quinta-feira, 8 de março de 2012

Alonso X Uilher - Fashion World


₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 30/09/2011
Considerações Iniciais
Ok, antes de mais nada saudações a todos que prestigiam mais um debate que e ao Uilher, o qual “confronto” pela primeira vez, então vamos esquentar a chapa dele logo...

Já que ele cursa artes visuais e gosta de "imagens" no sentido mais amplo da palavra e se diz iconoclasta vamos tratar do Fashion World que nada mais é que aplicação também dessa área de atuação dele.


Então o ponto de contradição é como um Iconoclasta como Uilher vê o Fashion World cheio de imagens, modismos, celebridades, estilistas que ícones e modas que são seguidas até mesmo como religião nesse mundinho fashion, sendo que é um aluno de artes visuais e ao mesmo tempo iconoclasta que é anti ícones e imagens tudo isso como tendo pano de fundo o mundo da moda que é uma industria poderosa que dita tendências e comportamentos no mundo inteiro.

No mundo filosófico sempre há o recorrente uso das capacidades imaginativas para se chegar a compreensão de algo, por tal motivo os chamados ídolos soa arquétipos mentais que servem para exemplificar ordem e processos de idéias abstratas por forma concatenadas de apelos visuais imaginativos. A medida e a ordem racional se aliam as memórias visuais e intuição para se chegar a um grau de cognição sobre determinado assunto.

Entretanto, muitas pessoas parece que se deixam levar demasiadamente por esse modelo cultural ou de apelo social e midiático em nosso tempo e se perde numa racionalização de modelos, ídolos e compreensão do mundo a sua volta como algo artificial cheio de aparências e não essências.

Assim sendo, o mundo da moda, ou fashion world, onde a aparência, a vaidade e culto ao que é esteticamente atrativo é um grande eixo agregador e gerador dessas idéias e valores quanto a imagem associada ao bem estar emocional.
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 30/09/2011
Há duas espécies de iconoclastas que podem se aplicar a essa espécie a primeira é a dos indivíduos com potencial para superar as adversidades ou fazer coisas que os outros acreditam que não pode ser realizada.
O iconoclasta desafia as regras, mas no momento certo, ele pode ser um ativo importante para qualquer organização devido ao seu talento e a sua capacidade de ser criativo, inovador e destemido.

Todavia, mesmo que alguém tenha a maior idéia do mundo e ela seja inovadora, se essa pessoa não puder convencer um suficiente número de outras pessoas, a sua idéia não terá nenhuma importância, não sobreviverá ou não passará para as futuras gerações.

É por isso que precisamos confiar em nós mesmos e não ficar esperando por algum suposto milagre.Pois na peneira da vida não há nenhuma entidade que nos proteja ou tome nota do que fazemos. E é inaceitável que a realidade continue refém da histeria dos que teriam alguma predisposição para acreditar em fantasias.

Pois a nobre e difícil tarefa de pesquisar as fronteiras do conhecimento científico, assim como, a capacidade de operar nas profundezas do inconsciente humano, deveria ser deixada para os grandes pensadores e não para um bando de líderes políticos, místicos, ou qualquer tipo de autoridade do mundo social ou comercial que a pretexto de estar nos ensinando, só batalhariam para absolver de volta suas próprias opiniões e as produzidas pelos que fazem da alienação uma defesa contra a verdade.

Pois bem, essa linha de idéias segue a toada principal que é questionar o Uilher como ele se auto proclama iconoclasta em que termos? E como ele enxerga do seu ponto de vista “iconoclástico” e de profissional ligado a este meio de imagens e idéias esse nosso pano de fundo do fashion world que “regra” vida de milhares de pessoas por idéias que tem haver mais a ver com a aparência e encenação do que aquilo que é essencial e real ao ser humano?
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 30/09/2011
Então é isso, espero que o Uilher compreenda as minas indagações e corresponda ao assunto em alto nível, pois aqui o grande desafiado a comprovar aquilo que diz ser é ele tanto como o que foi dito em seu perfil tanto quanto debatedor.
Blatz ... 01/10/2011
Considerações iniciais.
Também deixo minhas saudações aos que lerem esse debate. Não preciso dizer que meu adversário de debate fundamenta muito bem seus argumentos. Também deixo minhas saudações a ele.

