conta justamente da centralização política em torno do Poder Executivo em detrimento dos outros dois, que se amesquinharam frente àquele.
    Daí a ideia de ditadura, de período de repressão, de “regime endurecido” que caracterizou aqueles tempos, principalmente nos primeiros anos a partir do Golpe de 1937: eis aí outro colorido bem brasileiro, no caso. O getulismo foi guindado ao poder (depois do final do Governo Provisório com a crise política e econômica de 1930), tendo por característica um governo “de direita”, apoiado num Executivo firme e autoritário por sua vez encabeçado por um líder de figura carismática e popular.

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  5. Em que pesem as ideologias partidárias nem sempre muito firmes no Brasil, parece fora de questão que os verdadeiros partidos, não meramente os de aluguel como ridiculamente permite nossa legislação, já pelo engrossar do tempo do candidato apoiado na propaganda política, já para auferir receitas do fundo partidário pura e simplesmente, os verdadeiros partidos têm uma identidade, tem um indicativo do caminho que entende melhor não só para chegar ao poder, mas principalmente como ideologia a ser implantada a partir da chegada.

    Ideologicamente tendem os partidos ligados ao proletariado atrair para seus quadros os trabalhadores, as pessoas ligadas com o que se chama naturalmente de “chão de fábrica”. É indiscutível que Lula foi um operário da linha de produção de metalúrgicas em São Bernardo do Campo, e foi ali, naquela cidade do ABC paulista, que começou sua carreira política.
    E também é claro, por um movimento natural das forças, que as pessoas que um tanto superficialmente chamaríamos de “patrões” tendessem a polarizar com aqueles outros, dado que os interesses imediatos são normalmente colidentes.
    Não é por nenhum acaso que a UDN de Carlos Lacerda (um ex-comunista que mudou radicalmente de lado) tenha sido herdeira dos grandes fazendeiros, das elites rurais da chamada “República Velha”, cujas origens remontam sem dificuldade alguma nos grandes fazendeiros e comerciantes do Império.
    Mas entre os dois opostos há a zona cinzenta, há a zona intermediária onde nascem, vivem e morrem os partidos, onde nascem vivem e morrem (ou vingam) as ideias.
    A verdade nua e crua é que ao vislumbrar alguma oportunidade real de alcançar o poder, ainda mais num regime presidencialista, os partidos vão mudando o colorido, vão tergiversando, vão fazendo concessões que são cada vez maiores quanto maior for o radicalismo inicial.

    Tome-se como exemplo o próprio PT aqui bem defendido pelo meu opoente: enquanto o Lula era somente um “sapo barbudo” sem força política suficiente, enquanto era um deputado federal tão somente barulhento, mais um dos “300 picaretas” como ele mesmo se referiu
    à Câmara dos Deputados (provando a assertiva pelos dois lados, do comprador e o do vendedor, no episódio do Mensalão) era apenas mais um deputado barbudo e barulhento.

    Mas, à medida que se encaminhava para o Palácio do Planalto, tratava de melhorar sua própria imagem, procurando ser apenas barbudo, ao mesmo tempo em que manobrava politicamente mudando o discurso, de forma a acalmar os “mercados” (para não dizer as “elites”) a quem tanto abominava quando era barbudo, e segundo alguns, anfíbio.

    Prova-o o próprio Pedro quando escreve, “in verbis”:

    “Já o PT, que possuía base socialista e correntes internas socialistas e ativas, tratou de decepcioná-los logo de início, com a famosa carta ao povo brasileiro de 2002, onde Lula firma seu compromisso com a manutenção do capitalismo através do neo-desenvolvimentismo”

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  6. Além das pessoas citadas pelo Pedro que migraram de partido – do PSDB ao PT, o que não é nada de se admirar profundamente, como procurarei demonstrar adiante – poderíamos citar um dos exemplos mais claros e emblemáticos desta guinada fortíssima à direita: falo do falecido ex-presidente José Alencar, um dos maiores industriais mineiros.
    Parece claro como a luz solar que jamais um dos maiores industriais do país se identificaria com as teses do PT se essas teses não lhe conviessem. Se não fossem “elitistas”.
    Por isso que uma grande parcela dos eleitores do PT se desiludiu com o partido – da mesma forma que os aéreos eleitores da Luciana Genro, por exemplo – se desiludirão dela se e quando emplumar-se e conseguir alçar voos mais elevados do que o traço nas pesquisas de intenção de voto.
    Portanto, estes fatores todos que meu oponente cita como fatores de “decepção” ao PSDB, tenho que é o contrário que se dá: muito mais decepcionados ficaram os legítimos seguidores da plataforma original do PT, que viram se transformar de maneira tão lamentável e escandalosa quando do atingimento do Poder.
    Porque o PSDB a rigor não modificou em nada e ninguém ficará “decepcionado” com as propostas dos tucanos. O PSDB não tem e não terá este mesmo problema de modificação de agenda, porque não defende o indefensável e então pode ser, a um tempo, “patrão” e “empregado” porque é esta a linha ideológica do partido.
    Por isso que pode trabalhar nas duas pontas, mas principalmente voltado ao social quando praticamente debelou a inflação ao controlá-la num primeiro momento através do Plano Real e arrumar todos os esquemas legais para debelá-la, através da já malferida e gasta Lei de Responsabilidade Fiscal, que entre outras providências apenas e tão somente proíbe os governantes de gastarem mais do que arrecadam!
    Precisamos de uma Lei para isto nos idos de 2001!Antes, ninguém imaginava este mísero conselho!!! Os governantes não sabiam!!! Mas, não sabiam mesmo, como comprovaram os fatos posteriores, já que o governo petista, primeiro com Lula e depois com Dilma, liquidaram ambos os pontos fortes do legado peessedebista: a inflação baixa e as finanças públicas dentro de bitolas razoáveis, impedindo a gastança além do arrecadado e em consequência perdendo-se num endividamento monstruoso, saltada a dívida pública de 800 bilhões em 2003 para mais de 1,3 trilhão em 2014!
    Poderia avançar no ponto para dizer sobre outras coisas necessárias que não foram feitas e mencionar outro tanto sobre coisas péssimas, mas para isso não preciso deste espaço: bastam-nos os diários, basta-nos o custo de vida, bastam-nos os artigos e matérias de jornalistas sérios.
    Encerrando estas considerações iniciais, devo dizer que será este o motivo de minha prosa neste espaço: mostrar que o PSDB além de não ser um partido de “direita”, tem colorido trabalhista ainda mais acentuado que o próprio provado tanto no estatuto quanto na prática (com o programa bolsa-escola, por exemplo) que o PT apenas tratou de explorar expandindo o que recebera – como (e curiosamente) a assistência social em forma de “bolsas” que é inclusive o carro-chefe do partido – e seria inimaginável que uma proposta das “elites” do PSDB pudesse ser não só aproveitada, mas agarrada com todas as forças possíveis, forças maiores do que as dos currais eleitorais, forças ainda maiores do que as das eleições a bico de pena dos idos do início do século passado!

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  7. Réplica:

    Minhas considerações iniciais serviram para contextualizar o cenário objeto de discussão e demarcar os conceitos que eu pretendo desenvolver nesta minha réplica. O objetivo de minha argumentação é provar que ambos os partidos possuem como diretriz a manutenção de um modelo de desenvolvimento semelhante (de base capitalista), atribuindo ao PT o caráter neo-desenvolvimentista e ao PSDB o caráter neoliberal, fazendo a análise crítica dos dois modelos, identificando que servem a uma mesma finalidade, mudando apenas o método de se chegar a ela. E é através da crítica, e não do elogio, que pretendo convencer meu adversário de que o modelo neo-desenvolvimentista, mesmo sendo incapaz de promover a mudança estrutural (que deve ser ponto de outro debate, pois focar nela em um debate PT/PSDB é uma completa fuga ao tema), é menos nocivo ao conjunto da sociedade civil.


