segunda-feira, 5 de março de 2012

Patrick X Chico - Verdade


    • Patrick Brito O que é verdade e como podemos conhecê-la?

      Verdade é aquilo que podemos conhecer sobre algo. Nesse sentido, é preciso distinguir o que é verdade do que é abstração da verdade. Vejamos. Verdade é o conhecimento absoluto sobre algo. É aquilo que não podemos falsear. Os princípios e postulados são dois exemplos. O princípio da inércia é uma verdade que não podemos falsear. É fato que um corpo em repouso ou em movimento uniforme, sob resultante nula de forças, permanece em repouso ou em movimento uniforme. É importante ressaltar que os princípios e postulados se diferem dos dogmas. Os dogmas são verdades reveladas, e por isso, são sustentados pela autoridade de quem os revela e pela fé de quem os aceita. Os postulados e princípios, por outro lado, são conclusões acerca daquilo que observamos na natureza.

      Abstrações da verdade são conclusões que tiramos dos princípios e postulados. Se assemelham à verdade em si por também serem verificáveis experimentalmente. Entretanto, mesmo na semelhança, há uma diferença fundamental. Preste atenção. Sempre foi observado que corpos em repouso ou em movimento uniforme, na ausência de forças, permaneciam em repouso ou em movimento uniforme. Disso, concluímos o princípio da inércia. Logo, a verdade é um conhecimento a posteriori. A independência da velocidade da luz de quaisquer referenciais inerciais também é um princípio, ou melhor, postulado. Foi aceito por Albert Einstein baseando-se nos resultados do experimento de Michelson-Morley. Novamente, um conhecimento a posteriori. Já as conclusões que Einstein tirou desse postulado, como a dilatação do tempo e a contração dos comprimentos, são conhecimentos a priori. Somente depois da publicação da Teoria da Relatividade é que se verificou experimentalmente as previsões da teoria sobre o tempo e o espaço.

      Concluindo, a verdade é um conhecimento a posteriori, que não pode ser falseado; a abstração da verdade é um conhecimento a priori, que pode ser falseado. Abstrações da verdade são aquilo que mais perto podemos chegar da verdade em si. Nossa posição limitada no universo nos impede de conhecer todas as verdades em si. Apenas podemos conhecer aquelas mais simples, como o princípio da inércia. Soma-se a nossa posição limitada no universo a nossa tecnologia, ainda longe de nos trazer mais acuidade em nossos experimentos científicos.

      Aguardo as considerações iniciais de meu nobre oponente para que eu possa desenvolver melhor a minha tese. Obrigado.

      17 de Fevereiro às 15:42 ·  ·  1

    • Chico Sofista Saudações, prezados membros, que perdem os vossos preciosos tempo lendo asneiras como estas que acabaram de ser postadas antes desta minha introdução. É difícil não perceber o ridículo da situação quando alguém que usa a foto de um desenho animado imbecil aparece dizendo que conhece verdades e sabe como fazer as pessoas também conhecê-las. Resumindo, são as palavras de um Messias do conhecimento virtual que se propõe a simplíssima missão de provar a todos vocês que ele REALMENTE SABE a VERDADE ABSOLUTA sobre todas as coisas que existem.

      E o pior, é que ele quer fazer isso, sem parecer ridículo. Sem que ninguém tire muito sarro dele. E para isso, ele não vai usar nenhum truque sobrenatural, mas sim, a mais pura, simples e mentirosa Ciência, que é perseguida por este menino como um cálice sagrado, ainda que não tenha a menor noção do que é que isso realmente significa.

      Mesmo sem saber, ele faz uso de várias ferramentas simples que funcionam muito bem em manipulações de enquetes. Essas ferramentas, são facilmente reconhecíveis, para qualquer que seja o leitor mais atento, sendo elas:

      1- Mandar mensagens pessoais a todas as suas amigas choramingando que está sendo maltratado por uma série de machistas retrógrados, pedindo por favor para votarem nele. Para apelar, manda uma foto do Patrick fazendo carinha de choro.

      2- Fazer um discursinho mixuruca, totalmente influenciado pelo Sheldon Cooper, da série de comédia Big Bang Theory, que é um nerd sem nenhum convívio social e que realmente acha conhecer mais a fundo a “verdade” sobre as coisas. Esta técnica nada mais é do que citar exaustivamente uma série de referências, sem conexão alguma, de livros de ensino médio, usando palavras em sentidos que jamais fariam sentido.

      3- Apostar na estupidez das pessoas, afinal de contas, a maioria das pessoas nem lê esses debates mesmo! A grande maioria do público procura por slogans em seu texto e mal reflete sobre o real significado daquilo que você realmente disse. Se é um “velho” falando de “valores tradicionais” em seu texto, não é necessária análise mais profunda para logo se concluir que aquilo é algo ultrapassado e aquele outro que parece falar difícil e usa vários exemplos da apostila de ciências, parece estar mais certo.