Antes de tudo, quero fazer algumas considerações quanto a minha formação acadêmica. Sou formado (me formei em 2010) em Artes Visuais Licenciatura pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Lá estudei: História das Artes Visuais, Metodologia do Estudo em Arte, Xilogravura, Infográfica, Desenho, Escultura, Pintura, Fotografia, Cinema e Vídeo, Psicologia da Educação, Sociologia, Filosofia e mais uma série de cadeiras referentes à didática em sala de aula.

Em nenhum momento dos meus quatro anos de faculdade, estudei sobre moda ou design de roupas. Mas, as considerações feitas por ti Alonso, também podem ser extensivas ao universo das Artes Visuais, da música, da dança e também do esporte. Por isso, se não te incomodar, vou fazer essa relação de vez em quando com esses outros universos que não deixam de estar interligados.

Quanto à palavra ICONOCLASTA.

Etimologicamente essa palavra vem do grego eikonoklastés e significa, imagem (eikón) e romper (klaó), ou seja, um iconoclasta é aquele que rompe ou não cultua imagens. O Iconoclasta de origem (século VII e até antes disso) literalmente destruía imagens e ídolos. Essas imagens não podem ser confundidas com qualquer imagem. Dentro desse termo elas eram imagens específicas. Eram imagens sacras. Então, enquanto Cristão Protestante, me considero iconoclasta por não cultuar imagens sacras e por ideologia pessoal também não cultuo qualquer tipo de imagem. Mas quero ressaltar que não saio por aí entrando em igrejas romanas para destruir santos ou agredindo a cultura dos outros. Sou Iconoclasta apenas no campo das idéias. Me oponho, mas não destruo nada.

Quero destacar que esse termo com o passar dos séculos ampliou sua gama de significados e ganhou uma roupagem mais moderna como tu mesmo, Alonso, destacas nas tuas considerações iniciais.
Blatz ... 01/10/2011
Fashion World ou Mundo da Moda.

De fato, esse mundo é alucinante. Mas é alucinante não por causa da genialidade de estilistas e deigners. É alucinante por causa da mídia que os endeusa (e nisso sou iconoclasta). Não estou dizendo que não existam profissionais de talento nessa área, pelo contrário, existem vários. O que estou dizendo é que mídia não é sinal de talento e aqui darei um exemplo vindo das Artes Visuais.

Romero Britto, artista brasileiro que faz sucesso pelo mundo afora com suas pinturas. Fez a ilustração de uma campanha publicitária para a vodca Absolut. Suas obras caíram no gosto de algumas celebridades de Hollywood e esse artista estourou, virou um (quase) gênio da pintura Pop. Mas, quando eu analiso a obra dele, não vejo nada de extraordinário. Cores vibrantes e chapadas, traços simples que beiram ao desenho infantil, ou seja, não há genialidade na obra dele. Eu até não o considero um artista porcaria, mas é só mais um cara mediano. Existem milhares de pessoas muito mais “artistas” que ele pintando azulejo na calçada e que as pessoas não dão à mínima.

Em contraponto a Romero Britto destaco Vincent Van Gogh. Holandês, muito louco, cortou a própria orelha (literalmente) e forte candidato a gênio. Passou a vida pesquisando pintura, pós-impressionista de pinceladas marcantes conheceu Monet, Renoir, Sisley, Pissarro, Degas, Signac e Seurat. O cara respirava pintura. Mas advinha só. Van Gogh para sua época era sinônimo de fracasso em todos os aspectos. Com o talento que tinha ele não conseguiu nem se sustentar e em seus 37 anos de vida vendeu apenas um único quadro para o irmão dele que era seu patrocinador (uma espécie de mecenas). Hoje ele é gênio e seus quadros valem milhões. Eu no lugar dele mandaria todo mundo para o quinto dos infernos!!!

Mídia. Romero Britto teve a sorte de tê-la. Van Gogh nunca foi apresentado a ela.
Blatz ... 01/10/2011
Eu vejo o mundo da moda e das artes como um grande circo. A diferença é que os palhaços não estão no picadeiro, estão na platéia, somos nós. A Lady Gaga é um exemplo perfeito desse circo montado pela mídia. Ela trás apelo visual, moda bizarra e música muito meia boca (sou um iconoclasta em relação à Lady Gaga).

