quinta-feira, 8 de março de 2012

Aloprado Alonso X Leonardo Ferreira - Wall Street


₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 23/09/2011
Introdução
Vamos direto ao assunto o qual merece atenção aprofundada dos leitores do debate por se tratar de um assunto técnico e ao mesmo tempo informal sobre elementos econômicos que estão presentes nos mercados globais como Wall Street e outros.

Inicialmente a economia é uma ciência que visa administrar recursos que por sua vez são escassos. Visa ainda estudar sua relação com as riquezas expressas em medidas monetárias e naturais (recursos/riquezas naturais) e suas relações comuns de produção, consumo e distribuição e concentração de recursos e riquezas.

Sabemos que essa produção, consumo e distribuição de riquezas nunca é estática de viso ser movimentada como o estilo de vida da sociedade levando em conta diversos fatores.

Os ambientes econômicos e atos econômicos são influenciados por comportamentos positivos e negativos em sua relação de demanda e atendimento das necessidades humanas por bens, serviços expressos em valores.

Assim, o custo benefício de um bem pode ser calculado de acordo essa relação intrincada de que podemos chamar de desejo x poder. E justamente nesse condicionamento mental que ingresso na alusão do BL sobre o filme de Oliver Stone – Wall Street The Money Never Sleeps; que nada mais é um retrato e uma crítica a esses ambientes e atos econômicos praticados nos mercados globais por agentes econômicos de todos os níveis.

Para entender esse ponto devemos conhecer bem a personalidade do protagonista do filme que é o personagem de Michael Douglas – Gordon Gekko, o qual é um corporate raider, obcecado pelo poder, que não mede esforços para alcançar seus objetivos. Sua frases utilizadas em seu discurso como: “A ganância é boa” foi usado para esconder a real personalidade de Gekko e para justificar seus atos, conforme mostro a seguir seu famoso discurso no primeiro filme:“Eu não sou devastador de empresas. Sou um libertador”.
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 23/09/2011
A ganância é benéfica. A ganância é certa, dá certo. A ganância esclarece, corta ao meio e captura a essência de espírito evolucionário. ƒ A ganância, de todas as formas. A ganância pela vida, pelo dinheiro, pelo amor, pelo saber. A ganância tem marcado a evolução ascendente da humanidade”.

Pois bem, isso nada mais nada menos é que uma postura ou uma forma de expressar como ambientes econômicos moldam atos econômicos no ser humano que visa muitas vezes TER ao invés de SER. E o ter no lugar do ser é o ponto central do segundo filme onde Gekko no final das contas parece ter se tornado uma pessoa que visa o SER mais do que o TER.

Esse dilema materialista é comum em nossa sociedade consumista e desagregadora por motivos de competitividade, ambição, poder e fortuna. Somos guiados a cada dia de nossas vidas muitas vezes mais por gestos econômicos do que gestos de valores e caráter puramente humanos e desapegados.

Wall Street simboliza no mundo inteiro esse dilema do poder que o dinheiro tem na vida do ser humano. O poder tanto de ser motor da exploração das riquezas e recursos como derrocada do homem dominado por ambição e ganâncias desmedidas em TER coisas e não SER alguém em sua existência.

Para fechar essa análise inicial e pontuar o tema para BL responder quero focar no seguinte: Essa crítica ao progresso ilimitado que sujeita a natureza e liberdade individual à ganância, egoísmo e que condiciona a felicidade das pessoas à situação financeiras que vivem tem solução como parece ter tido para Gekko?

Outro ponto, esse mais filosófico ainda: Outras frases nos dão mais clareza quanto à personalidade de Gekko, como “Dinheiro nunca dorme” e “Ou você faz um bom trabalho ou é eliminado” e “Um pescador conhece outro pescador de longe”.
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 23/09/2011
Isso nos mostra outra de suas grandes habilidades: como manipular as palavras em seu próprio benefício, algo muito semelhante à dialética de Platão, porém de maneira mais próxima aos sofistas. Mas não só a dialética de Platão é usada: também o é a lógica de Aristóteles, tanto pela habilidade com os números quanto pelo pensamento indutivo e dedutivo.