      De fato, usando esta tríade acima, Patrick Brito tem conseguido se manter na liderança do ranking desta comunidade, tendo derrotado Leonardo Levi em um debate onde tentou provar que a evolução prova que não houve criação e em outro onde tentou mostrar que é possível ter uma resposta segura acerca da realidade, que nos permite nos gabar de nossa própria soberba, sabedores que somos de tudo o que nos cerca.

      Então, é bem provável que, mesmo que eu poste o novo teorema unificador da física aqui nesta página para provar para o Patrick que ele está errado, é certeza que ele jamais vai mudar de idéia e vai continuar tentando fazer de tudo para que todos concordem com ele, pois tenham certeza, ele vai terminar o debate SABENDO que ele sempre teve razão.

      Mas para que não digam que estou sendo injusto com o rapaz, eu vou fazer como ele, o velho discurso decadente e dogmático, mostrando por que é que eu tenho razão naquilo que estou dizendo.

      Sentem-se todos nos bancos da igreja “ratio et al”, para todos os adeptos do Patrickismo. Em nome da máxima dogmitude da nossa senhora absoluta, dona Razão, abram seus dicionários verificando o sentido das seguintes palavras:
      Falseabilidade é um princípio desenvolvido por Karl Popper, do qual o nosso amigo marinho, apenas ouviu falar, mas gosta de repetir, sem conhecer do que realmente se trata. Segundo o princípio da falseabilidade, é seguro ter o conhecimento da realidade, se a teoria que serve para descrever o fato que se está analisando, puder ser, de alguma forma, provada ERRADA, em experimentos futuros. Ou seja, é EXATAMENTE o INVERSO da visão dogmática que você está tendo de ciência. Segundo este princípio, qualquer que seja uma explicação, ela só me fará sentido se você mesmo considerar a priori, a possibilidade de sua hipótese também estar errada, e MAIS, propor meios que poderiam provar que você está errado. Se ninguém conseguir fazer isso, aí sim podemos dizer que o que você está defendendo é um conhecimento seguro.

      SEGURO, sim. ABSOLUTO, nunca. Pois para ser seguro, ele deve ser NECESSARIAMENTE relativo, passível de refutação e dependente de inúmeras análises, sob vários pontos de vista e onde TUDO está sujeito ao debate, pois TODOS admitem que não se pode conhecer verdades irrefutáveis sobre a realidade, pois se a história da humanidade nos provou algo até hoje, foi o fato de que somos especialistas em nos enganarmos. E cometemos as mais absurdas estupidezas, principalmente quando nos convencemos realmente que somos capazes de saber alguma coisa.

      O que é fato e o que é mentira, Patrick???

      Imagine que tudo o que você sabe sobre a realidade seja mentira. Foram apenas estímulos químicos gerando percepções em sua mente de coisas que nunca existiram. Como em um esquizofrênico. Me diga, como é que você prova para um esquizofrênico que as percepções dele não sã verdadeiras? Acaso a “verdade” dele não é baseada em evidências? E por que é que apenas evidências obtidas apenas da forma que VOCÊ resolveu confiar (as fontes certas, ditas pelas autoridades certas) são tidas como evidências e tudo o que os outros resolvem apostar, por estarem seguros de seus atos, não são evidências. É a fé, cega e alienizadora. Seu sistema só não explica por que é que você não está agindo exatamente com a mesma fé, ao acreditar no que dizem meia dúzia de autoridades, que dizem tirar verdades absolutas de revistas indexadas, como Moisés colheu os dez mandamentos queimados em pedra por seres invisíveis.

      O que é verdade e o que é apenas mais uma mentira que contaram para você, Patrick? Como é que você pode dizer isso? Até onde vai o seu ceticismo, rapaz?!?

      17 de Fevereiro às 16:44 ·  ·  4

    • Patrick Brito Caros leitores desse duelo, o meu oponente provou-nos ser um completo ignorante quando o assunto é ciência. Mas ele conseguiu surpreender-me, mostrando-nos ser igualmente medíocre e miserável em filosofia. Mas ao invés de descarregar uma série de injúrias contra o meu oponente, como ele fez comigo, prefiro contra-argumentar.

      Primeiro, o princípio da falseabilidade de Karl Popper diz respeito a TEORIAS CIENTÍFICAS e não a PRINCÍPIOS e POSTULADOS. Eu fui claro quando disse que as teorias científicas poderiam sim ser falseadas, mas que princípios e postulados, não. O princípio da falseabilidade, como a própria palavra diz, é um princípio, e portanto, se ele dissesse que TUDO pudesse ser falseado, ele mesmo estaria falseando-se, o que é absurdo! Seria como dizer "nunca diga nunca", e acabar dizendo "nunca". Até a minha mãe, que nada entende de futebol, sabe que se ninguém chutar a bola, a bola permanece em repouso. Logo, na ausência de forças, ou mais corretamente, sob a resultante nula de forças, um corpo em repouso ou em movimento uniforme permanece em repouso ou em movimento uniforme. Conclusão: não há observação alguma que falseia o princípio da inércia! Ou por acaso o meu oponente tem visto bolas de futebol se movimentando sozinhas?

