quinta-feira, 8 de março de 2012

Alex X Alonso - Voto opcional e ponderado


Alex Cruz 08/08/2011
[1ºCDR] A.Luthor x A.Alonso - Voto Opcional e Pond
[1ºCDR] A.Luthor x A.Alonso - Voto Opcional e Ponderado.

Caro Alonso,

Sinceramente não consegui delimitar um tema para debatermos em que eu esteja certo de que haverá discordância entre nós (o seu perfil não ajudou nem um pouco, como você deve imaginar). Então vou expor aqui minha concepção sobre o voto opcional e ponderado como tema para este debate.

Naturalmente que minha opinião neste assunto é bastante controversa de modo que você terá uma enxurrada de argumentos a utilizar contra mim, caso discorde do meu posicionamento. Pode ser que este seja uma técnica “suicida” de minha parte, mas acho que posso levar esta discussão adiante de maneira proveitosa. Se, por acaso, você não discordar de mim neste aspecto, teremos mais um daqueles interessantíssimos debates-conversa.

Enfim, aí vão as linhas gerais do que julgo ser um sistema eleitoral mais proveitoso que o nosso para a escolha dos governantes de um país, juntamente com algumas ressalvas importantes ao final.

1) Voto opcional.
Tese 1: A simples observação de nossos compatriotas demonstra que muitos deles nutrem pouco ou mesmo nenhum interesse por política e pela condução da coisa pública, de modo que podemos assumir que, num sistema de voto obrigatório, estas pessoas tendem a adotar critérios supérfluos ou irrelevantes quanto às propostas de governo dos candidatos ou à capacidade do candidato de ocupar o cargo que almeja.

Proposta 1: O voto opcional é uma maneira de dar às pessoas que não se interessam pela política a liberdade de se abster do processo decisório e tem o mérito de fazer com que os critérios que os votantes elegeram para a escolha de um candidato tendam a ser mais relacionados às reais atribuições do cargo a que este candidato concorre.
Alex Cruz 08/08/2011
2) Voto ponderado.
Tese 2: Outra asserção que podemos fazer de forma genérica, pois sempre há exceções, é a de que, quanto mais educada uma pessoa é, maiores são as chances de esta pessoa considerar elementos pertinentes à escolha de um candidato em seu processo decisório. Os exemplos a seguir ilustram tendências de um eleitor pouco instruído, e nós podemos naturalmente esperar uma posição inversa em um eleitor mais educado.

O eleitor pouco instruído tende a:
- Considerar critérios de escolha alheios à função do candidato, como aparência física.
- Desconsiderar a ética como critério de escolha. O famoso “rouba mas faz!”
- Não perceber a inviabilidade de propostas feitas pelos candidatos, como aumentar o salário mínimo para 2 mil reais.
- Não analisar criticamente debates entre candidatos ou nem mesmo assisti-los.
- Ser mais facilmente enganado por técnicas de propaganda eleitoral.
- Ser imediatista e preferir uma pequena verba extra para a pessoa dele em vez de um maior investimento no melhoramento de serviços públicos para a coletividade.
- Não dispor de informações quanto à vida publica de determinados candidatos ou mesmo desconsiderá-las.
A lista é extensa, mas acho que já é possível entender a ideia subjacente.


Proposta 2: Ora, a única forma objetiva de medir o nível educacional de uma pessoa é considerar seu nível de escolaridade. Assim, um modelo de voto ponderado que desse um peso progressivo ao voto segundo o nível de escolaridade de cada cidadão contribuiria para tornar a escolha de um representante político mais relacionada a fatores intrínsecos às reais atribuições do cargo em questão. Isso evitaria diversas situações problemáticas em um sistema eleitoral que não distingue o voto de um indivíduo com nível superior do de um indivíduo analfabeto.
Alex Cruz 08/08/2011
3) Ressalvas.

a) Estou apontando aqui as vantagens do sistema de voto opcional e ponderado e não propondo sua adoção no Brasil. Portanto exemplos que demonstrem sua inviabilidade em nosso país não refutarão diretamente as teses e propostas apresentadas. A adoção do sistema em nosso país poderá ser objeto de considerações futuras, se for o caso, mas por hora limito-me a tratar do sistema em si.