    A base da argumentação dele é a de que todas as ideologias tendem ao centro quando chegam ao poder. Pretendo demonstrar o contrário. Em um primeiro momento podemos pensar da maneira que ele sugere, pois, em 1989, o PSDB já tinha familiaridade com o regime positivado tendo, o próprio candidato à presidência, Mario Covas, em 1983, sido secretário de estado de Franco Montoro (também do PSDB), no governo de São Paulo, o que trazia moderação ao discurso no seu período de candidatura, haja vista a sua responsabilidade como membro integrante do executivo de um governo estadual. O PT passou por um processo similar em 2002. Vemos o PSDB, partido essencialmente neo-marxista, partido da declaração unilateral da moratória se comprometer com a manutenção do sistema financeiro depois de vencer a eleição em 1994, enquanto vemos o partido sindicalista anti-capitalista comprometido com reformas como a da previdência em 2004.

    O ponto de discordância passa por uma concepção que por vezes passa batida. O que é o centro? Em uma sociedade fictícia em que o poder é dividido entre conservadores e Nazistas, o centro é algo entre a direita e a extrema-direita, por exemplo. A busca pelo centro na verdade é a busca pela coalizão entre os outros partidos, sobretudo, no poder legislativo. E estes outros partidos fatalmente acabam por estabelecer uma relação dialética com o poder, cada qual no seu ponto de discordância. A conjuntura do debate superestrutural me favorece no sentido de caracterizar o PT como estando à esquerda, pois o governo PTista trouxe consigo bandeiras como a da democratização da mídia, o kit anti-homofobia, entre outras pautas do grupo que compõe a esquerda no Brasil e que sofreram uma derrota frente a correlação de forças que, em nível de governabilidade, o fez recuar, inclusive, tendo sido antagonizado pelo PSDB, o qual passa a deslocar o centro para a direita. Deixo esta singela provocação para meu interlocutor contra argumentar apresentando sua alínea “a)”.

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  8. Mas não pensemos somente em superestrutura, vamos ao cerne, a infraestrutura ou, se for preferível, a economia.


    Pensar o modelo macroeconômico nos obriga a dividir a análise em dois pontos.
    1)Avaliação teórica, ou seja, criar um modelo de desenvolvimento, podendo basear-se em um modelo já existente no intuito de, em identificando causas e consequências, importar benefícios minimizando malefícios.


    2) Aplicação prática, ou seja, adaptar o modelo as vicissitudes do momento histórico e da região em que se busca implementá-lo.


    Comecemos pelo neoliberalismo. O ser que disser que o neoliberalismo é algo simples está provando seu completo desconhecimento do tema. Essa ideia de que o neoliberalismo não se preocupa com questões sociais é absolutamente falso. O neoliberalismo propõe a demissão do Estado nos meios de produção, permitindo que o mercado se autorregule por meio da concorrência entre as empresas. Aqui existe certa divergência entre autores. Alguns advogam pela tese da responsabilidade social corporativa, pois em o Estado se provando não inócuo, mas nocivo, a responsabilidade passa a ser das empresas. Outros mais utópicos, como é o caso de Hayek, chegam a propor a tese de que o poder de emissão de moeda deve ser apropriado pelo setor privado!! Etapa “a” do ponto 1 conclusa, vamos a etapa “b”, avaliar os países que implementaram esse modelo. Reagan, Thatcher e o segundo período do governo Mitterrand, o que eles têm em comum? Em um primeiro momento percebemos o desgaste do grupo “não neoliberal” (que permitiu esses chegarem ao poder), enquanto em um segundo vemos a consequência direta do implemento desse modelo. Privatização. Tendo o setor privado se apropriado desses tais meios de produção, nos deparamos com um panorama distinto, a busca pela tecnificação. Desfocada a produção, passa-se a haver a preocupação com a produtividade. Em havendo grupos históricos com mais capital disponível do que os outros, a tecnificação se deu de forma muito mais acentuada em grupos isolados. A diferença irreparável entre Ativos tratou de pôr fim à tese inicial da regulação por via da concorrência, pois o que houve foi uma bruta concentração de renda nesses 3 países. Cria-se uma economia oligopolizada com práticas, como o Dumping, se tornando recorrentes.


    Deixo o ponto 2 para a terceira postagem, faço a avaliação teórica do neo-desenvolvimentismo agora.


    O próprio é criado a partir da crítica feita ao modelo Keynesiano de que “não há almoço grátis”, ou seja, o Estado não cria nem gera nada, apenas redistribui. Mas incentiva. É aqui onde se diferencia este do modelo de economia da primeira metade do século XX. Diferentemente, também, dos modelos Stalinistas, ele promove a manutenção em vez do fim das instituições burguesas, dando o poder de fazer regulações e reparações sociais ao Estado. É um modelo criado posteriormente às economias planificadoras Stalinistas e das economias “Laissez Faire” dos liberais, e é correto afirmar que possui certa influência de ambas. O respeito ao mercado e a concepção de que é possível estimular a demanda através de estímulos, seja ao consumo ou a gastos públicos caíram como uma luva frente a países altamente dependentes de Oligopólios. A crise de superprodução de 1929 ensinou ao mundo que só é permitido um ataque de oferta quando há, também, um ataque de demanda, e é disso que o neo-desenvolvimentismo se trata. Ele dá o mínimo de proteção e de renda aos economicamente inativos, no intuito de fazer girar a economia. Agora pergunto ao meu interlocutor:

    Não seria a concorrência pura através da livre iniciativa uma utopia mais radical que a dos antigos comunistas do partidão?

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  9. Por falta de caracteres, vou tratar do PT e do PSDB dentro deste contexto em minha tréplica. Aqui vou terminar o que comecei na segunda publicação. Vou ao ponto 2, às aplicações práticas. Quais seriam as tais vicissitudes do momento histórico?

    Frente a queda do muro de Berlim, as relações internacionais passaram a viver um momento distinto, onde ideologias políticas influenciam mas não impedem que determinado país comercialize produtos com quem quer que seja. Sobretudo o Brasil que possui um acordo nuclear com o Irã, exporta soja, minério de ferro não aglomerado, minério de ferro aglomerado, óleos brutos de petróleo, açúcar derivado de cana, pastas derivadas de madeira, entre outros produtos para a China, os mais de 32,1 bilhões de produtos exportados para os Estados Unidos (entre 2002 e 2007), sem contar o fato de hoje a Venezuela ser país membro pleno do Mercosul, devido a crise de legitimidade Paraguaia, demonstram que o Brasil não vê problemas em comercializar com países que, entre si, tenham divergências diplomáticas. Tal assimilação nos demonstra que o risco de colapso de uma economia trata, na verdade, de um risco de colapso mundial. Nos últimos 6 anos tivemos 2 crises globais distintas. Uma crise de financiamento em 2008 que, através da inadimplência dos subprimes, o setor imobiliário veio à crise que, para ser sanada, o tesouro precisou liberar 700 bilhões de dólares para enxugar títulos e 150 bilhões o senado cortar gastos. Outra crise foi a da moeda comum europeia, o euro, onde Estados chegaram a contrair dívida de 160% do seu produto interno bruto. As consequências desse tipo de crise são inevitáveis, mas vamos analisar as respostas dos dois modelos a ela:

    A solução neo-desenvolvimentista é proteger o mercado interno através de estímulos que mantenham a solidez da economia real, enquanto mecanismos de controle institucional direcionam recursos/isenções a setores com projeções deficitárias. Isso mantém o povo consumindo e, consequentemente, a economia real girando. Economia real é aquela baseada na produção, descontando o valor da especulação. Esta solução, por se tratar, como já foi dito, de uma ferramenta de manutenção do capitalismo, a especulação se faz necessária mas, o sentido dela nesse momento de crise, é manter a produção primária (agricultura/alimentação) para manter o povo alimentado e, também, as principais matrizes de exportação E o setor secundário, as indústrias, para manter o desemprego em níveis aceitáveis (o padrão institucional burguês mundial aceita a taxa de 5%, mesmo que isso signifique, no caso Brasileiro, aproximadamente 10 milhões de pessoas sem empregos).