      Sobre a situação-problema que você me propôs, ela é digna de riso e chacota. Mas eu vou resolvê-la.

      Como eu poderia provar a um esquizofrênico que as percepções que ele tem da realidade são falsas? E que as percepções que eu tenho da realidade são verdadeiras?

      Você já assistiu o filme "Uma mente brilhante"? No filme, John Nash é um matemático esquizofrênico. Sua esposa Alicia, para convencê-lo de sua doença, mostra-lhe como eram não-racionais e não-lógicas algumas das percepções que ele tinha da realidade. Por exemplo, algumas das pessoas que ele dizia ver não envelheciam, o que é não-racional e não-lógico. Concluindo, não basta ser evidenciável, uma observação tem que fazer sentido. Uma observação: uma pessoa esquizofrênica nunca é esquizofrênica nas 24 horas do dia. Ora ela tem percepções de uma pessoa normal, ora ela tem as percepções de um esquizofrênico. Uma pessoa normal é normal nas 24 horas do dia. Eis a tênue linha que separa razão e loucura.

      Espero que na réplica o meu oponente argumente de verdade, porque o que se viu nas considerações iniciais dele foi uma reunião de ofensas pessoas e argumentos falaciosos.

      17 de Fevereiro às 18:13 ·  ·  2

    • Chico Sofista O rapazinho acha mesmo que se ele estufar o peito e falar bonito, parecendo sabido, entupido de sua própria arrogância, vai parecer ter razão, então, todos irão imediatamente se esquecer da sova intelectual que ele acabou de tomar. E acha que se ele falar ainda mais bobagens, com mais segurança ainda, mais as pessoas irão se convencer de que o que ele diz é verdade e ninguém vai se preocupar em realmente pesquisar, investigar e entender que o que ele está falando é uma imensa bobagem!!!

      Não existe nenhuma autoridade do meio científico que compactue das besteiras que este infeliz está dizendo e mesmo que houvesse, isso não provaria absolutamente nada. A única coisa que prova alguma coisa é a leitura atenta do texto do meu adversário e a tarefa honesta de não encontrar analfabetismo funcional ao demonstrar em sua réplica não ter compreendido absolutamente nada do que eu escrevi em minha introdução. Limitando-se ao seu ego ferido, fez de conta que eu não escrevi absolutamente nada, e foi tentando comentar alguma coisa, de forma completamente atrapalhada, sobre uma coisa ou outra, mas sem o menor juízo de auto-percepção, como fica evidente para qualquer um que possa estar acompanhando o debate.

      Mas como seu séquito de admiradores nunca lê os seus debates, jamais irão perceber a confusão que o rapaz fez ao tentar definir teorias científicas e postulados e tentou adaptar isso para o princípio da inércia, quando na verdade o que estamos discutindo é a forma como o os seres humanos resolveram explicar o princípio da inércia. Nós observamos as implicações do princípio da inércia, que nada mais são que substâncias químicas interagindo e disparando correntes elétricas em milhões de células que interagem das formas mais inusitadas que se possam imaginar.

      E o efeito desta reação química é a nossa percepção sensorial da realidade, que nada mais é que uma forma de tentar encontrar as melhores mentiras, para se apoiar, pois não é possível de se conhecer a realidade, a ÚNICA COISA QUE VOCÊ tem acesso é à sua PRÓPRIA PERCEPÇÃO DA REALIDADE. É com ela que vai nascer e morrer. E como um sistema nunca pode provar a si mesmo como verdadeiro, por uma questão de postulado lógico, você JAMAIS poderá sugerir um sistema que apresente uma solução definitiva para o enigma da realidade, pois qualquer que seja a forma como você tenha resolvido analisar a realidade, você nunca estará analisando a realidade em si, apenas os próprios circuitos do seu cérebro, que jamais poderão ser reproduzidos, de maneira idêntica, em outro indivíduo que não seja você, no exato momento em que está se analisando.

      Você parece nitidamente não compreender que a ciência trabalha com aproximações. Estatísticas. Tendências. Sem contar o fato que tudo isso pode ser manipulado para servir a interesses econômicos, políticos e ideológicos, como absolutamente toda invenção humana. Seu texto mostra claramente que você resolveu idolatrar a ciência a uma condição de deidade, que nenhum cientista realmente sério, jamais faria o mesmo, justamente por entender que esta não é a função da ciência.

      Por fim, qualquer um percebe que você resolveu adotar a ciência como sua nova religião, mesmo que a ciência, em sua própria essência, nunca se designou para cumprir este papel.