b) A ressalva acima não impede que meu oponente apresente situações hipotéticas decorrentes da aplicação do sistema.

c) O critério distintivo para atribuição de peso aos votos é educacional e não econômico. Naturalmente que a parcela mais instruída da população tende a ser a de maior poder aquisitivo e meu oponente poderá apresentar as desvantagens que advêm disso para discutirmos se elas realmente inviabilizam todo o sistema ou se seus impactos podem ser amenizados.

d) Todo sistema eleitoral tem vantagens e desvantagens e eu defendo que o sistema que apresentei resolve mais problemas do que os cria.


Então é isso, caro Alonso. Vamos ver como este assunto evolui nas nossas mãos.


Saudações do “sofista, agressivo, mercenário, indigno, torpe, desprezível e impudico”
Alex Luthor
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 08/08/2011
Considerações Iniciais
Naturalmente o meu oponente como virtuoso sofista não encontrou discrepâncias ideológicas entre nós no meu pefil, visto que a maioria de nossas posições de cunho filosófico é antagônica e somente, e tão somente ele não nota isso, não resta nada a fazer senão dialogar com ele sobre o formato de expressão da soberania popular pelo sistema eleitoral.

Todavia irei fazer um contraponto a essa visão eleitoral do Alex sobre as modalidades de voto. Antes disso devo concordar com ele em alguns pontos essenciais do tema. O primeiro ponto é que vasta gama da população nacional com direitos políticos não tem ideologia política alguma, e também não possui meios de informação e formação adequadas para optar seja pelo voto obrigatório ou facultativo. Outro elemento não citado que trago a baila é a presença maciça nas últimas eleições dos marketeiros políticos, os quais tem por missão iludir o eleitorado volúvel e manipulável pela falta de cultura ideológico-política a se identificar emocionalmente e pessoalmente com certo candidato e por conseqüência elegê-lo. Temos diversos exemplos disso como o ex-presidente Lula, que pelo carisma pessoal e trajetória biográfica de ser um homem advindo do meio do povo mais humilde e trabalhador foi eleito, sem que levassem em conta a sua qualidade como político em sentido estrito.

Outro ponto que necessita ser trazido à tona é que quando o cidadão não vota nas eleições gera-se a abstenção do eleitorado, infelizmente esse tipo de conduta é punido administrativamente devido a obrigatoriedade do voto. Entretanto, por outro lado o elevado grau de abstenções nas últimas eleições parece ser indicador do descontentamento de uma parcela da população com o cenário e qualidade dos políticos atuais, ou um total desinteresse sobre a política. Gostaria que o Alex emitisse alguma opinião sobre esses elementos supracitados de forma sucinta na sua réplica, tendo em vista engrossar o caldo opinativo do debate e encontrar alguma discrepância de pontos de vista.
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 08/08/2011
II
Em contraponto a isso trago um novo elemento para essa discussão. Sabemos que segundo a Constituição Federal: “todo poder emana do povo”, isto é, o detentor do poder é o povo, e não o político, mas devido ao alto índice de desinteresse ou de falta da cultura de ideologia política e de educação de qualidade para efetuar-se uma crítica política mais fecunda, e gerar movimentos políticos mais fortemente baseados em certos princípios, o poder deixa de ser do povo e passa ser dos seus representantes que os manipulam de uma forma ou outra eleitoralmente.

Uma das causas disso talvez seja a falta de identidade ou a pouca participação de políticos realmente comprometidos com os ideais de suas bases sócio-políticas. Desde da criação do conceito de democracia e sua aplicação em Atenas e Roma vemos que há um objetivo de representar a plebe ou “pairokós” no poder estatal governamental em face das oligarquias e ditaduras que se instalam com forças de grupos elitistas como maior poder de persuasão política e poderio econômico social. O Alex deve conhecer bem esses conceitos, pois aqui se insere a utilização de sofistas como uma espécie de marketeiros políticos daquela época, que não fazem propaganda, mas sim argumentam em prol da camada que lhe interessa politicamente.