    A solução neoliberal é um pouco mais simples. Que quebrem! Mesmo que isso simbolize queda na produção real, desemprego em massa e colapso creditício. Segundo eles, capitalismo se trata de ganhos e perdas. Salvar esses títulos significa criar um capitalismo sem risco. A negligência deste argumento é a consequência do próprio. No momento seguinte, a omissão do Estado carimba o visto da especulação para pôr fim ao sistema produtivo real.

    Por esta razão defendo que, se o sistema capitalista é necessário, prefiro o modelo neo-desenvolvimentista que, em minha tréplica, sustentarei ser o modelo seguido pelo PT.

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  10. RÉPLICA
    I
    Meu oponente escreve que o objetivo de sua argumentação “é provar que ambos os partidos possuem como diretriz a manutenção de um modelo de desenvolvimento semelhante (de base capitalista), atribuindo ao PT o caráter neo-desenvolvimentista e ao PSDB o caráter neoliberal”. Em seguida observa que “o modelo neo-desenvolvimentista, mesmo sendo incapaz de promover a mudança estrutural é menos nocivo ao conjunto da sociedade civil”.
    Que o PT tenha base capitalista me parece evidente, fora de questão. Afinal, foi dito nas considerações iniciais dele que o PT, quando se mostrava suficientemente maduro para alcançar o poder, emitiu uma “carta” tranquilizando o país e o mundo sobre a linha ortodoxa que iria manter, pelo menos na questão econômica.
    E levou tão a sério isto que o projeto – se é que tem algum projeto – de desenvolvimento, ficou travado de tal maneira que em 12 anos não se viu avanço em absolutamente nenhum setor da economia, para não dizer que houve retrocesso evidente.
    Para mim, e ao contrário de meu oponente, este partido – ou pelo menos a execução de seus planos – é absolutamente nocivo, até porque nomes são apenas rótulos que apomos às coisas e eles em si mesmos nada dizem, interessa perscrutar sua estrutura, sua natureza, suas bases.
    Basicamente, o que temos de 12 anos de política “neo-desenvolvimentista” exceto o desenvolvimento, em caráter novíssimo, da corrupção e da bandalheira?
    II
    Eu não disse que “todas as ideologias tendem ao centro quando chegam ao poder”. Eu me referi expressamente ao PT, que deu uma guinada ao centro para chegar ao poder. Disse mais, disse que ao PSDB isso não se fazia necessário em função de sua estrutura partidária. O que escrevi “ipsis litteris” foi o seguinte:
    “A verdade nua e crua é que ao vislumbrar alguma oportunidade real de alcançar o poder, ainda mais num regime presidencialista, os partidos vão mudando o colorido, vão tergiversando, vão fazendo concessões que são cada vez maiores quanto maior for o radicalismo inicial.”
    Em outro giro verbal, partidos sem radicalismos, que nascem já com uma diretriz definida, partidos que tenham coesão interna não precisam fazer concessões. Citei o PSOL de Luciana Genro como exemplo: tenho absoluta convicção que se e quando se avizinhar do poder, seu discurso irá amainando na mesma medida.
    Em outra passagem escreve meu oponente:
    O PT passou por um processo similar em 2002. Vemos o PSDB, partido essencialmente neo-marxista, partido da declaração unilateral da moratória se comprometer com a manutenção do sistema financeiro depois de vencer a eleição em 1994, enquanto vemos o partido sindicalista anti-capitalista comprometido com reformas como a da previdência em 2004.
    Então, segundo ele o PSDB é um “partido essencialmente neo-marxista”. E quanto ao PT, o vemos ”comprometido com reformas como a da previdência em 2004”.
    Bem, vislumbro dois problemas aí. O primeiro, uma evidente contradição em si mesma, pois se o “partido sindicalista anti-capitalista” se comprometeu com as reformas da Previdência, como pode iniciar a réplica dizendo que as bases do PT são capitalistas? Onde, afinal, estará a lógica?

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  11. A lógica está em dois pontos fora da observação do meu adversário. O primeiro, que o PSDB não tem raiz neo-marxista e provo-o no próximo parágrafo. O segundo, que mesmo com intenção de alguma reforma previdenciária esta só existiu de verdade no governo Colllor, em 1991. Sequer o “fator previdenciário” artifício utilizado pelo governo do PSDB para não quebrar a Previdência Social foi de alguma forma aperfeiçoado pelo PT. Portanto, não convém mais uma vez tentar solapar o mérito dos outros atribuindo-os a si mesmos como fazem os sectários petistas, que faltos em fazer, fartam-se em propagandear o feito alheio como se fora próprio.
    Quanto à raiz peessedebista, cito aqui o artigo 2º do Estatuto:
    Art. 2º. O PSDB tem como base a democracia interna e a disciplina e, como objetivos programáticos, a consolidação dos direitos individuais e coletivos; o exercício democrático participativo e representativo; a soberania nacional; a construção de uma ordem social justa e garantida pela igualdade de oportunidades; o respeito ao pluralismo de ideias, culturas e etnias; às diferentes orientações sexuais e identidades de gênero e a realização do desenvolvimento de forma harmoniosa, com a prevalência do trabalho sobre o capital, buscando a distribuição equilibrada da riqueza nacional entre todas as regiões e classes sociais.
    Portanto, podemos notar que uma das diretrizes partidárias é a “prevalência do trabalho sobre o capital, buscando a distribuição equilibrada da riqueza nacional entre todas as regiões e classes sociais”. Quer me parecer que esta diretriz é perfeita, pois procura o desenvolvimento harmonioso, com a prevalência do trabalho sobre o capital, o que me parece evidente, porque será a única maneira de se distribuir equilibradamente a riqueza nacional entre regiões e classes sociais.
    Isso não é ser de forma alguma neo-marxista. Marxismo dá prevalência exclusiva ao proletariado, ao trabalho, ao trabalhador e mais nada. Os burgueses devem, se houver recalcitrância, serem removidos à força não só da política, mas da existência!
    Ao contrário de meu oponente, não tenho grandes interesses em perscrutar o que seja o “centro”, porque este oscila necessariamente entre o nacionalismo fascista de direita e o comunismo multinacionalista de esquerda: uma classificação será tanto mais de centro-direita ou de centro-esquerda dependendo de suas ideologias dentro dessas bitolas extremas.
    Penso que meu adversário não foi feliz ao dizer que o PT está à esquerda porque “trouxe consigo bandeiras com ao democratização da mídia, o kit anti-homofobia, entre outras pautas do grupo que compõe a esquerda no Brasil”.
    Primeiro que o kit anti-homofobia, que o sistema de cotas, que a excessiva valorização étnica e dos conflitos brancos-negros daí existentes, do casamento homossexual e outras bandeiras afins são o cerne de qualquer sistema de esquerda porque eles, por natureza, dividem para governar, no campo da execução; e são exclusivamente materialistas no campo das ideias.
    O fato inconteste é que sempre houve pederastia no Brasil, mas de uns tempos para cá a relação ficou de amor ou de ódio, sem meio termo. Sempre houve negros neste país, a um tempo o mais escravocrata de todos (em duração) e menos de todos (no sentido do convívio e da miscigenação): de uns tempos a esta parte parece que este assunto virou tabu de sorte que é quase crime ser branco e é quase obrigação ser preto.
    Tanto é assim que o próprio sistema capenga - e discriminatório – de cotas, sugere o enegrecimento, à medida em que favorece os negros e qualquer um pode se declarar negro, mesmo que seja escandinavo de olhos azuis! Como não existir um conceito legal para a negritude? Isso não pode ser só falta de visão legal e estrutural das coisas, mas também é deliberada intenção de criar confusões e lançar sementes da cizânia entre raças e cores.