      De fato, alguém que é esquizofrênico, não o é 24 horas do dia, e você pareceu entender bem demais de esquizofrenia para alguém que diz nunca ter procurado cuidados médicos. E seus terapeutas devem ter lembrado seus familiares sobre seus horários para tomar os medicamentos. Agora, basta apenas conferir se os horários para a internet estão batendo com os horários dos medicamentos para que eu possa prever se você vai conseguir entender alguma coisa do que eu disse, ou se sua esquizofrenia vai fazer você continuar achando que a ciência é um novo tipo de religião, destinado a convencer pessoas que existem verdades absolutas sobre a realidade. E que ninguém precisa ter mais nenhum tipo de experiência, já que tudo o que é necessário já foi realizado em laboratórios confiáveis e por isso deve ser aceito como verdade inconteste por toda população.

      Tudo o que precisamos é confiar na razão do Patrick e em seu método infalível para se saber tudo o que existe: Aplicar o Patrickismo: Nâo sei por que, mas eu sei que é assim!! E viver para sempre nesta doce ilusão de que se sabe alguma coisa, baseado em algum método humano que possa ser infalível.

      Pare de acreditar em super-heróis, Patrick. Cientistas são humanos falíveis, usando um método falível, exatamente igual a merdas como eu e você. Se um dia você for cientista, e cientista mesmo, não um técnico-cumpre-ordens, como a maioria dos auto-intitulados “doutores” deste país, aí você vai entender o que eu digo. Mas afogado em sua arrogância, jamais vai admitir.

      Nós só podemos conhecer nossas mentiras, não existe nenhuma verdade.

      Isso não quer dizer que não podemos conhecer nossas mentiras e que isso pode ser MUITO ÚTIL.

      O problema todo está relacionado, no fim das contas, na utilidade da opinião. É óbvio que algumas opiniões são mais certeiras que outras, dependendo do assunto.

      Mas com relação ao tema proposto, para o bem do bom senso, deveria admitir que não tinha a mínima idéia do que é que você estava falando.

      Somente assim talvez faça sentido ler suas continuações.

      17 de Fevereiro às 18:44 ·  ·  3

    • Patrick Brito Caro duelista, ao invés de toda vez me ofender por que você não vai direto ao assunto? É desestimulante para quem acompanha o duelo ficar lendo as suas ofensas desesperadas. Será que não consegue debater sem antes ofender? Dizia-me uma professora que quando ofendemos o nosso adversário é porque acabaram os nossos argumentos. Como está me ofendendo desde as suas considerações iniciais, começo a acreditar que seus argumentos não acabaram, porque sequer tinha argumentos. Mas vamos ao tema de nosso duelo, porque ele sim é o que está em debate, não as nossas características pessoais.

      Ficou claro em sua réplica que para você não existe verdade e que o que sabemos sobre a realidade é tudo mentira. Será que quem está acompanhando esse duelo concorda com esse absurdo? Será mesmo que não existe verdade alguma e que tudo não passa de mentira? Pior que isso. Será mesmo que os nossos sentidos não são confiáveis? Vejamos. Vou discorrer um pouco sobre a descoberta da penicilina por Alexander Fleming. Ele, quando foi ao seu laboratório jogar no lixo algumas placas de Petri, verificou que algumas, contendo bactérias da espécie Staphylococcus aureus, estavam esbranquiçadas, devido a uma lise bacteriana provocada pelo fungo da espécie Penicillium notatum. Trocando em miúdos, o fungo havia matado as bactérias. Foi assim que ele descobriu a penicilina, que tem salvado a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Será mesmo que esse conhecimento não merece nenhum crédito por que foi descoberto com a ajuda da visão? Você realmente acredita nisso? Eu espero que não. É claro que em nome do debate e do seu ego, você não vai concordar comigo. Mas eu, sinceramente, espero que antes de você dormir, quando estiver deitado com a cabeça no travesseiro, no escuro do seu quarto, você possa refletir sobre as implicações do que você está me dizendo, que não é só uma afronta a dezenas de anos de pesquisa científica e de sacrifícios pessoais em nome da ciência, mas uma afronta a todas as vidas que têm sido salvas pelo progresso científico.

      Eu, em momento algum, dogmatizei a ciência. Tanto que fiz questão de deixar claro a diferença entre verdade e dogma. Apenas disse que ela tem alguns princípios e postulados e que precisa deles para existir. No mais, o resto pode ser falseado. Mas isso não diz que a ciência não é confiável. Pelo menos não é isso o que diz os benefícios proporcionados pela Medicina, por exemplo. E mais uma prova de que os sentidos são confiáveis e que, se analisados corretamente, conduzem a uma mesma conclusão acerca da realidade é a Teoria da Evolução. Charles Darwin e Alfred Wallace, pessoas completamente diferentes, cada um com as devidas particularidades, chegaram a mesma conclusão sobre as evidências: evolução por seleção natural.