As pessoas são estranhas. Eu acho normal e plausível sermos fã de alguém, admirar e se informar sobre o trabalho de determinado pintor, musico, ator, modelo, cantor, esportista etc, etc, etc. Agora, ficar feito um louco, gritando e chorando só por ver esse “artista” pessoalmente ou comprando todos os produtos que ele faz propaganda mas que nem usa é, para mim, uma pessoa de personalidade fraca, influenciável em quem não se pode confiar. São fanáticos irracionais.

E o fanatismo irracional está presente inclusive no Cristianismo. É por isso que vemos tantas aberrações nesse meio. Pastores roubando descaradamente dos membros em nome de Deus.

Em resumo, imagens (ícones) são feitas para serem observadas, interpretadas e admiradas. Só um tolo as idolatra.

Quando falam da Gisele Bündchen na TV chega a me dar vontade de xingar à mãe do apresentador. Fala Sério, ela é só uma mulher magra que ganhou a vida desfilando com roupas excêntricas! Não há nada de sensacional nisso! Mas grande parte da mulherada acha ela um fenômeno e exemplo de beleza. Elas dizem: “Vou comprar esse creme que a Gisele usa para ficar com o rosto igual o dela”. Minha filha, acorda, deixa de ser idiota, ela não usa o produto que vende... Sou iconoclasta em relação a essa manipulação midiática.

Farei outras considerações em minha réplica.
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 01/10/2011
Réplica
Nessa minha réplica quero deixar claro que concordo com diversos pontos de vista do Uilher sobre suas colocações acerca o Fashion World. Entretanto, essa indústria da moda atende uma demanda cultural de consumistas e de pessoas que mesmo sem o artifício da mídia buscam em roupas e acessórios uma forma de bem estar e também posar de ícones em suas vidas pessoas para uma parcela de seu círculo de amizades e social.

Entendo assim isso sendo uma faixa de mão dupla onde os produtores de moda e consumidores integram faces diferentes da mesma moeda em busca de status e notoriedade.

Além disso, a indústria da moda emprega mão de obra de diversos setores dos quais destaco costureiras. Nesse ponto questiono ao Uilher se não há aqui um benefício social dessa cultura de ícones da moda mesmo ele tendo taxado de circo onde os palhaços são os compradores. Afinal de contas sem compradores não há geração de empregos e sustentação de qualquer negócio.

Uilher parece ter insinuado que os profissionais de produção de imagem atuam em áreas como música, dança e teatro, mas não fez o link de que um pop star da música ou ator ou atriz são vitrines ambulantes de estilistas famosos. Para tanto cito o casamento real do Príncipe William e Kate Midleton onde o vestido de noiva era obra de um estilista reconhecidamente famoso e além disso todos os convidados desfilavam como modelos nesse evento.

Isso nos leva a outro ponto crucial o qual peço uma análise do Uilher: Até que medida ser usuário de roupas caras e de marca é maléfico, até que ponto essa cultura é prejudicial aos reais valores humanos?

Todos nós prezamos por qualidade e sabemos que a alta qualidade desses produtos de moda top line é incontestável, mas sabemos também que há os exageros e falta de bom senso de muitos desses usuários quanto a usar modelitos extravagantes e consumir mais do que precisa para estar alinhado com a tendência. Seria isso uma forma de idolatria ou apenas uma ação de ordem econômica e social Uilher?
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 01/10/2011
Nos EUA, vemos guetos com gangues usarem cores e estilos de roupas, no Brasil nas favelas a mesma coisa, os favelados tem uma style e pregam uma imagem visual e identidade própria assim como punks, emos, e góticos e metaleiros. Assim, pergunto a imagem revela a identidade até que medida na vida social dessas comunidades?

O mundo da moda é sem sombra de dúvida um meio onde se preza a imagem, a estética e o visual seja do corpo como da aparência, mas também vende identidades. E friso aqui o estilo surf wear o qual destaca coisas boas como preservação da natureza e sadia qualidade de vida.

Perguntamos se essa identidade ligada ao consumo de roupas e culto a imagem das celebridades é algo salutar ou prejudicial até que ponto? Muitas pessoas vendem sua forma de agir e pensar para esses mecanismos de consumo e propaganda e deixam os valores familiares e pessoais muitas vezes em segundo plano.

Portanto, na sua réplica Uilher evidencie se você tem profundo conhecimento dessas questões, pois estamos num debate e não numa conversa de dois compadres. Até breve!
Blatz ... 01/10/2011
Réplica
Minha intenção nesse debate não é torná-lo uma conversa de compadres. Minha intenção aqui é expor minha opinião. Vamos lá.