Diante desse cenário e do conceito de democracia como governo de todos, até hoje vemos esta mesma história se repetir, retirando do povo sua legitima representatividade, a qual dá lugar no poder as elites políticas dos empresários e famílias tradicionais de políticos e outros movimentos sociais como sindicatos. Entretanto, esses três modelos de personagens sociais não exprimem a totalidade da vontade política e social do povo.

Diante disso, trago para discussão não apenas as modalidades de votos, mas também a modalidade do sistema eleitoral do voto distrital, o qual a lei eleitoral já adotou em duas ocasiões:
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 08/08/2011
III
Uma durante o Império, ou seja, na monarquia constitucional, e a outra na República Velha. No entanto, no fim do regime militar uma emenda constitucional fez ressurgir a idéia, estabelecendo o voto distrital misto para as eleições legislativas apenas, mas este modelo foi revogada antes que o sistema pudesse ser testado na prática.

Ante a isso, para que se retorne a discutir e utilizar esse sistema, devem ser discutidos e abordados alguns pontos chaves relevantes tais como:

Fatores econômicos: para que o voto distrital funcione, o Estado e sociedade civil conjuntamente, tem de eliminar a instabilidade do sistema econômico, para evitar distorções entre os candidatos de maior poder econômico;

Fatores sociais: devido enormes desigualdades sociais no Brasil, decorrentes de inúmeros fatores, devem ser aplicadas regras que atinjam um maior equilíbrio entre as diversas regiões brasileiras, tentando criar uma maior homogeneidade social quanto econômica e cultural, isto é, uma identidade nacional social de base sem inúmeras causas de problematização e preconceitos sociais. No fundo isto é dar bem estar à todos e educação de qualidade e vida a todos os cidadãos;

Fatores culturais: No Brasil há um grande desnível cultural e educacional, fator que permite a exploração da mídia em termos de modelagem de uma consciência política servil e atrasada, consequência de políticas equivocadas e que privilegiaram durante décadas pequenas oligarquias, viciando assim, a escolha dos representantes políticos de suas regiões com maior identidade social e política com sua base eleitoral.

Preliminarmente estes pontos estão aqui abordados de forma clara, objetiva e didática, facilitando a argumentação dos prós e contras pelo oponente, e também facilitando aos leitores leigos e contemplando os leitores sem carga intelectual satisfatória para compreender o tema. Termino aqui a minha participação inicial e que tema como dito pelo Alex evolua em nossas mãos e mentes!!!


Aloprado Alonso, o exegeta e hermeneuta!!!
Alex Cruz 08/08/2011
Réplica.
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Outro elemento não citado que trago a baila...
Outro ponto que necessita ser trazido à tona...
trago um novo elemento para essa discussão...
trago para discussão não apenas... 

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Francamente, não sei que parte da minha proposta Alonso não compreendeu. Reparem que não houve refutação de Alonso às minhas propostas. Será que isso quer dizer que ele concorda comigo? Também não sei, porque em sua resposta Alonso foi tudo menos objetivo neste aspecto. Deixei absolutamente claro que não estava abordando a situação nacional e sim a validade das teses e propostas que apresentei. Só que em vez de ir direto ao ponto, Alonso sapeca-nos com uma miríade de questões que, sim, guardam relação com o tema; mas, não, não são relevantes para a discussão que eu propus aqui.
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São red herrings:
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A Red Herring is a fallacy in which an irrelevant topic is presented in order to divert attention from the original issue. The basic idea is to "win" an argument by leading attention away from the argument and to another topic. This sort of "reasoning" has the following form:
- Topic A is under discussion.
- Topic B is introduced under the guise of being relevant to topic A (when topic B is actually not relevant to topic A).
- Topic A is abandoned.
This sort of "reasoning" is fallacious because merely changing the topic of discussion hardly counts as an argument against a claim.