      Fico no aguardo de uma tréplica mais honesta do meu oponente para que eu possa postar as minhas considerações finais.

      17 de Fevereiro às 20:21 ·  ·  3

    • Chico Sofista Ao invés de se sentir ofendido, você deveria me agradecer pela aula gratuita de filosofia da mente e neurociência cognitiva que eu estou te dando. Mas me esqueci que você é frágil, como um cristal, e que qualquer comentário ríspido, que seja diferente de um elogio faz com que você deixe de prestar atenção em todo o resto que foi dito.Isso é uma pena, pois quem deixa de aprender é você. Mas eu também perco com isso, pois os membros poderiam simpatizar com a sua miséria e dar-te votos, apenas por que acreditaram que não fui cordial o suficiente contigo.

      E você tem razão, de fato eu não fui. Mas lendo o que você escreve, Patrick, e da forma como você escreve, é muito difícil elaborar uma resposta que não pareça extremamente pedante ou condolescente. Até agora, optei por ser sincero e dizer tudo o que eu realmente penso e que representa uma “verdade absoluta”, como você diz, baseada em um “postulado”, que é algo COMPLETAMENTE DIFERENTE de DOGMA, só por que você quer. Ou seja, eu realmente acho que é FATO tudo o que eu disse para você, desde as besteiras que você faz quando vê que está perdendo nas enquetes (sua “verdade” indo para ralo) até à sua imensa ignorância sobre o assunto que estamos conversando, o que não é problema algum, vindo de um rapaz de 18 anos. Estranho seria se pudesse realmente discutir comigo, de igual para igual, um tema como este, tendo tão pouco tempo para se informar a respeito.

      Você é um jovem idealista que busca a todo custo suas “verdades”, escritas em “postulados lógicos” e percebidas pelos infalíveis sentidos humanos. E jura por Einstein que isso não é fé e que não criou para si um outro tipo de religião, baseada em “postulados” (dogmas, jamais! RS) absolutos que também deveriam ser seguidos pelas outras pessoas, se elas quiserem estar certas. Neste ponto, como eu já disse e repeti desde o começo deste debate, você está falhando em entender o VERDADEIRO sentido da idéia de falseabilidade de Karl Popper, que diz que o conhecimento científico só é seguro JUSTAMENTE por que admite que a explicação da realidade é relativa e deve ser posta à prova da contradição de forma exaustiva e sistemática, para que possamos conhecer melhor o POUCO que sabemos, baseados em nossos LIMITADOS sentidos e equipamentos disponíveis para se analisar a natureza.

      Mas você está morrendo de vergonha de admitir que nunca, de fato, leu Karl Popper, como se fosse pecado para um rapaz de 18 anos. Não precisa ficar envergonhado com isso. Por isso, não vejo problema em te mostrar que seus parágrafos iniciais de TODA sua exposição já começavam baseados em uma premissa que é absurda para qualquer um que confie que a filosofia da ciência moderna é uma boa forma de se estudar a natureza.

      “Verdade é o conhecimento absoluto sobre algo. “ O ser humano não possui “conhecimento absoluto” sobre absolutamente NADA que existe. Usando o princípio da falseabilidade, para destruir essa minha teoria, Patrick, mostre-me PELO MENOS uma coisa sobre a qual você acha que o ser humano tenha conhecimento ABSOLUTO, que eu te mostro que está equivocado. Não é possível saber TUDO sobre nada, mesmo por que nossas perguntas só podem ir até onde nossos sentidos nos permitem.

      Aí você me gasta sua tréplica inteira insistindo na idéia de que “NOSSOS SENTIDOS SÃO CONFIÁVEIS PARA NOS FORNECEREM CONHECIMENTOS ABSOLUTOS”. Você, como ser humano, possui uma visão um pouquinho mais desenvolvida que os outros mamíferos, mas comparado com um número absurdamente gigantesco de artrópodes, somos praticamente cegos. Abelhas são capazes de perceber desenhos extraordinários em flores que só podemos perceber usando equipamentos que identificam freqüências extremamente baixas. Morcegos possuem sistemas de orientação espacial sofisticadíssimos, invejados pelos maiores estudiosos de engenharia. Esses animais percebem o mundo de formas como só podemos imaginar, pois está muito além daquilo que nossos sentidos nos permitem. E isso sem considerar a possibilidade de vida fora da Terra, e duvido que você duvide que as possibilidades para a forma como estes seres experimentam a realidade serem inexplicáveis para a atual cognição humana.