Então seria tudo isso um sofisma econômico social meu caro Big Leo?
Leo 22 [<o>] 23/09/2011
O Aloprado Alonso fez uma sustentação inicial cheia de elementos técnicos de economia misturados com filosofia aplicada à economia demonstrando opiniões de alguém que tem noção básica do que escreve.

Todavia ele emprega duplo sentido no binômio desejo x poder tratando essas duas formas volitivas do agente econômico como algo de aspecto mais psicológico do que propriamente econômicos.

Em minha opinião o binômio correto que refuta essa estratégia teórica está fundada em Nietzsche e Erich Fromm que mencionam que a razão x instinto por distinguir duas vontades diferentes em um só comportamento formando assim não uma relação dual e integrada, mas uma relação de divisão de valores onde uma vontade mais forte levará a outra consequentemente guiada pelo instinto, e a outra mais fraca, guiada pela razão que nega de forma antinatural os instintos a erros e condutas equivocadas.

O desejo de poder não leva necessariamente ao poder muito menos adquire status de poderio econômico de TER, trata-se apenas de uma forma de ambicionar e ganância isoladas de elementos concretos externos que concretizem o desejo do TER mais do que do SER.

Nesse caso o desejo pode ser antagonista do poder simplesmente por não ser viável sua concretização no espaço concreto das situações e gerar outras espécies de emoções naquilo que ele chamou de comportamentos negativos.

Exemplo clássico disso: O bebê chora porque tem fome. Se ele consegue alimento com essa atitude sempre seu desejo foi saciado, mas onde está a relação de poder nisso? Está justamente em saciar o desejo. O desejo pode ser assim tanto o meio que motiva a vontade a agir de em uma conduta e gerar um resultado, como por outro lado não gerar resultado ou poder nenhum pela simples manifestação do desejo não atendido.

Nietzsche explica isso em sua filosofia como algo nocivo devido a vontade de poder ser uma forma de alcançar uma moral supostamente superior que não é senhora da situação, mas sim escrava dela.
Leo 22 [<o>] 23/09/2011
Por isso que as condutas de Gekko no filme que serve de ponto de referencia dessa análise revela que Gekko dominou a situação até certo ponto, mas algo que foi capaz de subjugar a sua vontade de desejo e poder ativou em seus instintos uma reflexão racional que o fez mudar.

No mercado sabemos que existem os chamados comportamentos de manada em que atitude de um grupo pequeno, mas com força em seus argumentos pode dominar uma massa maior desde que saiba utilizar as informações de forma persuasiva.

Vemos Gekko fazer isso no segundo filme com seu genro Jacob Moore dominando um desejo de poder já preexistente nele e fazendo ele agir de acordo não com sua razão e instintos livres de percepção da situação concreta, mas sim manipulados pelo desejo de Gekko em conseguir o dinheiro que estava em poder de sua filha e que através de Jacob seria possível abocanhar se o persuadisse de forma latente com os argumentos certos nos momentos corretos.

Essa situação é recorrente no filme, pois Jacob também tem desejos de poder em desbancar Breton James de sua posição devido o instinto de revanche que o fez perder o senso analítico da razão ao achar que Gekko o ajudava quando na verdade o usava.

No mercado essa situação é vista muitas vezes como utilização da euforia em um momento onde são despejados no mercado informações por grupos manipuladores da vontade das massas levando estes a tomarem certas condutas baseadas também em desejos de poder que se concretizem de acordo com aquela suposta situação despejada via informação.