Sem dúvida nenhuma o vestuário serve como um espelho para a personalidade individual. Tu te identificas com determinada tribo social que mais reflete a tua personalidade e procuras te vestir de acordo com isso. É claro que há um toque pessoal de estilo próprio, mas somos fortemente influenciados por nosso círculo de convívio. E isso independe da mídia (embora ela contribua indiretamente).

Emprego de mão de obra na indústria da moda.

Quando abrimos o guarda-roupa e olhamos para as peças de vestuário penduradas no cabide não pensamos: “Se eu não tivesse comprado essa calça, eu teria contribuído para o desemprego de uma costureira (talvez mãe solteira) que depende da venda dessa calça para alimentar seus filhos pequenos”. Esse pensamento não passa pela minha cabeça (e provavelmente não passa na cabeça muitos aqui), mas é uma realidade.

Essa é a benção e ao mesmo tempo a maldição do capitalismo. Benção porque um emprego direto proporciona vários empregos indiretos contribuindo assim com a distribuição de renda. Maldição porque ao estarem interligados, qualquer anomalia na fonte, compromete toda rede de empregos secundários (a compra da calça aumenta o caixa da loja, que contrata vendedoras, que também precisam comprar calças, que aquece o mercado, ativa a indústria, que contrata a costureira, que com esse salário sustenta os filhos). Se eu não consumir, o sistema entra em colapso.

Isso tudo deve ser levado em consideração e não me oponho ao consumismo. Ele é necessário. O que me oponho é ao consumismo irracional. E é esse mesmo consumismo irracional que baixa a guarda da sociedade para a mídia, que por sua vez é sustentada pela moda, por exemplo. Por isso é que a MARCA é tão importante. E é nesse ponto que é montado o circo que mencionei anteriormente. Em relação a esse circo, sou iconoclasta.

Blatz ... 01/10/2011
Quando se assiste um desfile de moda estamos presenciando o ápice do estereotipo. Mulheres anorexas tidas como modelo feminino ideal (estereotipo bizarro), roupas estranhas que ninguém usa no dia a dia elevadas a status de alto nível. Estilistas multifacetados, andrógenos, de talento duvidoso, orgulhosíssimos de sua (pseudo) genialidade.

Pessoas em volta da passarela assistindo ao evento e se sentindo especiais por estarem ali. Fotógrafos, cinegrafistas e repórteres fazendo a cobertura disso tudo e tentando convencer os outros que estar na moda é estar envolto de glamour.

Onde está a costureira que atura as humilhações do estilista? Onde estão os dramas sofridos pelas modelos que precisam se transformar em estereótipos para poderem participar de um mundo mágico criado pela mídia, que elas quando crianças acreditaram existir? Estão atrás das cortinas, não aparecem para o público.

Aí, está o Uilher em casa, assistindo a isso tudo, achando incrível e enlouquecido para comprar esses produtos que lhe darão um pseudo status, tornando-o uma pessoa mais feliz e realizada, triste ilusão. Contra isso tudo, sou iconoclasta.

Então devo me fechar no meu mundinho? Não. Posso interpretar e admirar sem a necessidade de idolatrar. Posso ir num show da Lady Gaga (eu não iria) para curtir o som dela e assistir suas excentricidades? Posso.
Preciso ir fantasiado de Lady Gaga, me descabelando, gritando e chorando feito um louco? Não, um iconoclasta jamais faria isso.

Quanto a eu ter insinuado que os profissionais de produção de imagem atuam em áreas como música, dança e teatro, mas não ter feito o link de que um pop star da música ou ator ou atriz são vitrines ambulantes de estilistas famosos. Na verdade eu fiz esse link ao citar o exemplo da Lady Gaga que reúne apelo visual, moda excêntrica, música com toques de polêmica e todo aquele teatro maluco que assisto nos seus clipes.
Blatz ... 01/10/2011
Respondendo diretamente os questionamentos do Alonso.

“Até que medida ser usuário de roupas caras e de marca é maléfico, até que ponto essa cultura é prejudicial aos reais valores humanos?”

Essa pergunta é bem complexa porque o que pode ser maléfico e prejudicial para mim pode não ser para outro. Mas minha resposta é. Quando tu usas roupas caras e de marca com o intuito de menosprezar os outros transparecendo que tu és melhor porque alcançastes o sucesso na vida e o outro é apenas um simples coitado que o máximo que consegue é vestir uma bermuda de dez reais, acho que aí tu te perdes porque começas a valorizar e amar as coisas e usar as pessoas.