      AGORA PRESTE BEM ATENÇÃO: Isso não quer dizer que, por isso, nossos sentidos não nos servem de nada. Eu nunca disse isso. Disse apenas que são LIMITADOS e não são confiáveis para nos dar nenhum conhecimento ABSOLUTO sobre nada que seja. É claro que foi bom que o Alexander Flemming tivesse VISTO a colônia de fungos se desenvolvendo para desenvolver a penicilina e isso ser bom para salvar vidas. Mas eu não sei por que é que você não achou que isso fosse algo óbvio demais e que realmente valesse a pena postar algo assim.

      Mas de longe, a maior abobrinha que você disse foi “Verdade é aquilo que não podemos falsear”. Eu vou dizer isso só mais uma vez e espero que repense em sua postura em suas considerações finais, para que pelo menos uma parte do que você escreveu possa servir para alguma coisa.

      Segundo os princípios absolutos da atual ciência positivista moderna, exatamente a mesma congregação que você faz parte, mesmo sem conhecer seus próprio dogmas, o princípio da falseabilidade é um princípio FUNDAMENTAL para que uma explicação da natureza possa ser confiável para um examinador embasado na mais sofisticada retórica dos filósofos positivistas do círculo de Viena. Sendo assim, para que algo seja uma VERDADE científica (científica mesmo, não Patrickista, que jura que é científica), deve ser POR DEFINIÇÃO, FALSEÁVEL, ou seja, deve existir a POSSIBILIDADE de que se prove o contrário. Como não existe a possibilidade de se provar que gnomos, duendes e deuses não existem, eles não são seres FALSEÁVEIS, ou seja, não são aceitos como VERDADES para quem acredita na filosofia da ciência moderna.

      Mas pelo visto, nosso amigo Patrick pensa diferente de todo mundo que concorda com Popper. Para o Patrick, gnomos, duendes e deuses existem, justamente pelo fato de NÃO SEREM FALSEÁVEIS, assim como seu próprio discurso, que jamais poderia estar errado, pois a Wikipédia realmente garantiu que Alenxander Fleming descobriu a penicilina e Einstein desenvolveu a teoria da relatividade usando os mesmos cinco sentidos que ele, grande gênio, capaz de ser conhecedor de VERDADES ABSOLUTAS e incumbido do dever de doutrinar a todos a conhecê-las, tal qual ele o fez, em sua experiência mística com a razão, que não pode ser explicado pela ciência moderna, mas sim por uma nova teoria revolucionária que vai mudar as redes sociais, o Patrickismo, ou seja, a idéia de que as coisas não precisam ter explicação. São verdades irrefutáveis por que obedecem aos sagrados “Postulados de Patrick”, que guia seus fiéis para a sabedoria, a partir do conhecimento de constantes imutáveis, assim batizadas pela imutável sapiência de vosso senhor.

      Me desculpe o sarcasmo, Patrick, mas é inevitável. Se você diz que a ciência é capaz de conhecer “verdades absolutas” baseadas em “postulados imutáveis”, então é óbvio que você está dogmatizando a ciência, por uma simples questão de definição dos termos.

      Agora, muito me surpreenderia se você reconhecesse que errou e usasse suas considerações finais para nos trazer algo novo, além da repetição dos mesmos equívocos, como mais e mais exemplos, sem relação nenhuma como o tema ou com o que eu disse.

      18 de Fevereiro às 10:24 ·  ·  4

    • Patrick Brito Primeiro, há uma profunda diferença entre verdade absoluta da forma como eu abordei e dogma. O princípio da inércia, por exemplo, pode ser verificado empiricamente. A imaculada conceição, um dogma cristão, por outro lado, não pode ser verificado experimentalmente. Ambos são irrefutáveis, entretanto, apenas um pode ser verificado experimentalmente. Segundo Popper, a ciência só diz respeito a coisas que podem ser verificadas experimentalmente, portanto, dogmas, como a imaculada conceição, ou mitos, como a criação, não entram no crivo da ciência. O princípio da inércia, como os demais princípios e postulados científicos, são irrefutáveis. Ou você consegue refutar o princípio da inércia? Vamos, estou te desafiando a refutar o princípio da inércia! Se quem acompanha o duelo também duvidar, pode colocá-lo a prova! Está aí a diferença entre um princípio e um dogma. Eu posso testar o princípio da inércia, milhares de vezes, de diferentes formas, em diferentes regiões do planeta, e sempre chegar a conclusão que de fato na ausência de forças, ou melhor, sob a resultante nula de forças, um corpo em repouso ou em movimento uniforme permanece em repouso ou em movimento uniforme. Mas eu jamais poderei testar a veracidade da imaculada conceição de Maria.

      Segundo, você ainda não percebeu que você mesmo está tratando o princípio da falseabilidade de Popper como uma verdade absoluta? Se de fato para você toda teoria científica é falseável porque o princípio da falseabilidade de Popper diz que é, então para você o princípio da falseabilidade de Popper é ABSOLUTAMENTE VERDADEIRO. E mesmo que para você o princípio da falseabilidade de Popper não seja ABSOLUTAMENTE VERDADEIRO, então ele também é falseável. Conclusão: de um jeito ou de outro o caminho fica livre para VERDADES ABSOLUTAS!