Exemplo clássico disso é dizer que ações x irão valorizar e o grupo suscetível de manipulação age comprando, mas quem detém a ação x é quem emitiu essa informação, pois crê com base em dados concretos que tal ação vai cair e precisar desfazer-se dela o quanto antes para evitar o prejuízo, mas para isso precisa transferir essas ações de alguma forma que faça os compradores crerem que é um bom investimento mesmo não sendo.
Leo 22 [<o>] 23/09/2011
Gekko sabe fazer isso, mas sua habilidade comparada a de um sofista é de saber quando e como fazer para que o resultado final seja o desejado para que concretize seu poder de ação e de retorno de suas ações tomadas de antemão visando um meio para um fim. Isto é, Maquiavel puro.

Portanto, “Essa crítica ao progresso ilimitado que sujeita a natureza e liberdade individual à ganância, egoísmo e que condiciona a felicidade das pessoas à situação financeiras que vivem tem solução como parece ter tido para Gekko?”

R = Não devido muitas pessoas não crerem em sofismas econômicos por possuírem valores morais mais elevados que não os escraviza a isso como dito antes na filosofia de Nietzsche em sentido inverso, ou seja, a moral é senhora da razão e não a vontade e os desejos.

Esse enigma do Alonso foi bem interessante para começo de conversa, parecia ser xeque pastor, mas foi uma lição básica de que os fins muitas vezes justificam os meios e que a moral maquivélica está presente nos chamados ambientes e atos econômicos “como, por quê e quando” menos esperamos.

E o filme Wall Street também mostra isso ao trazer o cenário do FED e da crise financeira de 2008 onde os banqueiros salvam suas peles através de acordos maquiavélicos com o FED já desvendados por Gekko em sua palestra.

Retruco o enigma desvendado com seguinte enigma ao Alonso: “Porque na crise de 2008 o Brasil se manteve quase ileso a esta crise e agora se encontra em apuros diante da crise do dollar?”


Fim da introdução.
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 23/09/2011
Réplica
Retomo o debate nessa segunda fase colocando em xeque dois pontos da introdução do Big Leo:

“O desejo de poder não leva necessariamente ao poder muito menos adquire status de poderio econômico de TER, trata-se apenas de uma forma de ambicionar e ganância isoladas de elementos concretos externos que concretizem o desejo do TER mais do que do SER”.

Ter poder é ser o poder? Uma coisa é ter outra encarnar em si mesmo o poder sem ter meios para isso. Uma pessoa pode simbolizar o poder seja ele econômico, político, militar ou qualquer outro, mas notem, que só se pode ser poderoso quando se tiver os meios de poder sejam estes econômicos, políticos ou militares, ou seja, TER é um fator necessário para SER nessas colocações confusas que BL fez.

Numa análise dedutiva analítica dessa situação podemos dizer que o marxismo prega que quem É o poder É aquele que TEM os meios de produção capitalistas em suas mãos. Então para ser poder é preciso ter algo necessariamente em termos econômicos.

Na conduta de Gekko ele demonstrou ser capaz de gerar por suas ações o ter, pois o que importa para ele é o jogo entre as pessoas e não o dinheiro. Então, por saber o “dever ser” e como agir nesse jogo em face das pessoas ele obteve um meio de conseguir ter sendo aquilo que ele é por razão, instinto e desejo, logo, ele não tinha poder, pois estava falido, mas mudou a situação sendo astuto para ter o que lhe daria poder.

Big Leo acerta quando diz que ele foi maquiavélico, pois soube analisar a situação pela “virtú e fortuna” e fazer do jogo e das situações a concretização do seu desejo de poder. Por tal razão, os instintos e razão dele estiveram canalizados sempre para isso reunindo no modo de ser dele e seus talentos necessários para ter o sucesso planejado na sua ambição e desejo.