“Todos nós prezamos por qualidade e sabemos que a alta qualidade desses produtos de moda top line é incontestável, mas sabemos também que há os exageros e falta de bom senso de muitos desses usuários quanto a usar modelitos extravagantes e consumir mais do que precisa para estar alinhado com a tendência. Seria isso uma forma de idolatria ou apenas uma ação de ordem econômica e social Uilher?”

Qualidade sem dúvida é muito bom e todos nós devemos buscá-la. Mas quando tu te tornas escravo da moda sim, isso é idolatria. Um exemplo disso são os fanáticos por tecnologia. Quando a Apple lançou o I-Pad, ficaram enlouquecidos, formaram filas e passaram horas nessas filas aguardando a oportunidade de ter seu I-Pad nas mãos. Um tempo depois a Apple lança o I-Pad 2 e lá vão os mesmos fanáticos formarem as filas enormes e passarem horas esperando para comprar seu I-Pad 2 só porque o I-Pad tinha uma câmera e o I-Pad 2 agora possuía 2 câmeras. Isso faz sentido? Para mim não.

“A imagem revela a identidade até que medida na vida social dessas comunidades?”

Até o ponto em que ela não distorce essa identidade. A imagem deve ser representativa, deve sugerir os valores sociais. Ela jamais deve ser o valor social. A imagem é um instrumento de sugestão, jamais deveria ser tomada como essência.

Farei outras depois.
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 03/10/2011
Tréplica
O Uilher parece ser um indivíduo que é contra os mecanismos comerciais de divulgação da moda ou de produtos ligados ao bem estar pessoal, embora superficialmente ele tenha razão em certos pontos, parece-nos que seu lado iconoclasta finalmente começou a falar mais alto agora no debate.

O motivo que o leva a isso pode ser dentre muitos o da inveja. Pois é Uilher é um garoto invejoso que inveja o glamour dos grandes ícones e para não revelar assumidamente que não tem competência e nem vai atrás de oportunidades para potencializar o seu talento ora ocioso ele prefere demonizar o fashion world e a sede capitalista.

Então Uilher, você é um capitalista ou um ser sem necessidades de consumo que veste sempre a mesma roupinha surrada e sapatos chulezentos mês após mês?

O leitor pode achar isso um tom agressivo da parte, mas isso visa extrair do meu adversário algo mais que o velho senso comum de suas opiniões, e ao colocá-lo na parede ele certamente vai dizer algo mais lúcido do que as mesmas coisas que um Arnaldo Jabor ou qualquer analista da rede Globo diria sobre moda, capitalismo e consumo.

Será que meu oponente nunca teve uma namorada a qual fosse uma patricinha mimada com qual ficou as voltas porque ela preferia ao invés de transar ir fazer compras no shopping? Certamente sim, ao contrário de mim, que sou o sonho de consumo das piriguetes tanto demodês quanto in desse recanto do universo. Mas Uilher, se namorou uma patricinha deve ter experimentado ser trocado por horas no shopping e por isso nutre ódio mortal dos mecanismos de moda, pois alguma de suas exs ou exs, devia ter um pôster do carinha do momento em cima da cama e a foto dele largada no tapetinho do puddle.
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 03/10/2011
Então Uilher, porque esse preconceito com o mundo dos ícones da moda sendo que você também pela sua profissão é um criador, há fundo emocional nisso?

Não vou me estender muito, mas irei apenas pontuar que muitas pessoas que tem aversão ao mundo da moda é porque são gordos, ou sem grana para torrar nesses aparatos, esse é deveras o outro lado da moeda do além senso comum.

Uilher manda brasa, mas não se queime com ela!
Blatz ... 03/10/2011
Tréplica
Se eu já não conhecesse o discurso rebuscado do Alonso eu diria que ele comeu bosta quando era pequeno, mas como sei que isso faz parte do marketing pessoal dele eu apenas dou boas risadas aqui em casa.

Vamos lá. Respondendo ao Aloprado de novo. (esse debate está parecendo um “De frente com Gabi” [a Gabi é o Alonso]).

Número 1.

