quinta-feira, 8 de março de 2012

Brayner X Jorge - Quem não bate, educa?


Brayner - Um Cristão Não Alienado 11/09/2011
[2ºCDR] Brayner X Jorje – Quem não bate educa?
"Não bata. Eduque!!!" É a campanha da qual vários artistas famosos têm participado e apoiado, a fim de ajudar a exterminar a cultura de que "pais devem bater nos filhos."
Eu, Afonso Brayner, sou mais do que defensor da boa educação. Não só a da escola, mas aquela que é dada pelos pais. Sou a favor de os pais criarem seus filhos com amor, diálogo e bons exemplos. E tudo isso meus pais me deram. Mas há outra coisa que eles também me deram. Palmadas!! É, palmadas. E também sandalhadas, e em alguns raríssimos casos, meus pais julgaram o cinto como necessário.
Eu fico agoniado em saber que um pai está espancando o filho ou batendo apenas para descontar a raiva. Mas meus pais não faziam isso. Em primeira instância, eles castigavam-me como qualquer criança. Só no caso de o castigo não surtir efeito, aí sim, eles "me davam uma piza," como dizemos aqui no nordeste.

O fato é que sou a favor de que os pais batam em seus filhos com finalidade educativa e quando necessário. Talvez para algumas pessoas de outra cultura ou classe social, isso possa ser considerado um absurdo. Mas apesar de na época não ter gostado, (obviamente) hoje sou grato pelas "pizas" que meus pais me deram, que me fizeram temer a desobediência e protegeram-me de um mundo dominado pelas drogas.

E o meu adversário debatedor, pelo pouco que falamos, parece ter uma visão um pouco diferente. Eis que dou-lhe agora a oportunidade de expor sua opinião contrária e defender-la. O duelo está aberto. Eis que já escolhi minha arma. Escolha agora, Jorge, a sua e demos o primeiro passo antes de nos virarmos e puxarmos o gatilho.
Jorge Marcelo Cordova Jarufe 13/09/2011
Quem bate educa? I
Como mostra a psicologia comportamental o ser humano cria condicionamentos que alteram sua conduta (educação) através do reforçamento positivo e negativo, ou seja através de diversos tipos de recompensas e de punições ou castigos. Nesse sentido bater é um tipo de punição que funciona desde o ponto de vista prático, pelo menos para a questão específica que quer ser reforçada negativamente.
Podemos falar dos limites entre bater para provocar dor e bater machucando fisicamente e incluso deixando seqüelas. Com certeza nossa questão está fora desta segunda possibilidade, o que você defende é bater só para causar dor, mas em outros aspectos mas amplos o que significa apanhar e bater?
Uma relação de poder em que um ser afirma seu domínio sobre o outro através da força física, esse tipo de comportamento é comum nos animais não racionais e quando o adotamos perdemos o que nos diferencia dos outros animais ou seja perdemos nossa condição humana.
Jorge Marcelo Cordova Jarufe 13/09/2011
Quem bate educa? II
Existem infinitas formas de castigo de diferente gradação que podem ser aplicados para educar sem chegar a perder a característica que nos diferencia como espécie.
Colocar como opção bater para educar implica fundamentalmente negar a própria essência do conceito de educação que é potenciar a liberdade do ser humano, batendo se potencializa o medo, a insegurança e submissão.

Você escreve: “hoje sou grato pelas "pizas" que meus pais me deram, que me fizeram temer a desobediência e protegeram-me de um mundo dominado pelas drogas”.