Portanto, Big Leo está errado, pois Gekko faz o caminho inverso, ele primeiro passa a ser para depois ter aquilo que o ser dele deseja tanto pela razão, como pelo instinto que é poder econômico além do comum.
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 23/09/2011
Na doutrina protestante isso se revela presente na obra de Webber “A ética protestante e o espírito do capitalismo” de acordo com a visão de Big Leo, pois nessa visão calvinista o ter recompensas concretas em forma de riquezas é nessa teologia uma forma de dizer que o seu modo de ser está sendo recompensado divinamente. Isso não passa de mera falácia em termos teológicos, pois cristianismo primitivo pregava a partilha e não o acumulo de bens e riquezas, e há textos bíblicos fartos que dizem que é mais fácil um camelo passar pelo orifício de uma agulha do que um rico ingressar no reino dos céus. Masele não citou Webber, e sim Nietzsche e falhou em sua preposição teórica com premissas falsas e sofismas.

Outro sofisma dele: “Retruco o enigma desvendado com seguinte enigma ao Alonso: “Porque na crise de 2008 o Brasil se manteve quase ileso a esta crise e agora se encontra em apuros diante da crise do dollar?”

Primeiro isso não se trata de enigma, mas sim de um fato objetivo e concreto já elucidado em larga escala por especialistas o qual diz respeito as elevadas reservas cambiais nacionais em um momento onde os investidores estrangeiros procuravam mercados onde o risco era mais baixo e os juros altos, isto é, meu caro Big Leo o mercado de investimentos do Brasil que por esses elementos era tão atrativo quanto boi em rio de piranha na época de cheia no MS.
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 23/09/2011
Agora vamos encaçapar de vez o nobre colega que deverá me responder o seguinte sobre Wall Street the money never sleeps:

Na filosofia de Rousseau há o pressuposto que impossível se retornar ao estado de natureza, pois a vida em sociedade lhe oferta garantias e bases que possibilitam a sua sobrevivência seja ela social como econômica.

Diante disso lhe questiono: É possível desenvolvimento sustentável sem a especulação de mercados em movimentos cíclicos de bulls e bears?

Quero que ele me cite ainda algum exemplo de que se isso é ou não possível, se houve ou não na história da economia algum sistema que permitisse esse canal de sustentabilidade livre de especulação, e ainda, em qual ponto da trajetória de Gekko esse postulado é revelado?

Essa é a questão senhores leitores que vai separar o joio do trigo, e os amadores dos profissionais, e os homens dos meninotes aventureiros no mercado de ações, afinal aqui os fracos não tem vez!!!

Boa sorte Big Leo em sua próxima fala!


Leo 22 [<o>] 20/10/2011
Réplica
Vou responder ao Aloprado Alonso e retomar esse debate:

1- Na filosofia de Rousseau há o pressuposto que impossível se retornar ao estado de natureza, pois a vida em sociedade lhe oferta garantias e bases que possibilitam a sua sobrevivência seja ela social como econômica.

Diante disso lhe questiono: É possível desenvolvimento sustentável sem a especulação de mercados em movimentos cíclicos de bulls e bears?

R: Parece que o Aloprado se esquece que desde que o mundo é mundo há escambo e troca de informações e objetos visando finalidades como sobrevivência e atendimento das necessidades.

Isso é uma forma de especulação queiramos ou não há escassez de recursos e que detém certos tipos de bens e serviços faz e deve fazer especulação sem isso a economia seria algo estático e sem finalidade de livre mercado e concorrencial.

Desenvolvimento sustentável não está intrinsecamente ligado a especulação em si de forma isolada, nisso o argumento do Aloprado é falho. Rousseau especifica a vida social não do patamar econômico social em suas obras mas sim do filosófico político, então em nada tem a ver com o pensamento de Rousseau esse posicionamento do Alonso.


2-Quero que ele me cite ainda algum exemplo de que se isso é ou não possível, se houve ou não na história da economia algum sistema que permitisse esse canal de sustentabilidade livre de especulação, e ainda, em qual ponto da trajetória de Gekko esse postulado é revelado?