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  12. O tão falado “marco civil” da internet prova que o que menos se propõe nos sistemas esquerdizantes entre os quais o PT se alinha é a liberdade de imprensa. A Lei 12.965/14, por si mesma não causa maiores perplexidades.

    O problema são as entrelinhas não muito bem explicadas, principalmente quando está por trás um governo nada democrático na essência. Para corroborar a cita, somente pessoas muito desavisadas e que não conhecem o discurso de Rui Falcão, presidente da sigla e de Franklin Marins, ideólogo do partido, sobre o verdadeiro asco que sentem pela liberdade de imprensa.

    Finalmente, quando eu disse na alínea “a” das minhas considerações iniciais “que o PSDB é um partido também de ‘esquerda’, mas moderada”, tinha os olhos postos no art. 2º de seu estatuto.

    Para mim um país que realmente valoriza as classes trabalhadoras tem que ter uma ideologia partidária com apreço real pelos pobres e despossuídos terá, antes de dar alguma coisa a eles, que produzir o suficiente para fazê-lo.

    Não há como haver prevalência do trabalho sobre o capital se não houver capital; não há como o proletariado ter dinheiro, recursos, vida e aposentadoria decentes se não houver uma geração suficiente de riquezas que os suportem.

    E a prova disso pode ser dada ao meu ver, por duas providências tiradas à cartola do governo PSDB: a) o “Plano Real” (na verdade quando o ex-presidente FHC foi Ministro da Fazenda do Governo Itamar), e foi a peça-chave para sua eleição naquele mesmo ano, fato que auxiliou os mais pobres ao pôr cobro na inflação desenfreada; e, b) o bolsa família, que procurou dar aos necessitados algum conforto material ao mesmo tempo em que os tangia à escola, obtendo assim duplo aproveitamento, a escolaridade e melhor condição social.

    III

    Devo dizer que não sou neo-liberal, até porque para mim – desculpe a arrogância – neo-liberalismo não existe. Temos um rótulo para dizer, penso eu, não muita coisa.

    Há o liberalismo capitalista materializado no “laissez faire” dos jejunos novos-ricos dos finais do século XIX e início do XX, usufrutuários da Revolução Industrial, da Partilha da África, da Partilha da Ásia: dinheiro fácil, dinheiro tranquilo. Estado, para quê? Aliás, se analisarmos bem pelo ângulo geopolítico o próprio Estado moderno nem existia direito, pois é fruto principalmente da unificação italiana e alemã, ambas da segunda metade do século XIX.

    Bastou uma crise séria, a de 1929 com a quebradeira da Bolsa americana e daí o balançar do sistema como um todo para se por cobro a esta falácia: houve necessidade de um Estado forte para garantir emprego e salários, para geral renda, para concentrar decisões. Fim do liberalismo; início da intervenção estatal.

    Mas aquela intervenção asfixiante, aquela intervenção inversa, onde o Estado pode tudo, faz tudo, cerceia e permite tudo: o avesso do liberalismo. Daí o “neo-liberalismo” cujo exemplo sempre lembrado é o de Margareth Tatcher. E o que ela fez, basicamente?

    Encolheu o tamanho do Estado, que vinha por demais inchado. Só isto. Um meio termo salutar entre o oba-oba liberal do começo do século XX e a estagnação completa do país por conta do muito gerir, do muito espiolhar, do mundo regulamentar, restringir e coarctar, marcas sempre existentes num país onde o Estado é maior do que a nação. Exatamente, diga-se de passagem, como propõe o PT hoje, num modelo totalmente disfuncional.

    O ponto central de toda governabilidade é o perfeito equilíbrio entre os dois extremos. É um Estado mínimo em quantidade e máximo em eficiência; um Estado pequeno em atribuições, mas levando-as a sério; é um Estado enxuto para atuar no que realmente necessita.

    IV

    Ao me despedir gizo que na tréplica procurarei esmiuçar os tópicos lançados nas considerações iniciais (alíneas “b” e “c

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  13. Tréplica - Pedro

    Aproveito este primeiro momento para pontuar certas coisas e esclarecer certas confusões feitas pelo meu oponente. Na segunda publicação tratarei da pendência em relação à aplicação prática dos modelos já citados em relação ao PT e, na terceira, ao PSDB.

    Primeiro devo dizer que a legitimidade do capitalismo se dá pela manutenção das instituições do Estado. Como exemplifiquei nas minhas CI’s, no caso do plano Bresser-Pereira (hoje apoiador do PT) de reforma do aparelho do Estado, a necessidade reformista é antes capitalista, ou seja, premissa para o funcionamento do nosso Estado de direito, calcado nos moldes do liberalismo político, do que consequência de um modelo de desenvolvimento econômico, como os dois apontados por mim, por exemplo.

    O segundo problema foi de interpretação. Quando digo que a natureza do PSDB é neo-marxista e do PT sindicalista, busco apontar que, ambos os partidos abriram mão de seu programa original para fazer concessões pragmáticas. A confusão de meu adversário é pertinente, apesar de me parecer que ele não entendeu esse ser exatamente meu ponto.

    Meu adversário negligencia o fato de os grandes intelectuais progressistas do MDB, firmarem-se dentro do PSDB por a social-democracia se tratar de bandeira comum (assim como o “movimento democrático” havia sido antes de se tornar “Movimento Do Balcão [de negócios]”). Pensemos de que se trata esse PSDB e o que ele se tornou. A origem neo-marxista é facilmente demonstrável. Uma das teorias pós-marxistas que mais se aproximam da percepção do anti-imperialismo da Segunda Internacional Socialista de Lênin e da teoria Trotskysta do “desenvolvimento desigual e combinado” é a teoria da dependência, protagonizada por Fernando Henrique Cardoso, Marini e demais intelectuais de esquerda. Este setor neo-marxista que já não possuía vínculos fortes com o PMDB no pós-abertura (1985), senão por integrarem a mesma sigla, veio a ceder espaço ao pragmatismo, sobretudo à direita liberal na figura de um partido - PFL - principalmente ao assumir a presidência da república. Esbocei em minhas CI’s, por exemplo, que havia necessidade de coalizão interna, como no caso do plano real, onde o líder do partido na câmara, José Serra, tratou de tentar sabotar o plano de diversas maneiras, uma delas aprovando o pedido de antecipação de um projeto de Paulo Paim (PT) de aprovação do salário mínimo que, sendo aprovado especificamente naquele momento, inevitavelmente levaria o plano à ruína logo na implementação. Não preciso dizer do tamanho desgaste político de Itamar Franco ao vetar o projeto.

    Finalizando esta primeira publicação, volto à questão do centro. Enquanto os extremos possuem a propensão natural de se “ideologizar” (o que é positivo enquanto houver clareza na concepção prática da ideologia em relação à reflexão no cenário político), o centro busca o pragmatismo. As concessões da governabilidade se dão como já expliquei, de forma dialética, sendo, os diferentes partidos (havendo caso de isso acontecer com pessoas do mesmo partido sendo, um caso clássico, Pedro Malan (PFL) - enquanto ministro da fazenda de FHC (PSDB) – contrariando interesses de Antônio Carlos Magalhães (PFL), representante do partido no congresso) antítese na medida da sua oposição a frente situacional de governo, tanto no processo de check and balance, idealizado por Montesquieu, como por cisões internas em seus respectivos poderes.