E eu pergunto, mas que outras conseqüências tiveram essas batidas na sua personalidade? Até que ponto hoje você tem medo de exercer sua liberdade e de desenvolver seus potenciais, até que ponto você é inseguro como reflexo dessa violência?
É válido temer a desobediência como principio? Não será válido ao contrário do que você afirma, não temer desobedecer ao ditador criminoso, ao aproveitador e ao injusto?
Existem outras crianças que foram protegidas como você escreve “de um mundo dominado pelas drogas”, sem nunca ter apanhado, não é uma forma mais eficiente de educar? O você acha que é melhor apanhar por princípio?
Coloque uma situação concreta em que apanhar seja a única opção educativa, eu aceito o desafio de mostrar que existe outra opção em que não será necessário e se existe uma opção que funciona em que não é necessário essa ultrajem ao respeito de uma criança estaremos concordando que bater não é uma opção válida de educação.
Brayner - Um Cristão Não Alienado 13/09/2011
Jorge
Não tenho um estudo aprofundado em psicologia e o pouquíssimo que sei está embasado em níveis não universitários. Só posso usar os exemplos práticos, já que ambos têm o mesmo valor.
Eu tenho 18 anos e tenho um amigo de 14. Ambos fomos criados quase da mesma forma. Longe das ruas durante a infância, e ambos recebemos as polêmicas "pizas" de nossos pais. Hoje eu sou um garoto que pelo menos eu, me considero inteligente para a minha idade, e por toda minha família sou conhecido pelos atributos da inteligência e da atitude. Meu amigo, por outro lado, é conhecido entre os amigos pela sua timidez excessiva, falta de atitude e covardia. Se ambos apanhamos na mesma medida, o que diferiu neste caso não foi o fato de nossos pais nos baterem.
Meu pai sempre cobrou de mim atitudes dignas de um homem. Me bateu quando faltei com honestidade e quando fui covarde. Minha mãe me bateu quando faltei com respeito a ela e aos outros.
Já no caso do meu amigo, o pai dele o bateu quando ele chegou em casa 15 minutos atrasado às 9:45 da noite. O pai dele mal deixava ele ir sequer para a igreja, e conversando eu com o pai dele, via que seu pai comparava em sua mente o mundo como uma grande selva, (e ele realmente me disse estas palavras.) e comparou o filho a uma "joinha preciosa", que se ele perdesse se desesperaria.
O que diferiu minha educação da dele, foi que meu pai me batia COM UMA FINALIDADE RACIONAL. Muitas vezes meu pai bateu-me sem sequer estar sentindo raiva no momento. Outras, ele teve raiva e se segurou. É algo totalmente racional! Agora por outro lado, o pai do meu amigo bateu-o por um sentimento desesperado de seu filho pisar na calçada e ser atingido por uma bala perdida. Isso é totalmente passional! Isso sim é ANIMALESCO E IRRACIONAL.
Por isso, eu colhi um benefícios das "lapadas" e meu amigo não.
Brayner - Um Cristão Não Alienado 13/09/2011
Apanhar não é a unica opção educativa.
Como disse antes, meu pai castigou-me primeiramente. E não fui uma criança que apanhei muito. Mas só o diálogo, vi funcionar pouquíssimas vezes.
Todos os garotos que brincavam comigo em minha infância cujas mães não exerceram sobre eles a devida autoridade, hoje não posso sequer conversar com eles. Porque são hoje traficantes e viciados em drogas. Não que não bater tenha sido o fato causador disso, mas no meu ponto de vista, foi um grande contribuinte.

Imagino que existam vários casos em que pais criaram e criam filhos sem bater neles uma única vez e se tornaram homens de bem. E se for possível criar meu filho assim, meu coração se enche de alegria. Mas acho difícil que isto aconteça, já que não conheci pessoalmente nenhuma dessas raríssimas excessões, embora eu saiba que elas existem.
Jorge Marcelo Cordova Jarufe 15/09/2011
Quem não bate educa?
Prezado Brayner, casos pontuais e específicos são muito subjetivos e não servem para provar que algo é válido, eu conheço pais que nunca bateram nos filhos e eles são gente de bem.
Se pudéssemos fazer um estudo abrangendo uma amostra da população significativa para uma conclusão estatística, poderíamos chegar a uma conclusão válida nesse sentido, mas em nosso debate deveremos nos centrar no que é mais correto eticamente