(fonte: http://www.nizkor.org/features/fallacies/red-herring.html)
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Por questões de espaço, não farei a tradução, que pode ser obtida por qualquer um no tradutor do Google.
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Fico com a impressão de que Alonso pretende desviar a atenção do tema para transformar a discussão numa guerrilha de exibição de conhecimento sobre história e conjuntura política nacional, o que considero lamentável no contexto deste debate.
Alex Cruz 08/08/2011
Talvez Alonso queira evitar uma contestação direta porque não tenha opinião sobre este assunto ou porque faz de mim a ideia de um sofista que anda a tramar armadilhas em cada linha, o que não é verdade... na maioria das vezes...

É claro que eu não posso simplesmente fechar os olhos para essa estratégia de abandono do assunto em pauta nem tampouco começar a trocar figurinhas sobre história do voto distrital no Brasil. Certamente não será por mágica que passaremos a discutir aqui voto distrital em vez do ponderado. Mas nem por isso deixarei algumas considerações de Alonso sem resposta.

Vamos a elas:

Outro elemento não citado que trago a baila é a presença maciça nas últimas eleições dos marketeiros políticos, os quais tem por missão iludir o eleitorado volúvel e manipulável pela falta de cultura ideológico-política a se identificar emocionalmente e pessoalmente com certo candidato e por conseqüência elegê-lo.

Alonso diz que “trouxe a baila” o assunto dos marqueteiros políticos, mas não foi exatamente a isso que me referi quando elenquei a tendência do eleitor menos instruído a ser “enganado por técnicas de propaganda eleitoral”? Ele também fala da identificação emocional e pessoal do eleitor com candidatos. Ora, mas não é isso um simples exemplo dos “critérios supérfluos ou irrelevantes” de que falei?

Meu oponente me pede que fale se o alto grau de abstenção nas últimas eleições indicaria um descontentamento da população quanto aos políticos. Ok. Sim. Indica tanto descontentamento quanto desinteresse. E o voto ponderado mandou lembranças...
Alex Cruz 08/08/2011
O Alex deve conhecer bem esses conceitos, pois aqui se insere a utilização de sofistas como uma espécie de marketeiros políticos daquela época, que não fazem propaganda, mas sim argumentam em prol da camada que lhe interessa politicamente. 

Pois é... O engraçado é que depois de abandonar o assunto com uma chuva de red herrings eu é que continuo sendo o sofista. É um dos inconvenientes de se granjear uma fama negativa.

Preliminarmente estes pontos estão aqui abordados de forma clara, objetiva e didática, facilitando a argumentação dos prós e contras pelo oponente...

Que bom! Até parece que ele me fez um favor ao me tirar a prerrogativa escolher o assunto aqui. Será mesmo que ele acha que eu vou falar de prós e contras do voto distrital?

Bem, não sei se os outros tiveram a inteira percepção do que houve aqui assim como eu tenho. Se tiverem, talvez hajam experimentado a mesma ponta de desapontamento que eu. Pessoalmente, acho que Alonso está correto nas considerações históricas e nos comentários que fez. Na verdade eles fariam bonita figura em outro tópico ou no programa Roda Viva, mas não aqui.

Só espero que isso tudo seja apenas fruto de algum “mal entendido” de Alonso e que nós possamos, daqui por diante, tratar do que realmente interessa em vez de ficarmos ostentando informações que qualquer interessado poderia encontrar na internet sem esforço.

Saudações do “sofista, agressivo, mercenário, indigno, torpe, desprezível e impudico”
Alex Luthor
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 08/08/2011
Réplica
Senhores notem que o Alex parece estar irritado com algumas colocações que fiz pontualmente chamando-as de red herrings ou falácias em bom português, e não refutou qualificadamente nada do que expus em minha inicial, apenas reclamou, pois acredito que ele desconheça de cabo a rabo o que seja voto distrital e a possibilidade de voto facultativo seja nesse sistema como no atual sistema político eleitoral dominado por um elite política que se elege através de eleitores sem noção alguma de política e das realidades dos problemas sociais e econômicos de nossa nação que devem ser resolvidos pelos eleitos pelo voto do povo seja ele facultativo ou não e em qual sistema eleitoral for.

Não há falácias nas minhas considerações iniciais, mas sim a exposição de um sistema de voto e de eleição que vai de encontro com a necessidade duma democracia participativa em nosso país. A participação ativa no governar e ser governado e na formação da vontade e opinião públicas é valiosa para forma uma cultura democrática e política mais forte e estável, isto é, formar cidadões conscientes de seus votos e de suas condutas de cobrança do governo eleito através do seu poder de voto.