Não Alonso, eu não sou contra os mecanismos comerciais da moda. Eu apenas não saio por aí comprando coisas só por que algum famoso diz para eu comprar. Isso ficou bem claro no meu discurso anterior.

Número 2.

Não Alonso, eu não sou invejoso e não invejo o sucesso alheio, antes, trabalho para ter sucesso em minha atividade profissional de professor de arte. Conheço os meus talentos e eles não estão ociosos, mas tu não me conheces né Alonso? Apenas ficas aí jogando verde para colher maduro. Quanto à demonizar o mundo da moda, na verdade não o demonizo, apenas procuro distinguir seus contrastes.

Número 3.

“Então Uilher, você é um capitalista ou um ser sem necessidades de consumo que veste sempre a mesma roupinha surrada e sapatos chulezentos mês após mês?”

Vivo num sistema capitalista (caso o Alonso não saiba). Se tu consegues ser comunista dentro de um sistema capitalista passe a receita para os interessados (para mim não precisa, não me interesso por essa receita). Quanto ao chulé, tenho sim, mas comprei um talco paulada e acho que vou acabar com ele.

Número 4.

Não Alonso. Nunca namorei uma patricinha mimada. Não tenho paciência com esse tipo de mulher (mas levaria uma para cama fácil, fácil e curtiria um lance casual, sem idas ao shopping). Mas esse teu depoimento me soa como uma confissão pessoal (o desabafo de um coraçãozinho partido). Fostes trocado por um modelo de pôster Alonso? Hum... E eu achando que o Aloprado era o rei das gatinhas.
Blatz ... 04/10/2011
A única coisa que fez sentido na tréplica do Alonso.

“Então Uilher, porque esse preconceito com o mundo dos ícones da moda sendo que você também pela sua profissão é um criador, há fundo emocional nisso?”

Preconceito. Palavra da “moda” nos últimos anos. Se tu não concordas com alguma coisa essa palavrinha surge para te rotular. Como eu disse anteriormente, as coisas estão aí para serem observadas, admiradas e estudadas. As idolatra quem quer e quem tem necessidade. Como não tenho necessidade e nem vontade de ficar babando ovo de qualquer coisa que seja, sou um iconoclasta (e por isso não adoro ícones). As coisas são feitas para serem usadas (e eu as uso), as pessoas devem ser amadas (e eu as amo, mas só as mulheres de coxas torneadas, bunda grande e dentes alinhados). Quanto ao capitalismo, bem, eu o considero uma ferramenta. Nas mãos de pessoas habilidosas grandes coisas são feitas através dele. Nas mãos de um descoordenado nenhuma ferramenta funciona.

Quando tu vês uma bela pintura de uma maçã com todas as suas formas bem desenhadas e a combinação de cores dando o volume e texturas perfeitas, tu te deleitas e ficas de boca aberta vendo a representação da maçã e tentando entender o artista e sua incrível habilidade, mas como não consegues compreende-lo, passas a idolatrá-lo.

Eu olho para a mesma pintura, aprecio a técnica, admiro o talento do artista, tomo consciência que não o compreendo, abro a geladeira, pego uma maçã e me deleito com a fruta. Depois disso me dou por conta que um ícone (pintura da maçã) jamais se tornará essência (a fruta maçã). E nisso, sou iconoclasta.

P.S.

A marca do talco é Barla, (caso alguém se interesse), mas deve ter outros melhores no mercado.
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 05/10/2011
Considerações Finais
Uilher é daquelas pessoas que se olha no espelho e diz: "Nossa como eu sou mais eu, nada pode me influenciar nem mesmo a moda". Ledo engano.

Cada um de nós aqui nessa comunidade foi, é, ou será influenciado pela moda, seja ela qual for de que âmbito e essência for. Somos seres que criamos, sim isto é verdade, mas somos também seres que imitamos e transformamos o velho no novo.

Nesse momento muitas pessoas se comportam aqui com a velha postura rebelde libertário de se auto proclamar original e dono de si mesmo em todos os campos da sua vida desde daquilo que veste, come como até aquilo que pensa como se não sofresse influência alguma de idéias e fatos externos a sua pessoa. Isso é abitolamento cultural de quem se julga sabedor de muitas verdades.

Digamos que o mundo gira em torno de idéias novas e velhas que se combinam que se substituem e se solidificam na sociedade como tendencias e isso é fato. Beethoven escutava a batida do cobrador em sua porta e criava música com isso, Pelé via um bola e criava dribles e gols memoráveis e Channel olhava para um pedaço de tecido e via estilo.