Partamos da base que bater e não bater funcionam educativamente, de acordo aos exemplos dados por você e por mim, então a questão que coloco é se a educação pode funcionar batendo e sem bater o que seria mais válido?
Me parece que sem dúvida seria sem bater
Você argumenta que só o diálogo funciona pouquíssimas vezes. Mas existem infinitas outras formas de pressão além das palavras para educar antes de chegar à violência física, você pode deixar a criança sem sair, sem ver televisão, sem brincar, sem acessar internet, sem ver os amigos, sem comer sobremesa a lista é infinita mesmo e tem diversos graus de força de acordo à importância que da a criança a cada coisa, então você pode ir aumentando a pressão até a criança entender que é melhor para ela mudar seu comportamento. Só dar um tipo de castigo e depois partir para violência física para mim só mostra falta de inteligência e de respeito pela criança
A autoridade, deve ser exercida, mas com inteligência e respeito e bater de acordo às possibilidades infinitas de outras pressões evidenciadas acima, pode até funcionar, mas realmente não é necessário nem a melhor opção para pais inteligentes e amorosos.
Brayner - Um Cristão Não Alienado 18/09/2011
Conclusão
Bater não é a única forma de educar. Na verdade, deve ser usado em última instância. Como diz a bíblia, "Educa teus filhos no caminho do amor, e se preciso, que seja eté com vara."
Quem bate para descontar a raiva não está fazendo nada além de criar um ser humano reprimido e violento. Mas quem o faz por amor e de uma forma racional e educativa, está criando um cidadão consciente de seus direitos e deveres.
Os casos que citei não são tão específicos quanto você, Jorge, imagina. É algo bem generalizado. há inúmeros casos em que soube como era a educação de vários atuais adolescentes, e os que receberam uma criação mais rígida (porém não escravista nem opressora) são os que têm maior consciência cidadã e visão de futuro. São casos tão inúmeros que todos os dedos do meu e do seu corpo não seriam suficietes para contá-los, e as excessões não são capazes de encher uma de minhas mãos.
Na minha opinião, QUEM BATE, EDUCA. CONVERSAR PRIMEIRO, CASTIGAR EM SEGUNDO, E SE OS DOIS NÃO RESOLVEREM O PROBLEMA, SÓ AÍ A "PALAVRA BÍBLICA DA VARA" SE CUMPRIRÁ.
Jorge Marcelo Cordova Jarufe 22/09/2011
Conclusão
Eu até aceite a hipótese de bater ser uma forma de educar, desde o ponto de vista funcional, mas sem dúvida educar é diferente de domesticar ou intimidar a forma básica em que se consegue algo batendo.
sobre o que diz a Biblia, ela diz também olho por olho e se fossemos fazer literalmente o que ela diz iriamos para a cadeia, além de que é uma fonte só válida para quem acredita nela e no âmbito da retórica o que vale é a argumentação racional e não a fé.
A educação não precisa ser mais rígida para ser mais esclarecedora, existem pessoas que cresceram apanhando e é isso o que fazem diante de qualquer situação, partir para a briga porque foi a lenguagem que aprenderam, Se intimidar através de bater não é algo escravista nem opressora, vamos ter que definir novamente esses conceitos. sua afirmação de que os que apanharam são os que têm maior consciência cidadã e visão de futuro, não passa de uma visão subjetiva e distorcida da realidade, se você procura estudso sobre o assunto vai se surpreender. Além de poderiamos dizer que nesses casos tão inúmeros que você cita, podem ter influenciado outros fatores e conseguiram desenvolver uma consciência cidadã apesar de ter apanhado em vez de por ter apanhado.
é muito triste ver alguém afirmar como você o faz "QUEM BATE, EDUCA. Espero que va atras de conhecimentos de pedagogia, a ciência da educação, vai encontrar milhares de livros que nem tocam no assunto de bater, e são especialistas em educação. Você está a contra mão da história e da civilização, espero que reflita um pouco mais sobre o assunto e se informe melhor antes de continuar afirmando algo tãol primitivo e fora de época.

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