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  14. Tratei de conceituar o neo-desenvolvimentismo desde minhas considerações iniciais para poder demonstrar aqui ser o modelo utilizado pelo governo do PT. O leigo atento ao debate, neste momento deve perceber que as políticas de desenvolvimento aqui, passam por uma focalização institucional. Então passemos a avaliar os últimos anos através delas. Como ainda devo uma análise do PSDB na próxima publicação, vou citar apenas 3 casos que, penso eu, sejam os mais emblemáticos (o estímulo do Banco do Brasil ao desenvolvimento rural, em parte, possui sua lógica contemplada ao analisar a Receita Federal).

    Receita Federal: Aqui temos a principal ferramenta de direcionamento do crescimento. A oratória neoliberal negligencia o fato de que países possuem limitações e o conceito microeconômico de concorrência pura simplesmente não existe, pois a hipótese “coeteris paribus” é apenas uma abstração. Tomemos uma das maiores economias agrícolas do mundo, os Estados Unidos. Não fosse os estímulos massivos do governo Americano na produção de açúcar, seria completamente impossível para eles, concorrer com a nossa produção nacional de açúcar, por exemplo. Feito esse parênteses, podemos enxergar que, de um lado, são medidas como zerar o IPI para a indústria automobilística que ajudam a promover a concorrência internacional enquanto, de outro, medidas que não geram receita a união (como a desoneração da folha de pagamento) tem servido para que a obrigação às empresas a aumentar o investimento na manutenção dos empregos (aumentado a alíquota do FAT, por exemplo), gere segurança ao trabalhador sem onerar, com isso, a produção.

    Banco Central: Essencialmente o mantenedor da liquidez da moeda Nacional, passa, durante o período PT, a servir também como mecanismo de solidificação da economia real. O governo provou que ter um Banco Central aliado do governo no controle cambial e na manutenção da taxa básica de juros, possui um grande efeito na proteção do consumo servindo, em casos turbulentos como os atuais onde, em menos de 6 anos fomos vítimas de 2 crises mundiais, para manter a demanda aquecida e, em não podendo elevar o desenvolvimento econômico a níveis eufóricos devido ao efeito externo possa-se, pelo menos, manter um crescimento positivo sem disfunções estruturais de mercado (como no caso da banda cambial de 15,3% da, já citada, crise do México).

    Caixa Econômica Federal: Aqui temos o instrumento que permitiu 35 milhões de pessoas economicamente inativas possuírem acesso a crédito através de programas como o “bolsa família” (enquanto o bolsa escola buscava atingir 5 milhões de pessoas, o bolsa família amplia o número para 50 milhões de pessoas, vinculando o benefício a condição de as crianças estarem na escola e, também, vacinadas) e os programas “minha casa minha vida” e “minha casa melhor”. Aqui reside uma das origens da ampliação de demanda através da transmissão direta de renda e de acesso a crédito que já havia feito menção.

    Tendo alguns caracteres remanescentes, aproveito para dizer que, feito o elogio ao PSDB em relação ao investimento em transporte nas minhas CI’s, venho mostrar que, consoante com a ideia de que gastos públicos, sobretudo em infra-estrutura, fortificam a economia, cito alguns dados que me permitem ver o esforço PTista com maior ânimo. Enquanto o PAC 1 promoveu um avanço na construção de obras públicas no país (o balanço de quatro anos mostrou terem sido executados 94,1% dos R$657,4 bilhões previstos para serem investidos no período 2007-2010. E as obras concluídas alcançaram R$444 bilhões ou 82% dos investimentos previstos para o mesmo período), enquanto o PAC 2, através de parcerias público-privadas, busca investir em rodovias (os resultados do PAC 2 demonstrados no 10º balanço, revelam que R$871,4 bilhões já foram investidos no período 2011-2014. As ações concluídas já atingiram a marca de 95,5% do total previsto até o final deste ano).

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  15. Busquei inverter a ordem cronológica desta vez, pois, identificar o governo FHC de 1994 a 2002 e apontar a perspectiva do PSDB hoje como neoliberais se torna mais fácil com minha segunda publicação por haver nela um substrato institucional útil na nossa avaliação. Comecemos pelo passado.

    Já mencionei o modelo de privatizações logo após citar o plano Bresser. O grande ponto de crítica aqui é a demonstração de um sentido privatista irracional o qual fomos submetidos no período PSDBista. Vejamos:

    Comecemos pelo caso Light. A privatização da Light nos clareia o panorama. O setor energético deixa 4 milhões de Brasileiros dependentes da iniciativa privada (lembrando que energia é demanda inelástica) enquanto investimentos públicos passam a ser capitalizados não pelo Estado, mas por empresas privadas. Para comprar a Eletropaulo (distribuidora de energia de São Paulo), a Light criou duas subsidiárias nas Ilhas Cayman (paraíso fiscal), que emprestaram US$ 1 bilhão de bancos europeus e o BNDES financiou o restante (com garantias irrisórias). Em contrapartida ao empréstimo, a Light emitiu títulos de longo prazo para as subsidiárias. Essa manobra trouxe ganhos tributários considerados ilegais. Segundo o inquérito, na crise cambial de 1999 a Light enviou recursos para aumentar o capital das subsidiárias que possibilitariam abater a dívida com os bancos europeus. Na mesma época, a empresa fez operação de compra de títulos argentinos e americanos, o que levou o Banco Central a notificar o Ministério Público Federal. Foi aí que o inquérito da PF começou. A investigação verificou que a Light enviou às subsidiárias recursos que permitiriam pagar a dívida com bancos europeus, mas não resgatou títulos. Para a PF, assim a Light teria brecha para enviar recursos sem tributação para fora, a título de pagamento da dívida remanescente com as subsidiárias. Em meados de 2002, o Grupo estatal francês EDF já detinha 95% do capital da Light e 90% da Norte Fluminense. A área de concessão da Light abrange 31 municípios do Rio de Janeiro, incluindo a Capital, abastecendo mais de 4 milhões de clientes.

    Podemos traduzir o tal “modelo” de privatizações como um verdadeiro paraíso de alavancagem de dinheiro. A conclusão que a tese privatista neoliberal nos faz chegar, através da análise feita ao longo dessa exposição é a seguinte. Havendo um planejamento e uma perspectiva econômica de longo prazo, o efeito teórico é traduzido em concentração de renda e desigualdade social. Em não havendo esse tal planejamento, o efeito pragmático é traduzido em desgoverno e roubalheira.

    Frente a este panorama, ao discurso eleitoral já visto pelo Aécio Neves (através da plataforma de Estado eficiente, planos de austeridade, etc.) e ao silêncio de seus quadros correligionários de PSDB, percebemos que, assim como o PMDB, o espaço de contestação interna (fruto da criação do próprio) se exauriu frente ao consenso do partido de que a social-democracia se conquista através do mercado.

    Há que se reconhecer a frustração de Fernando Henrique Cardoso ao perceber que, devido ao sociólogo ter sido derrotado pelo político, essa é a herança que ele propiciou ao seu partido quando resolveu se aliar ao PFL em 1994. É curioso ver como o sentido simbólico de um partido que não é mais o que já foi pesa na mente de quem se vê vencido pelo tempo. Percebemos isso em FHC no lado PSDBista e em Olívio Dutra, grande lutador da esquerda que permanece filiado ao PT. Agora, apesar da contradição mútua, espero ter demonstrado que, mesmo derrotado, a manutenção promovida pelo PT é menos pior que a perspectiva deste novo PSDB.

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  16. RÉPLICA


    A esmagadora maioria dos partidos abrem mão de alguma coisa quando começam a chegar perto do poder; ou então sobraçam bandeiras quase nunca sequer pensadas: isso é absolutamente natural principalmente num sistema presidencialista.