O Aloprado tem feito pegadinhas muitos fáceis. Acho que separar o joio do trigo é mostrar que eu sou expert nesse assunto e ele apesar de ser rodado ainda tem o que aprender nesse assunto. Tulipomania, é essa a reposta para sua pegadinha quanto ao filme, mas vou complicar as coisas para você Alonso, explique você porque o Gekko deixou aquele quadro da tulipas para o Jacob depois de ter "especulado" com ele informações valiosas sobre Locust Found?

Nenhum mercado se sustenta sem especulação e geração e movimentação de capital, isso é um postulado básico econômico.
Leo 22 [<o>] 20/10/2011
Vimos na antiga URSS a economia de livre mercado ruir devido a planificação da especulação, tabelamento de valores e preços, que outro exemplo? Cuba antes de Fidel e na era Castro é a mesma coisa que 80 anos atrás onde o governo interfere na livre iniciativa há engessamento das movimentações econômicas mais relevantes para o desenvolvimento social, há geração de inflação e sustentabilidade estatal por intermédio de elevadas cargas tributárias.

Isso meu amigo é um cenário bem comum tanto no atual mercado de Wall Street como no aí no Brasil. Aqui há movimentos por um capitalismo mais enxuto e sustentável, que os liberais irão usar de mecanismo de esvaziamento do plano capitalista com apoio de seu testa de ferro Obama. Tá careca de saber disso não é mesmo?

Agora me responda Aloprado você acha que a agenda Malan aí ainda funciona e qual seria a correspondência dela com o filme que estamos usando de pano de fundo?
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 21/10/2011
Tréplica
O famigerado Pink Floyd 22cm ou Big Leo parece que se esqueceu das lições do Nobel em Matemática John Forbes Nash no teorema Equilíbrio de Nash, por isso ele parece ter dito que minha preposições e colocações são fáceis.

Além disso, ousou em me taxar de aprendiz dele sem se atentar para isso, sem notar que cada teoria aqui exposta está sempre contraposta a outra não pelo seu viés original, mas sim pela interpretação econômica.

Segundo Rousseau as ciências e relações sociais e mercantis tem favorecido não o benefício humano na história da humanidade, mas sim seu corrosão moral em prol de costumes cada vez mais impuros gerados por relações sociais espúrias movidas por interesses e não afetos. Isto é, Gekko puro no filme, casa atitude legal dele é no fundo interesse encoberto para pegar o dinheiro da filha que era dele.

E se Big Leo fosse ainda mais atento veria que os movimentos contra Wall Street na atualidade tem esse fundamento de combater a ganância o “greed is good” de Gekko e perpetrar na visão social uma purificação social segundo Rousseau de postura e políticas econômicas mais igualitárias e menos concetradoras de renda num pólo social de mandachuvas, quase como no comunismo.

Digamos que seria uma espécie de socialismo econômico capitalista, isso que você chama de liberalismo em “americanês” é política econômica da esquerda americana.

Seria mais ou menos o que Webber aborda sobre o capitalismo constituir as realizações decisivas da nossa racionalidade ocidental, da idéia de razão nas suas manifestações abertas e encobertas, progressivas e regressivas por costumes impuros manipulados por algo externo de cunho burguês na sociedade.

Sabemos que a tarefa histórica da burguesia capitalista seria a transformação do Estado feudal-conservador na democratização da sociedade e, por fim, na luta contra a revolução e o socialismo. Mas o Marx mudou isso.
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 21/10/2011
O que motiva o nosso amigo Marx a escrever o Capital e Gekko a deixar o quadro ao genro, é que ambos querem mudar a aparência do mundo em prol de seus sistemas de conduta e poder, para serem ao mesmo tempo donos das estruturas que conduzem o mundo, isto é, o poder do dinheiro e os movimentos econômicos como aparentarem serem legais aos olhos das massas sociais.