      Terceiro, de fato nossos sentidos são limitados. Mas isso não diz absolutamente nada! Hoje, com os equipamentos que inventamos, conseguimos enxergar muito mais que quaisquer outros animais, podendo observar desde espaços da ordem de 1,6 x 10^-35 m, que é o comprimento de Planck, até 13,7 bilhões de anos-luz, que é o comprimento do universo visível. Nenhum outro animal consegue mensurar o universo tanto quanto nós humanos.

      Agora que as devidas considerações foram feitas, eu posso concluir. Quando Popper propôs o seu princípio da falseabilidade surgiram críticas contundentes em relação ao mesmo. Por quê? Porque ao admitir que tudo o que é científico deveria ser falseável, isso também se aplicaria ao próprio princípio da falseabilidade. Trocando em miúdos, a falseabilidade deveria ser falseável em si mesma. Portanto, a fim de evitar que o princípio da falseabilidade fosse para o ralo, foi admitido a existência de proposições em que o princípio da falseabilidade não se aplica. O nome disso é teorema da incompletude de Kurt Gödel. Segundo esse teorema, há algumas proposições que não podem ser demonstradas nem refutadas. Princípios e postulados são algumas dessas proposições. Concluindo, a falseabilidade não se aplica a princípios e postulados, pois esses são irrefutáveis, conforme o teorema da incompletude de Gödel. Acho que quem precisa estudar mais aqui é você. Obrigado pelo duelo e tenha um bom dia!

      18 de Fevereiro às 15:09 ·  ·  1

    • Chico Sofista Eu vou finalizar minha participação sem fazer nenhum comentário agressivo ao meu adversário, ainda que mereça. Tudo o que vou dizer se relaciona ao tema, para que a desculpa da misericórdia não possa servir para angariar votos, restando apenas o da ignorância. Toda verdade ABSOLUTA que não admite a possibilidade de reavaliação é um DOGMA, seja ele religioso, matemático, ou científico. Negar isso sucessivas vezes, não torna um argumento válido. Eu satirizei o quanto pude isto para ver se meu adversário percebia, mas parece que foi em vão, pois a todos pareceu que o mesmo terminou sua participação seguro de que suas impressões absolutas sobre a realidade são completamente diferentes daqueles que acreditam em milagres de santos, baseados em premissas que não podem ser questionadas.

      O princípio da inércia, por exemplo, é um princípio extraído a partir de OBSERVAÇÕES DA NATUREZA. É óbvio que a observação em si, não pode ser refutada. Mas isso não encerra absolutamente nenhuma VERDADE acerca do assunto, que é o que estamos discutindo. Existem infinitas formas de se explicar como as coisas caem e cada uma dessas possíveis explicações representará uma VERDADE para quem acredita que sua explicação é correta. Fica claríssimo para qualquer um que quiser consultar um dicionário ou mesmo a Wikipédia que meu adversário passou o debate inteiro confundindo “VERDADE ABSOLUTA” com “OBSERVAÇÃO INQUESTIONÁVEL”. Meu adversário mostrou-se também mais religioso ainda que Newton, ao afirmar que a ciência funciona como um método para se conhecer POSTULADOS DEFINITIVOS, quando na verdade, muita coisa aconteceu com a ciência desde a morte de Newton. A própria explicação de Newton sobre como os objetos caem foi refutada por Einstein, ao elaborar o princípio geral da relatividade, que por melhor explicação que seja não é definitiva, pelo fato de que para a ciência moderna, nenhuma explicação é definitiva.

      Kepler demorou muito tempo para desenvolver seus teoremas, por que achava que a natureza deveria obedecer uma constância universal, no caso dele, a de círculos, que eram formas geométricas “perfeitas e imutáveis”, assim como Deus. Newton também ficou maravilhado com a consistência matemática de suas observações a ponto de achar que suas conclusões refletiam diretamente a esplendor da mente de um arquiteto divino. E durante toda a história da humanidade, os seres humanos têm procurado padrões infalíveis em suas observações da natureza, principalmente na intenção de procurar algum plano arquitetônico absoluto, registrado em tudo o que existe. Ou então para justificar nossas mais íntimas intenções de sermos sabedores de tudo que existe. De forma a separar o joio do trigo do conhecimento humano, a filosofia surgiu para tentar dar ao homem respostas mais satisfatórias para suas perguntas, de forma que este conhecimento pudesse ser útil.
      Meu adversário faz uma confusão ao dizer que para Popper a ciência só pode trabalhar com o que pode ser verificado experimentalmente. As teorias mais sofisticadas da física moderna não podem ser verificadas experimentalmente, simplesmente por que ainda não existem aceleradores de partículas com a capacidade de reproduzir o que só pode ser mostrado a partir de cálculos, que geram TEORIAS FALSEÁVEIS que podem ou não representar “VERDADES” científicas, dependendo de sua capacidade de convencimento na comunidade, o que vai depender de uma série de fatores, como a lógica e evidentemente, sua capacidade de ser posta a prova, o que nem sempre é possível com nossos equipamentos. Mas todo cientista sabe que o conhecimento humano está sempre se reformando e novas formas de se analisar a realidade estão sempre sendo propostas. É óbvio que milagres e mitos podem ser colocados à prova pelo crivo da ciência. As explicações que podemos desenvolver utilizando apenas nossas ferramentas sensíveis, entretanto, são completamente diferentes das originais, que foram criadas a partir do desenvolvimento de “postulados” que não devem ser questionados, para que a “verdade” possa fazer sentido.