A construção de espaços públicos participativos dentro da sociedade como associação de moradores, sindicatos e cooperativas ajudam na abolição do abismo entre governo e governados e auxilia na conscientização e formação de militâncias políticas com ideologias bem garimpadas e definidas que no momento da eleição tem grande poder de mobilização social e formação de um voto seguro e congruente com realidade e análise dos planos de governo dos candidatos.

A grande vantagem dessa opção é que nesse modelo o voto opcional ou facultativo ganha maior receptividade devido haver uma formação da virtude cívica e moderação do fundamentalismo eleitoral que vivenciamos hoje por meio de marketeiros e políticos descompromissados com a realidade de certas camadas sóciais que ainda não tem voz quanto mais noção aprofundada de seus reais problemas sociais.
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 08/08/2011
II
Segundo Rousseau, o povo deveria participar ativamente do governo, mas este modelo nos parece utópico e anti-moderno, por tal razão formar a sociedade paulatinamente nos espaços onde ela vive e enfrenta os desafios sociais é a resposta em face dessa utopia e formatação de eleitores cientes de seu poder de voto. Nesse caso, a democracia participativa é útil para políticas locais, mas não a nível nacional de imediato. Por isso o voto de pessoas individualistas e sem análise de seus representantes tendem a fortalecer cada vez mais a elitização da política em nível nacional, local e regional.

A conduta individualista do cidadão é caracterizada pela falta de interesse em participar da vida pública da sociedade formando grupos e movimentos político sociais e agravando assim no momento da eleição o voto irrefletido e desarrazoado em representantes da elite política manipuladores da opinião pública. Portanto, não será apenas educação e quilate cultural que livrará o eleitor de falhas na formulação do seu voto em última análise.

O voto opcional ou ponderado só logrará êxito quando houver de fato condutas e meios que propiciem a democracia participativa de forma efetiva. Há alguns governos em sede municipais e estaduais que dão margem a este tipo de conduta democrática e apresentam resultados sociais e econômicos eficazes e alteram nas eleições os quadros de seus representantes (mesmo o voto sendo obrigatório) votando em candidatos com proposta reais e seguras para a sociedade e isso elimina grande porcentagem de abstenções, e reeleições de políticos da elite que apenas almejam os cargos públicos para benefício de certos grupos oligárquicos.

Esse modelo é o que poderá trazer no futuro a eliminação da obrigatoriedade dos voto, e aplicação do voto facultativo, ou opcional ou ponderado de forma mais criteriosa. E ainda possibilitará a formação de ideologia e culturas política genuínas que expressem os reais anseios do povo sejam estes em nível local, regional, como também nacional.
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 08/08/2011
III
Espanta-me notar que o Alex não consegue contemplar essa profundidade de análise e compreende-la de forma clara e objetiva. Seu temor nesse debate é que o assunto se aprofunde e chege o um ponto que ele desconheça os elementos práticos e teóricos do tema, e atenha-se apenas a elaborar refutações das minhas colocações e não trazer nenhum novo argumento sobre o tema.

Essa modalidade de contra-argumentação revela a debilidade de cognição e bagagem sobre o tema e leva os demais a serem manipulados pela falta de conhecimento de um em face da evidenciação de conhecimentos e análises críticas do oponente, que nesse caso sou eu.

Certamente ele destacará esse parágrafo acima com o uso dessa tática, e caso não faça isso, será obrigado a ingressar no tema que ele mesmo propôs de forma mais fecunda e demonstrando que realmente tem noção total do assunto.

Caso contrário isso se tornará mais uma vez um palco onde um erudito debate com alguém sem quilate cognitivo que busca apenas sofismar e contra-argumentar e com isso manipular vasta platéia que é repleta de preguiçosos mentais e incultos em assuntos políticos e sociais que estão presentes em nosso cotidiano.