Nessa teoria entra Nash. O fato é que o socialismo contradiz a idéia da razão ocidental e a idéia do Estado nacional, por isso o socialismo constituiria um equívoco da história mundial, pois controla fatores incontroláveis via um Estado garantidor da ordem econômica, fato que sabemos é impossível, pois assim como no trânsito quem guia os carros são humanos, na economia também são humanos cada um movido pela pressa de sua ganância ou capacidade de seu motor que faz a coisa andar para algum destino que devido a essa pressa ocorrem acidentes, os quais chamamos de crises.

E por isso meu caro Big Leo, a agenda Malan foi esgotada, pois não existem receitas de ajustes econômicos perpétuas, pois os agentes, as peças do jogo tem estratégias difusas que visam o maior benefício e quando elas se condicionam umas as outras a coisa entra em equilíbrio e quando saem desse condicionamento mútuo e integrado temos crises porque algum desses mandachuvas alterou a estratégia marxista econômica que impera nesse nosso mundinho terráqueo.

Acho que fui claro o suficiente para quem tem aptidão e traquejo com assuntos econômicos. Deveras o assunto é profundo e cheio de detalhes técnicos que deixei de lado para que a coisa ficasse mais acessível.

Então agora aguardo a tréplica de Big Leo ou Pink Floyd seja lá quem ele for com a seguinte “pegadinha”: A ganância é boa?
Leo 22 [<o>] 21/10/2011
Tréplica
Quero que analisem esse trailer de filme semelhante ao do Wall Street e imaginem o ambiente em que são feitas as especulações e que tipo de pessoas trabalham nesse meio

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=1jQoScJFNj0&noredirect=1#!
Leo 22 [<o>] 21/10/2011
O Aloprado me questionou se a ganancia é boa, conforme é uma famosa frase do Gordon Gekko no filme Wall Street.

Talvez algum caluniador diga que esteja plagiando isso mas o fato é o seguinte: The greed is good yes!

É todo esse ambiente de especulação financeira que movimenta a economia de mercado para um fluxo que interfere na vida de cada um de nós. A ganância é uma coisa boa?. O discurso de Gekko descreve como a ganância não só é boa, mas também é legal, isto é, permitida a quem queira fazer parte do clube de quem manda no dinheiro e quem decide para onde e como ele vai tendo em vista a iniquidade do sistema financeiro, com sua especulação galopante e dívidas alavancadas, de empréstimos bancários com altos juros e de consumismo desenfreado com crédito para todos no mercado.

Essa é a verdade a ganância é boa, é o que movimenta um pré adolescente de 13 anos a implorar para sua mãe que lhe compre o Playstation 3, ou um coroa na faixa dos 50 anos comprar aquele carrão da Honda e pagar por ele mais o que ele vale devido a injeção de IPI no preço desse veículo, e é o que faz as madames torrarem sem limites no cartão de créditos em roupas de marcas que são feitas por trabalhadores explorados com salário de fome na Tailândia.

Essa especulação é maravilhosa, porque te dá status, bem estar e sensação que "the world is yours" como diria Tony Montana.

É claro como água que dinheiro e ganância são coleguinhas de infância e cresceram juntos e hoje estão enculturados em todo e qualquer cidadão do mundo que tenha salário e acesso a crédito e tenha onde gastar o dinheiro que tem e que não tem.

Por outro lado, a ganância é o que leva a falência de pessoas e empresas, pois ao querer mais, elas devem ter mais responsabilidades mas no fundo não tem, daí pegam todo seu patrimônio liquido e integralizado e investem muitas vezes em derivativos e alavancagens não seguras em momentos de desajuste ou baixa na economia e ficam desesperados por retorno rápido.
Leo 22 [<o>] 21/10/2011
E isso gera frustração, aumenta seu pulso cardíaco e solta altas cargas de adrenalina no seu cérebro, pois a ganância só é boa quando dá certo, quando ela dá errado ela te mata.