Então pergunto de onde vem essa capacidade? Repondo: Esta é a capacidade humana da criação e transformação, é algo comum ao ser humano que consegue olhar para algo e aquele algo lhe diz mais do que está ali caracterizado. Muitas pessoas tem o dom de fazer isso, as outras deixam esse dom de lado e perdem-se em conceitos como ser iconoclasta e ser "mais eu em eu mesmo" e se esquecem que o ambiente e a cultura de nosso tempo sempre molda e dá pitadas de como as coisas foram, são e serão em nós, queiramos ou não isso é uma tendência.

É justamente essa tendência cultural que a moda explora de forma sutil e que passa desapercebida pelos olhos leigos e que tanto fascina os experts e que faz o negócio dar certo. Mas é assim também em qualquer outro ramo, seja nas relações pessoais como profissionais é o olhar diferenciado e além das aparências que transforma tudo em diferencial.
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 05/10/2011
Quem não consegue ver na obra de outrem algo que possa extrair algo para si mesmo de bom já passou dessa vida para outra ou morreu criativamente e imaginativamente e não consegue ver nas entrelinhas das idéias.

Quem lançou mão de suas ferramentas imaginativas e lúdicas vive num mundinho fechado onde apenas e talvez si mesmo e suas próprias idéias sejam boas o suficiente para serem válidas, as dos demais não.

Triste isso, mas é assim que a nossa sociedade se porta em sua maioria, não temos mais o que ou a quem admirar e seguir de forma profunda que seja capaz de alterar em cada um de nós o estado de consciência e nos tornar alguém melhor.

Ghandi, Cristo, lançaram moda, Elvis e Michael também, assim como tantos outros, mas há quem relute em segui-los porque "ser eu mesmo" é preciso e urgente mesmo que "ser eu" custe negar todos aqueles que nutriram nossa visão de si mesmos de uma forma ou de outra.

Então é isso, a vida é uma sequencia criativa de nossas coleções de atos, de nossos traços de planos e sonhos, e se tudo isso pode ser expresso naquilo que vestimos, comemos e pensamos ótimo! Seria perfeito, mas como o ser humano prefere negar tudo isso ele prefere dizer de forma pessimista: Não venero nada além do meu próprio umbigo.

Egoísmo ou orgulho? Quem sabe. Mas a verdade é que somos um pedaço desse mundo onde cultura, tendencias sejam elas da moda ou não nos influem e nós a absorvemos queiramos ou não. Afinal, é inevitável.
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 05/10/2011
Para fechar, agradeço a todos mais uma vez e ao Uilher, e façam o que fizerem, lembrem-se: Se todas as rosas fossem iguais o jardim seria monótono.

A beleza está na diversidade de cores, roupas,comidas,tradições, pensamentos e estilos, e a arte nisso é saber conviver e somar a com elas e não buscar limitá-las, pois quem se limita ou delimita fronteiras, é porque já chegou no ápice...
Blatz ... 06/10/2011
Considerações Finais
Começo as minhas considerações finais esclarecendo algumas opiniões do Alonso a meu respeito.

“Uilher é daquelas pessoas que se olha no espelho e diz: "Nossa como eu sou mais eu, nada pode me influenciar nem mesmo a moda". Ledo engano.”

Não, isso não é verdade. Em nenhum momento eu disse isso. Pelo contrário, no primeiro parágrafo da minha réplica eu disse que somos fortemente influenciados por nosso círculo de convívio. Como eu poderia fazer essa afirmação e ao mesmo tempo achar que eu sou mais eu e nada pode me influenciar? Ou o Alonso não leu atentamente o que escrevi ou está tentando manipular os leitores desse debate.

Tenho plena consciência que sou influenciado pela moda (todos somos). Só um tolo afirmaria o contrário. O que o Alonso confundiu nesse debate são os termos: ser influenciado e ser alienado. No terceiro post das minhas considerações iniciais, segundo parágrafo eu disse que acho normal e plausível sermos fã de alguém, admirar e se informar sobre o trabalho de determinado pintor, músico, ator, modelo, cantor, esportista etc, etc, etc. Isso é ser influenciado.