    Mudará mais quem tem discurso mais radical. Foi o que aconteceu com o PT na “Carta de 2000” onde mostrou que faria exatamente o que o PSDB houvera feito nos 8 anos de governo para ter alguma chance à reeleição. Note-se que os tucanos não têm este problema, pelo menos por ora, porque o que eles pretendem é, efetivamente, voltar 12 anos para trás! Ou seja, o que o PT acenou há doze anos é justamente a plataforma peessedebista.

    O discurso do meu oponente é bastante tíbio e fora da realidade quando quer dizer que o PSDB tem origem no MDB (“movimento balcão de negócios”, segundo ele) por duas razões tão simples quanto óbvias: primeiro, porque justamente ao perceber o tamanho do balcão e o tamanho dos negócios é que houve a cisão, com a fundação de outro partido. Segundo, porque o “movimento balcão de negócios” é o aliado da primeira hora do PT, tanto que o vice-presidente da República é também seu presidente nacional!

    Andei consultando minhas fontes, páginas antigas de jornais e revistas (bendita internet neste comenos) e não achei absolutamente nada que pudesse contrapor José Serra ao Plano Real. Vejo, sim, Aluísio Mercadante, um dos pilares econômicos do PT como um dos críticos acerbos do plano. Chamo à colação e em abono de minha tese a coluna da Dora Kramer no Estadão de hoje que lembra justamente este ponto.
    Ao finalizar a primeira parte de sua tréplica faz, no meu modesto entendimento, uma confusão meio grande entre diretriz partidária e posição pessoal de um determinado membro do partido ao citar Pedro Malan, que enquanto ministro da Fazenda do Governo FHC contrariou interesses do PFL de Antonio Carlos Magalhães.

    Essas opiniões isoladas dentro de partidos principalmente democráticos são coisas comezinhas e que não estremecem absolutamente nada, ainda menos o “pragmatismo” das correntes mais ao centro, como disse o meu adversário, tentando explicar o que eu já havia discorrido.

    Aliás, e sobre a erronia do meu adversário neste quesito, basta observar que o PSB de Eduardo Campos declarou apoio a Aécio, no que contrariou a opinião pessoal de seu presidente, Roberto Amaral (que os jornais trazem dando um abraço no tucano) que preferia apoiar a Dilma.

    Também não entendi direito a questão dos freios e contrapesos da doutrina de Montesquieu no caso, se o caso trata de estruturas partidárias e não dos Três Poderes da República. Talvez o Pedro possa explicar-se melhor quando voltar à baila.

    Meu oponente diz que o modelo utilizado pelo PT é o “neo-desenvolvimentismo”. Confesso que tenho dificuldade de apreensão de um termo assim tão estreito para definir algo tão elástico. E ao mesmo tempo um termo tão largo para conceituar assuntos precisamente. Mas, debito isto à minha ranhetice de velho: velho não tem muita paciência com jogo de palavras que de resto não nos levam muito longe. É o caso aqui.

    Meu adversário prega o tal “neo-desenvolvimentismo” na “Receita Federal”, no “Banco Central” e na “Caixa Econômica Federal”.

    O que ele classifica como “receita federal”, (já que de receita não se trata de modo algum), infiro que sejam os subsídios, quer agrícolas com o nome de seguro-agrícola (que segundo ouvi na semana retrasada há prognóstico de se aumentar o âmbito de cobertura não só para os danos emergentes, mas também para os lucros cessantes, isto é, não só o que se perdeu mas também o que razoavelmente se deixou de ganhar), quer seja na redução das alíquotas dos impostos federais, como se deu no caso do IPI.

    Não sei se a prática concorda com meu adversário sobre a isenção do IPI e a concorrência dos veículos no mercado internacional por preços melhores: sei, isto sim, que a tecnologia brasileira, como de resto nossa tecnologia em geral, está bastante atrasada desconheço se o mercado internacional quererá nossos possantes.

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  17. Também não há como concordar nem acerca da geração de empregos, nem sobre o parque fabril: este está pelo menos 8 anos defasado. E o desemprego está alarmante: 25% DA POPULAÇÃO BRASILEIRA, o que um descalabro.

    O “Banco Central” e a “Caixa Econômica Federal” me parece que são políticas de governo. Em primeiro lugar, estranho que um banco central não seja “aliado” do Governo central a não ser, evidentemente, que por aliança se entenda ficar a mercê do Governo Central e então a conversa será outra. Por conta justamente deste aparelhamento estatal o candidato tucano já declarou que quer um banco central independente, com mandato e mandatário fixo.

    Neste comenos também já acenou para juros flutuantes, controle da inflação e metas fiscais, tripé que conduziu os 8 anos de governo FHC e que foi mantido por Lula e Dilma. Ou seja, pretender manter o que sempre foi, não fosse o banco central a serviço do estado. Mais um motivo para a independência do órgão.

    Caixa Econômica Federal como agente financiador de planos como “Minha Casa, Minha Vida”, que o Aécio também disse que irá não só continuar, mas principalmente aperfeiçoar. De resto há também o “Banco do Povo”, o BNDES (espera-se que não somente a serviço do partido) como fontes geradoras de recursos para investimento.

    O que quero gizar aqui é que o PT não tem nada de diferente do PSDB até porque manteve tudo o que o outro partido propôs. Tanto é assim que a pauta do PSDB – como não poderia ser diferente – é a mesma do PT e não vejo utilidade alguma, nem sob o ponto de vista prático e muito menos científico de se citar estes exemplos, típicos de uma política conservadora e ortodoxa. O problema não é a política, mas sim a execução dela!!!

    Por fim, peço desculpas ao meu oponente por não entrar em análises sobre pontos factuais que ele levanta em seguida, tais como o PAC e as privatizações Em primeiro lugar, porque o PAC não avançou em absolutamente nada como qualquer pessoa pode conferir; em segundo lugar porque as privatizações foram TODAS elas discutidas judicialmente e em nenhuma delas se vislumbrou qualquer prejuízo à nação, o que deveria ser motivo de maior reflexão às pessoas que costumam apedrejar esta política, totalmente defraudados de informações subsidiem as pedras.

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  18. Ademais, se me perco nessas considerações, deixo de avançar em outras às quais me propôs no início, ou seja, que o PSDB é um partido também de “esquerda”, mas moderada (o que já fiz); e: 1) que os partidos de “esquerda” têm natural propensão a valorizar essencialmente o fator humano, desconsiderando ideais por assim dizer, mais teológicos e metafísicos; 2) que os partidos ditos de “esquerda” têm apego muito grande ao populismo, mas desconcentrado, ao contrário dos partidos ditos “de direita“, que também são populistas, mas centrados sempre numa figura de destaque.

    Parece-me inequívoco que os partidos de esquerda têm propensão natural a valorizar o homem, mas não como indivíduo, mas sim como parte de uma cadeia, de uma massa. Não se valoriza a pessoa, mas o “ser humano”. Tanto é assim que a maioria dos partidários de esquerda não são religiosos e não têm realmente como ser, na gênese: se o mote deste vertente política é o materialismo puro, não há lugar ao metafísico, não há preocupação com o teológico.

    Não será por outras razões que no geral vivem de mentiras, de culpar outrem pelos deméritos e erros próprios. “E, quanto mais mentir, maior será a indignação que colherá no Brasil que não só não engole suas mentiras, como, principalmente, se sente cada vez mais ameaçado pela temerária realimentação do ódio de classes para os quais elas inevitavelmente nos empurram (MESQUITA, Fernão Lara. Unidos Pelo Repúdio, “in” O Estado de São Paulo, A2, 9/10/14).

    Quem ainda não percebeu que diminuímos enquanto seres humanos, enquanto irmãos, enquanto pessoas nesses 12 anos, ou é uma pessoa alienada por demais, ou então é mais que um partidário, é um religioso; e religioso fanático.