Nesse paradoxo espero que o Aloprado reflita porque a tendencia dos movimentos contra Wall Street não estão baseados em Rousseau ou Webber ou Nash, mas sim na necessidade humana de partilha e igualdade social.

Sem correta distribuição de renda não há sociedade que progrida, não há mercado que se sustente, e não há ganância que não enfrente falências.

Pense nisso Aloprado.
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 21/10/2011
Considerações Finais
O Big Leo/Floyd deixou claro em seus posicionamentos que é um economista que tende para o liberalismo (esquerda) em algumas posições, mas que está ciente que é no capitalismo moderado com controle de riscos em investimentos que está o segredo do desenvolvimento sustentável. De fato ele é pobre ou pão duro na realidade, mas isso não vem ao caso.

Entretanto, ele não enxerga com robustez e nem com clareza conceitual a responsabilização devida no tocante a incentivos e “moral hazard” que fez instalar na sociedade de consumo a sensação de que as autoridades estatais e grandes impérios empresariais e bancários dispunham de uma fórmula para lidar com casos de bancos “grandes demais para quebrar”. Tampouco parece ter acompanhado operações estatais com banqueiros que produziram o efeito oposto e pior: a incapacidade de montar mesmo uma outra linha de crédito segura e de contra fluxo para uma crise próxima, como de fato vemos desde da quebra do Lehman Brothers, fato que teria produzido uma crise sistêmica até a recente quase moratória ou quase calote do Uncle Sam com rebaixamento de nota de credito.

A lição desse debate parece ser a de que o “defeito estrutural na economia” é culpa do próprio sistema de mercado ou dos agentes do sistema que não sabem poupar e gastam todos seus recursos financeiros.

Contudo, sabemos que mudar o modelo econômico atual é diferente de mudar a forma de pensar dos agentes, mas fica claro que estes dois elementos estão interligados em um plano único de ação e finalidade.

Dentro do enredo do filme que serviu de suporte para esse duelo seria como mudar a forma de Gordon Gekko se relacionar com o dinheiro e deixar de ser tão ganancioso e dar valor a coisas imateriais como família, relacionamentos e lado espiritual. No entanto, o filme não deixa claro se ele mudou mesmo ou não, mas deixa claro que é difícil mudar o modo de agir quando se tem acesso a fontes vultosas de dinheiro e meios de ampliar seus lucros mesmo que seja por estratégias escusas.
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 21/10/2011
Compreende-se ainda nesse ping-pong de idéias com o Big Leo que há formas de relativizar princípios filosóficos e aplica-los diretamente na economia que está na base da constituição das sociedades modernas como elemento crucial a sua sobrevivência social e política.

Tanto aqui quanto no exterior a economia de livre mercado e movimentos especulativos constitui de forma mais geral um dos pilares básicos para as atividades mais corriqueiras da vida humana desde dos primórdios pelo que sej chama de trabalho ou atualmente na visão marxista de mais valia e correlatos.

O raciocínio é que pessoas e bancos não são como pequenos comércios
que quando quebram ou falem não geram danos que vão bem além do capital investido por ambos. Vai sempre além disso. É verdade que os prejuízos gerados por bancos e pessoas que se tornam gananciosos demais são de uma ordem de grandeza superior que o patrimônio financeiro.

A questão reside no terreno dos valores culturais e morais e do alinhamento de interesses pessoais a corporativos que regem grandes parcelas de pessoas que dependem de ter um emprego para pagar as contas e ter qualidade vida para poder comer, casar, criar os filhos, e até mesmo ter lazer e aposentadoria em determinada faixa etária que lhe permita viver sem trabalho, mas com conforto e dignidade de vida. Isto é, o dinheiro traz felicidade.