Já no terceiro post da minha réplica, quinto parágrafo eu disse que posso ir num show da Lady Gaga (eu não iria) para curtir o som dela e assistir suas excentricidades, mas que eu não precisava ir fantasiado de Lady Gaga, me descabelando, gritando e chorando feito um louco. Ir ao show é se deixar influenciar (nada de errado com isso). Se fantasiar, se descabelar gritar e chorar é se alienar (não serve para mim, mas pode servir para os outros).

Não é novidade para ninguém que somos seres criativos. Somos hábeis em desenvolver métodos para resolver problemas. Também não é novidade que algumas pessoas se destacam mais que as outras (esse destaque acontece por “N” motivos). Essas que se destacam por sua capacidade criativa e de inovação merecem, sem duvida nenhuma, nosso respeito, admiração e em alguns casos até gratidão.

Blatz ... 06/10/2011
A questão chave aqui está em confundir admiração com idolatria. Se alguém endeusar determinado personagem de mídia certamente vai se decepcionar ao perceber que esse deus não passa de um simples mortal. Temos o exemplo de Steve Jobs que foi um gênio em sua área e que agora deixou milhões de fã boys órfãos de ídolo.

Se vocês me perguntarem se eu acho o Steve Jobs genial, minha resposta é sim. Seu exemplo empreendedor deve ser seguido? Sim, claro que sim. Por causa de sua morte eu preciso entrar em depressão e chorar por alguns dias, sendo que ele nem sabia da minha existência? Não, claro que não. Um Gênio se vai outro gênio surge.

Daniel Shechtman do Instituto de Tecnologia de Israel, em Haifa, ganhou o premio Nobel de química pela descoberta dos chamados quase-cristais, que têm aplicações experimentais em inúmeras finalidades Ninguém acreditou no cara, foi demitido de seu grupo de pesquisa e ridicularizado por muitos cientistas, pois contradizia todos os livros sobre o tema. Um dos seus críticos mais inflamados foi Linus Pauling, ganhador de dois prêmios Nobel. Mas, em 1992, a União Internacional de Cristalografia alterou, com base no trabalho do israelense, sua definição sobre o que é um cristal.

Gênios existem, porém uns contam com a mídia a seu favor e por isso passam a ser idolatrados e outros são ridicularizados. Foi assim com Romero Britto, foi assim com Vincent Van Gohg.

O Alonso confunde o extrair da obra de outras pessoas algo significativo para si próprio com o fechar os olhos e dizer amém para tudo aquilo que determinado ídolo faz. Isso me parece estranho vindo de uma pessoa esclarecida como o Alonso.
Blatz ... 06/10/2011
Ter consciência de que meu ato criativo influencia a vida do outro e o ato criativo do outro influencia minha vida nada mais é do que a constatação do óbvio. Porém, para mim, isso não é motivo para idolatrar ou ser idolatrado. O Iconoclasta é contra a idolatria, o endeusamento. O Iconoclasta não é contra o Movimento (seja ele da moda ou artístico) e isso precisa ficar evidente.

Então, quando o Alonso diz que eu me acho auto-suficiente ou que não venero nada além do meu umbigo, chego à conclusão de que tudo o que eu disse nesse debate foram palavras jogadas ao vento porque meu adversário desconsiderou todos os exemplos que dei e todas as distinções que fiz. Lamentável.

“A beleza está na diversidade de cores, roupas, comidas,tradições, pensamentos e estilos, e a arte nisso é saber conviver e somar a com elas e não buscar limitá-las, pois quem se limita ou delimita fronteiras, é porque já chegou no ápice...”

Eu aprecio todas as diversidades de cores, roupas, comidas, tradições, pensamentos e estilos, apenas não as endeuso. Isso, a meu ver, é ser iconoclasta.

Alonso, enquanto tu encarar tudo como perfeito, surpreendente e fascinante, jamais conseguirás apreciar a verdadeira beleza existente no mundo. Enquanto estiveres ideologicamente ligado a um movimento “X”, sego por seu vislumbre, nunca conseguiras distinguir o bom do ruim, o bonito do feio, a genialidade ridicularizada da mediocridade endeusada. Serás como um homem cego de amor que mesmo vendo que sua amada lhe destruirá a vida, prefere acreditar em sua deusa e desacreditar seus sentidos e instintos.

Agradeço ao Alonso pela oportunidade do enfrentamento de idéias e ao pessoal pela paciência em acompanhar este debate.

Antes de defender todas as minhas convicções, sempre lembro que todas elas podem estar erradas.

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