    E nem poderia ser diferente, porque o ódio de classes é a tônica de qualquer partido de esquerda. E – em que pesem vozes dissonantes, com as quais peço licença para discordar – ódio e maldades são coisas bem humanas, bem nossas, bem mesquinhas.

    Também vejo os partidos de esquerda apegados em demasia no populismo. Claro que têm figuras centrais como Stálin, Mao, Lula, Maduro, Castro: mas todos eles meio que em segundo plano, destacando-se sempre o partido, as coisas nunca são formalmente feitas por um, não existe no plano formal um cabeça, mas cabeças, um comitê, um partido, enfim.

    Aproveitamos o escândalo do momento, que é a “Operação Lava Jato” desencadeada pela Polícia Federal: quantos são já os nomes envolvidos? Dezenas, centenas. Tomemos o outro caso, o do “Mensalão”, que redundou na AP 470 com vários militantes petistas presos e condenados: quantos os envolvidos ali? Quantas pessoas sequer denunciadas, mas que tiveram participação nesse assalto contra os cofres públicos?

    Difícil de se chegar lá, em função justamente dessas intrincadas redes nas quais se escondem os partidos, notadamente os de esquerda, justamente por esta rede muito complexa onde se escondem não pessoas, não indivíduos, mas grupos de pessoas, grupos de indivíduos sem nome visível, sem identidade flagrante, sem aparência “ictu oculi”?

    E é assim que vão fazendo o aparelhamento do Estado, que vive à sombra e como consequência do partido. Tudo é do partido, que fica maior do que o Estado, tudo é partido, que se arrasta por sobre o Estado, sufocando-o.

    É uma rede. E uma rede não costuma ter indivíduos bem claros, mas sim malhas, que vão tomando e manietando as pessoas, os cidadãos, cidadãos que ficam perdidos e atônitos entre tantas manipulações, tantas falsidades, tantos jogos de cena, todos mentirosos, que a partir de um certo ponto ninguém mais parece se preocupar muito, as mentiras, os travamentos, os jogos de cena, os ódios gratuitos vão solapando de tal maneira a sociedade que esta mesma sociedade não sabe direito onde está para que está e principalmente para onde vai.

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  19. Considerações Finais – Pedro
    Gostaria de agradecer a oportunidade de participar deste debate. Ao meu oponente Wellington, ao Leonardo Levi que me fez o convite, e a todos que vierem a ler esta querela de ideias. Penso que, mais do que uma simples erística barata, esse debate tem um efeito didático, de pessoas que observam os fatos citados e, através de pesquisa, ampliam seu conhecimento sobre o tema. É por este preceito, e evidentemente isto se reflete na minha metodologia de argumentação, que vejo a oportunidade com bons olhos.
    Tratei de fazer uma formulação conceitual baseada em fatos históricos que, a mim, soam pertinentes para avaliar as diferenças entre os dois polos, objetos do debate, em uma perspectiva, apesar de teórica, sempre calcada em fatos empíricos, baseado na tese de que fatos não surgem simplesmente do nada, e há uma razão lógico-sistemática que dá sentido a determinadas atitudes, sobretudo quando se trata de planejamento governamental. Confesso ter ficado perplexo com a permissividade de meu adversário frente as minhas críticas, por vezes pesadas, ao modelo teórico aplicado a prática que conceituei ser o do PSDB. A única justificativa que me parece aceitável é a auto caracterização do próprio, descrita a seguir: “Mas, debito isto à minha ranhetice de velho: velho não tem muita paciência com jogo de palavras que de resto não nos levam muito longe.”, tendo isto sido dito ao tratar de conceituações econômicas básicas, como o termo neo-desenvolvimentismo.
    Admito minha frustração, pois, ao deixar uma série razoavelmente grande de conceitos (e fatos) em aberto esperava, através da contra argumentação de meu adversário, poder desenvolvê-los. Ao fim e ao cabo, acabei por me deparar por contestações, infelizmente, mais rasas e menos estruturais. Não vi uma crítica contundente à construção teórica por mim feita, ao passo que vi uma série de críticas pontuais acerca de diversos temas não exatamente bem formulados em vez de a construção de uma antítese sólida.
    Meu adversário me confronta mais diretamente, basicamente, na discussão entre “ser de esquerda” e “ser de direita”, baseada na tese central dele(ao meu ver rasa e pouco crítica) de que a composição político/partidária se dá por um sentido vetorial pragmático de conciliação quando se alcança o poder, permanecendo ao centro (procurei demonstrar a riqueza da visão contrária no sentido de focalizar o dinamismo desse tal centro enquanto a própria dimensão de conflito – por base estruturalista – se dá de maneira dialética), ao passo que eu tento demonstrar haver uma diferença conceitual, sobretudo em matéria econômica, da concepção de desenvolvimento de ambos os partidos na história recente, enquanto as críticas dele não passam de melindres, em se tratando de um objeto tão complexo e cheio de variáveis, que é a política. Enquanto eu procurei buscar um sentido teórico aplicado à prática para compreender de maneira aprofundada o nosso processo político observado na ótica dos dois partidos objetos de debate, não vi a mesma disposição dele em ir à causa/origem dos processos empíricos.
    Feita esta consideração/lamentação, aproveito o espaço de minhas considerações finais para tratar de pontos menos centrais (confusões feitas por ele e similares equivalentes), haja vista a tese que eu desenvolvi, a meu ver, estar razoavelmente bem fundamentada nas minhas primeiras três intervenções.

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  20. 1 – É incorreto pensar que o PSDB surgiu “do nada”. Sabendo-se que houve uma cisão interna e que foi daí que o partido surgiu, é um erro negar que a origem do PSDB não possui vínculos com o partido que o abrigava (o MDB). Já mencionei o fato de o PSDB ser o reduto da ala mais progressista do antigo partido. Já mencionei e repito aqui, o fato de a teoria moderna mais influente (na minha opinião) da esquerda mundial desde a segunda internacional Leninista ser a teoria da dependência, a qual Fernando Henrique Cardoso foi membro ativo.

    2 – Quanto ao check and balance, eu mencionei que, através da dialética da dinâmica “espectral”, o oposicionista ao governo pode tanto ser parte do mesmo poder, como de outro. Em se tratando de executivo x executivo, acaba havendo giros, como o do PSDB, à direita (já demonstrado na questão superestrutural) por uma negativa de coalizão, enquanto o poder executivo se confronta diretamente com os oposicionistas do poder legislativo tratando-se, então, de uma aplicação prática do tal check and balance de Montesquieu.

    3 – Meu oponente diz:
    “Primeiro que o kit anti-homofobia, que o sistema de cotas, que a excessiva valorização étnica e dos conflitos brancos-negros daí existentes, do casamento homossexual e outras bandeiras afins são o cerne de qualquer sistema de esquerda porque eles, por natureza, dividem para governar, no campo da execução; e são exclusivamente materialistas no campo das ideias.”
    Gostaria que fosse esclarecido e delimitado esse conceito porque, de minha parte, procurei deixar claro que eu, como representante da esquerda, estou perfeitamente de acordo com toda a agenda “das minorias” e faço a crítica aqui ao PT por ter voltado atrás em alguns temas (como os já citados por mim). Esta é a oportunidade para que sejam feitas esses esclarecimentos. Como pode ser a esquerda considerar a luta contra o racismo como “excessiva valorização étnica”. Tu sustenta que isso por não ser de esquerda, é coerente o PSDB defender isso e poder ser chamado de esquerda, além de, no seu próprio texto ser dito que “Tanto é assim que o próprio sistema capenga - e discriminatório – de cotas, sugere o enegrecimento, à medida em que favorece os negros e qualquer um pode se declarar negro, mesmo que seja escandinavo de olhos azuis!”. Como é possível uma visão destas ser considerada “de esquerda”? Justifique-se.