Não é a felicidade pura e almejada paz de espírito é a felicidade que o próprio mercado de consumo nos oferece por propagandas que manifestam que você só será “feliz” se tiver, puder e se endividar para ter produto x ou y ou status de vida a ou b em sua existência terrena. Vivemos sendo dia após dia nesse mundo onde dinheiro e status são valores maiores que fé, e que corrompem a fé por ganância e fazem até mesmo de Jesus Cristo um garoto propaganda da prosperidade de muitos seres humanos gananciosos, mas não felizes de fato.

₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 21/10/2011
É disso que tratamos aqui, de como ou até onde os seus valores morais são comprometidos pelo o que pode ser comprado pelo dinheiro e como esses sistema pode ser nocivo a sua felicidade e a sua real condição humana, como foi para Gekko e tantos outros iguais a ele.

Agradeço ao Big Leo e leitores e finalizo por aqui.
Leo 22 [<o>] 21/10/2011
Final
Uma das coisas que aprendi nesses anos é que o mercado não aceita desaforo. Muito menos vingança. Muitos acham que o mercado tem vida própria como o Alonso, como uma entidade autônoma. Outros acham que tem dono. Os figurões de Wall Street da Bovespa e dizem alguns serem os banqueiros e garantem os mais pragmáticos que são os Ministros das Fazendas ou Secretário do Tesouro ou Chefe FED ou FMI.É tudo isso, e nada disso. Complexo não é mesmo?

Tem também a sorte. É, a sorte. Sorte de perceber a direção que o mercado vai tomar, e estar naquele momento com a cabeça em ordem sem estar de ressaca ou pau da vida com a namorada.

No entanto, acima de tudo é necessário ter humildade, para reconhecer quando se está na direção errada e coragem, para mudar de lado. Uma coisa o mercado não aceita: orgulho.

O orgulho cega e impede que reconheçamos que aquilo que fizemos com tanta "certeza" possa não ser tão certo assim. O mercado na minha opinião, é 80% inspiração e 20% transpiração. Na inspiração se inclui naturalmente aquele fator psicológico que citei como sendo "sorte".

Se você não está com a cabeça em ordem, concentrado, e principalmente livre de influências da manada, que estejam te levando na direção contraria daquilo que você "sente" como felling é melhor dar um tempo.

Se você está tentando desesperadamente lucrar alto de qualquer jeito, não faça nada, vá para casa e transe com sua mulher ou encha a cara que é melhor gozar e ficar bêbado do que perder tudo numa tacada errada e broxar resto da vida e não ter grana para comprar a sua bebida preferida. A chance de aumentar o prejuízo é altíssima sempre que a ganância se alia a burrice e ao olho maior que o poder de alavancagem.
Leo 22 [<o>] 21/10/2011
O porquê de não fazermos isso e tomarmos por vezes prejuízos mega bilionários e ingressarmos em crises econômicas ciclicas exige um tratado de psicologia, metafisica e outras quantrocentas ciências que se dispõem a estudar os fenômenos que atormentam os seres humanos, principalmente envolvendo uma das maiores energias deste planeta: Dinheiro.

Alguns acham que essa energia é maior até do que a da preservação da espécie? Não meus caros. Não minimizem essa tarefa diária de levantar uns trocados no tal mercado de ações como um Gekko da vida, porque não é tão simples. É parta quem essa filosofia de vida no mínimo:
http://www.youtube.com/watch?v=SGLmGAGxQqk&feature=related

Finalmente, quero dizer, que não conheço ninguém, que especule no mercado financeiro, que já não tenha experimentado o sabor amargo da derrota. Muito mais frequentemente do que o gostinho da vitoria. Então siga as regras do jogo e tenha ganância ou se contentem com seus empreguinhos e salários regulados por governos corruptos.

Tchau!
Isaque Dias 22/10/2011
DEBATE ENCERRADO!

As votações estão abertas na forma de NOTAS NAS ENQUETES.

A partir de agora, este tópico está aberto para discussões entre competidores e entre outros membros da comunidade, mas só deve ser avaliado o conteúdo do debate em si, e não o que foi dito depois ou em outro tópico.

Abraços!

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