      Mas como meu adversário não é um cientista e muito menos um filósofo, ele acredita piamente que o ser humano é capaz de propor explicações universais e imutáveis. Disse até que já sabemos tudo o que se existe para saber em áreas como a filosofia e a sociologia, mostrando uma profunda falta de informação no que se refere a novos paradigmas que são constantemente propostos, não só nessas áreas, mas em absolutamente todas as vertentes do saber humano. O PRINCÍPIO da falseabilidade, assim como o PRINCÍPIO da inércia, são por definição, PRINCÍPIOS, oras. Sem eles, todo o restante da explicação deixa de fazer sentido. Se você acredita que a física possui uma boa explicação sobre como os corpos caem, irá empregar este princípio em sua explicação. Se acredita que a ciência moderna traz respostas satisfatórias, é bom que conheça o PRINCÍPIO da falseabilidade, que mostra que TODAS as verdades científicas são relativas e, justamente por estarem sujeitas a constantes revisões, estão SEMPRE mudando e sendo re-estruturadas. Apesar da observação ser sempre a mesma (as coisas caem) a forma como usamos para explicar isso (VERDADES) estão sempre mudando, para quem acredita que as respostas científicas são confiáveis. Ao dizer que eu estou tratando o PRINCÍPIO da falseabilidade como VERDADE absoluta, meu adversário demonstra não ter compreendido a diferença que existe entre as definições das palavras OBSERVAÇÃO, PRINCÍPIO E VERDADE. Espero do fundo do meu coração ter tornado tudo isto muito claro para quem está lendo.

      19 de Fevereiro às 08:41 ·  ·  1

    • Chico Sofista De fato, com os instrumentos que temos, Patrick, podemos observar coisas absurdamente pequenas e absurdamente longínquas, mas achar que estamos no limite daquilo que o seres humanos podem criar para observar ainda mais de perto ou ainda mais de longe, é subestimar a capacidade de criação humana, que tem nos surpreendido a cada nova invenção, a cada nova forma de se ver o mundo, que são constantemente lançadas de forma a abalar todas as mais fortes convicções humanas que já existiram.

      O princípio da falseabilidade não pode ser falseável por que é um princípio, não uma explicação. Mas, qualquer um com honestidade intelectual em sua busca por “VERDADES” deve admitir a possibilidade, até mesmo deste princípio científico poder estar errado e isto não reduz em absolutamente nada o poder de fortalecer explicações que este princípio tem. Já o teorema da incompletude de Gödel, serve para mostrar que UM SISTEMA JAMAIS PODERÁ PROVAR A SI MESMO COMO VERDADEIRO, o que prova da forma mais contundente possível, o meu argumento inicial, que é o de que, usando a nós mesmos como referência, podemos provar o que quisermos a nós mesmos e mesmo assim, isso JAMAIS servirá para atestar qualquer que seja a VERDADE universal, simplesmente por que nosso sistema de explicações para a natureza, ou melhor, nossa máquina de verdades, é limitada e falível, como tudo o que é humano. Entretanto, está em constante renovação e é justamente por isso que nossas “VERDADES”, pelo menos as científicas e não as religiosas, são todas relativas, pois dependem de quem está analisando, quando está analisando e mais importante, POR QUE está analisando. Se seu objetivo é sempre estar certo, verdades absolutas podem ser muito úteis. Agora se seu objetivo é ser honesto e compreender a natureza independente de seus anseios pessoais, vale a pena admitir que todas as explicações que os seres humanos já usaram para a natureza são relativas e podem mudar. E que NINGUÉM possui conhecimento definitivo sobre absolutamente nada.

      Eu tenho plena convicção de que tenho que estudar mais para entender melhor o tema. Quem parece não concordar comigo, com relação a si mesmo, é meu adversário. Justamente por isso, em minha opinião, ele está equivocado.

      19 de Fevereiro às 08:41 ·  ·  1

    • Chico Sofista DEBATE ENCERRADO!!!!!!!!!!

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