    4 – “O problema são as entrelinhas não muito bem explicadas, principalmente quando está por trás um governo nada democrático na essência. “ Já que a tese sustentada por ti é a de que o PSDB é um partido “de esquerda” gostaria de ouvir uma argumentação sobre o conceito de democracia que o PSDB defende.

    5 – Aqui não trato de um ponto específico, mas de um modus operandi que, espero, nas considerações finais de meu adversário, possa ser esclarecido.
    Ao longo do debate foram feitas pelo meu oponente algumas afirmações contundentes que carecem de uma melhor explicação. Trago as mais chamativas para que ele possa, ao menos, explicar de onde elas saíram. São elas:

    “até porque nomes são apenas rótulos que apomos às coisas e eles em si mesmos nada dizem, interessa perscrutar sua estrutura, sua natureza, suas bases.”

    Como é possível fazer uma análise aprofundada, do tema que for, sem uma abordagem conceitual, quer dizer, a partir de conceitos e definições que delimitem o objeto de análise?

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  21. Neste quinto ponto, continuo questionando até que ponto te é permitido negar os rótulos e até onde os rótulos são viáveis. Em tua própria argumentação, é rotulado um tal liberalismo capitalista como através do “laissez faire”. Me soa essa caracterização com uma certa estranheza, porque me parece que há, da parte de meu adversário a negação apenas de conceitos que ele desconhece, enquanto é feita a exaltação dos que ele aparenta conhecer.

    Tendo agora, caracteres livres, me vejo obrigado a declarar meu completo espanto ao analisar que existe alguém no mundo capaz de comparar o governo do PT com o governo de Margareth Thatcher. Fosse feita a descaracterização do PSDB do conceito de neoliberalismo eu me veria obrigado a contra argumentar na tentativa de demonstrar o contrário. Mas aqui chegamos no ápice do absurdo. Essa caracterização demonstra que, ou tu não compreendeu absolutamente nada de minha argumentação, ou simplesmente a negou e achou, por bem, que não deveria demonstrar a invalidade dela.

    Ademais, me sinto absolutamente confortável em terminar minhas considerações com razoáveis caracteres sobrantes. Penso que, na medida em que eu penso ter conseguido desenvolver minha tese em níveis aceitáveis (a despeito de não poder sintetizá-la pela falta de uma contra argumentação conceitual), minhas considerações finais são feitas mais no intuito de meu adversário poder se explicar nos seus dizeres mais, digamos assim, controvertidos do que na explicação de uma tese que, penso eu, possua sua linearidade.

    Com isso me despeço.

    Grande abraço a todos.

    Pedro.

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  22. CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Encerro aqui este debate com o Pedro, agradecendo a oportunidade de fazê-lo. Também eu fiquei um pouco frustrado com meu oponente, na medida em que passa de cara a impressão que costuma reinar aqui.

    A impressão que passa é a de que o debatedor apresenta um ponto de vista sem entrar em considerações firmes sobre ele, lança a coisa ao vento e espera que o adversário as fique rebatendo sem apresentar nenhuma ideia própria. E quando o oponente desvia o tema para mostrar o que pensa, é tachado imediatamente de ignorante, de não ter "captado" o sublime pensamento do outro...


    Ao contrário de meu oponente, creio que apresentei algumas ideias próprias, a começar, pela total inoperância ou sentido científico e necessário do “neoliberalismo”, bandeira tantas vezes empunhada por ele.

    Demonstrei o porquê, ele não rebateu. Em outro ponto, talvez tenha se frustrado com minha pouca atenção ao tripé por ele formado: “Receita Federal”, “CEF” e “Banco Central”. Para além da impropriedade terminológica da “receita” onde pelo contexto quis dizer “incentivos”, tanto os falados incentivos como os bancos oficiais operando em maior ou menor escala fazem parte da política econômica ditada pelos partidos. Nada mais.

    Preferi falar da trinca que sustentou a política econômica do PSDB – câmbio flutuante, meta de inflação e metas fiscais, isso sim, política que influencia nos bancos e nos subsídios, se houver. Escrevi na réplica:

    “ Neste comenos também já acenou para juros flutuantes, controle da inflação e metas fiscais, tripé que conduziu os 8 anos de governo FHC e que foi mantido por Lula e Dilma”

    Quis mostrar na prática que na essência não há divisões fundamentais entre a política de um partido e de outro, já que o PT seguiu – ou pelo menos tentou seguir – as linhas mestras traçadas pelo PSDB.

    Preferi enquadrar as questões sob outros ângulos, a começar pela ideologia partidária, o que fiz citando o art. 2º do Estatuto do PSDB, e ao mesmo tempo mostrar que o PSDB é um partido mais “trabalhista” do que “capitalista”, para usarmos a linguagem dicotômica, tão em voga até porque bem ilustrativa dos conceitos que se quer muita vez gizar.

    Finalmente, ele resumiu assim suas assertivas (a numeração e o título e dele, comentários são meus):

    1-É incorreto pensar que o PSDB surgiu “do nada”: claro que é, não vejo dificuldade alguma nisto. Na verdade, justamente por não concordar com as linhas do PMDB é que surgiu o PSDB. O que meu adversário quer lançar como pecha ao partido – tentando ligá-lo ao faminto PMDB – fica totalmente esvaziado frente a esta constatação. E tem mais: quem está ligado intimamente com o partido de ocasião é o PT, que recebe apoio maciço dele, e inclusive é deste partido o vice-presidente hoje e é o candidato à reeleição com a Dilma.

    2 – Sobre o “check and balance” trata-se de uma terminologia técnica, de Direito Constitucional e relativa aos três Poderes da República, onde um convive em harmonia com outro, sem relação de dependência. É corolário do art. 2º da CR.

    3 – O problema citado neste item é a essência de todos os partidos de raiz esquerdizante, de cunho comunista. Se meu oponente não consegue enxergar isto, então fica um pouco difícil penetrar em considerações mais amplas, mas deixo o registro de qualquer forma; note como as coisas de uns tempos para cá tomaram ares raivosos, polarizados (negros x brancos, heterossexuais x homossexuais, sulistas x nortistas, capital x trabalho, pobre x rico, cotas x não cotas). Sempre houve tudo isso, mas de uns tempos a esta parte, se não se tomar um partido – de preferência o das “minorias” seja lá o que for isso – e tomar com raiva, com paixão quase nas portas da delegacia de polícia, o cidadão não estará engajado, não tem percepção política, não tem fundamento técnico e político.

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  23. 4 – O conceito de democracia defendido pelo PSDB: está basicamente no art. 2º do estatuto partidário, já comentado em seu devido tempo. Lá se pode encontrar com todas as letras os fundamentos do partido. Se meu oponente não leu até agora, não serão estas alegações finais que adiantarão alguma coisa.

    5 – Finalmente, e provando que realmente escrever coisas tendo como preocupação o nome que elas têm e não sua natureza ontológica, sem que se fale acerca de seus conceitos, na réplica procurei mostrar – sem uma linha sequer em desabono – quais as verdadeiras raízes e fundamentos de um partido dito de esquerda, de alto teor marxista.

    Com aquelas considerações expendidas principalmente na réplica, penso eu que expliquei - e se não consegui foi por falta de luz própria - as propostas que elenquei nas três propostas feitas logo logo na primeira parte das minhas considerações iniciais.



    Com tais considerações finais, ponho também um ponto final ao debate pedindo desculpas aos eventuais leitores se os cansei com meus conceitos “acabados”. Realmente, tenho este defeito desagradável, procuro fundamentar o que penso primeiramente em mim mesmo.
    Isto não significa, por certo, que eu seja arrogante e não me curve a melhores argumentos do que os meus, coisa que inclusive não falta em lugar algum. Mas, procuro sempre temperar as informações que colho alhures com minhas próprias.
    Um abraço.

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