Assim questiono o Alex de onde ele retirou essa opinião dele sobre voto opcional e ponderado? E qual a proposta dele como cidadão consciente da realidade política brasileira para um melhoramento na qualidade dos processos políticos e como isso se reflete nas eleições e no poder de voto do cidadão?

A palavra é sua Luthor!

Aloprado Alonso, o exegeta e hermeneuta
Alex Cruz 09/08/2011
Tréplica.

Imagine que...
O debatedor “A” propõe-se a discutir com o debatedor “B” sobre o avião de caça russo MiG-29. Depois das considerações iniciais de A, o debatedor B entra em cena e começa a fazer uma exposição sobre a vida de Santos Dumont, sobre as linhas aéreas da Air France e sobre o trem de pouso de um avião teco-teco da 1ª Guerra Mundial. Assistindo àquela verborragia, A resolve atentar para o fato de que B não está falando do assunto em pauta. Então o debatedor B diz triunfante: “A está com raiva!” “A é um ignorante que não sabe nada sobre aviação!”
Familiar?

Alonso faz o que pode para vender suas digressões por assuntos paralelos como se fossem valiosos aprofundamentos do tema. Quer que tomemos o horizontal pelo vertical. Não posso negar que ele se esforça, mas felizmente aprendi bem cedo a distinguir o que se move para cima e para baixo daquilo que anda sem objetivo de um lado para o outro. Já que meu colega se recusa a abandonar os red herrings, serei compelido, não sem decepção, a dar atenção ao seu peculiar estilo de debate que consiste se locomover como um perfeito caranguejo.


Quais são as considerações de Alonso?

Que eu não refutei suas exposições.
Naturalmente. Primeiro: porque foram red herrings. Não é melhor desmascarar o golpista do que cair no golpe? Segundo: porque concordei com elas de forma explícita: “Pessoalmente, acho que Alonso está correto nas considerações históricas e nos comentários que fez.” E terceiro: porque ele expos a história do voto distrital no Brasil. Será que é demérito para mim não refutar um fato histórico de que nunca duvidei? Acho que não. Então a reclamação de Alonso é no mínimo esquisita, especialmente se nos lembrarmos de que o único que permanece sem receber contestações aqui sou eu.
Alex Cruz 09/08/2011
Que não é apenas a educação que faz um eleitor votar melhor.
Concordo e nunca afirmei o contrário. Também há questões de personalidade envolvidas. Mas isso não atinge nenhuma de minhas teses e propostas, afinal o fato de haver outros elementos que contribuem para um voto mais refletido, consciente e crítico de modo algum tira a importância da educação para produzir o mesmo efeito.

Que a participação ativa na vida pública forma “cidadões” conscientes de seus votos.
Mas é evidente que participar de forma mais ativa na condução política de um estado contribui para aumentar o entendimento do cidadão sobre este estado e seus políticos. Mas em que exatamente a presença ou ausência deste modelo desautoriza um sistema eleitoral de voto facultativo e ponderado? Em nada! Principalmente porque, mesmo num modelo mais participativo de democracia, a tendência que o eleitor menos instruído tem para adotar critérios supérfluos ou irrelevantes em seu processo decisório permanecerá. Então é justamente o voto facultativo e ponderado que contribuirá para amenizar os problemas decorrentes da ingenuidade, da ignorância e da desinformação, seja numa eleição, seja num plebiscito. Então é só mais um decepcionante red herring.

Que o “voto facultativo, ou opcional ou ponderado” (desconfio que Alonso acha que são a mesma coisa) só funcionarão quando houver democracia participativa.
Francamente não vi na postagem de Alonso uma única vírgula que sustente esta afirmação. Aliás, conforme vimos acima, a presença ou ausência de democracia participativa não exclui um sistema eleitoral de voto facultativo e ponderado. Então a afirmação de Alonso está baseada unicamente em sua palavra. Isso sem dúvida deve bastar para ele, mas para mim não! Então, gostaria de ver se ele se aventura a fazer em sua tréplica o que já deveria ter feito na réplica: fundamentar o que diz!
Alex Cruz 09/08/2011
Sobraram as perguntas:

Assim questiono o Alex de onde ele retirou essa opinião dele sobre voto opcional e ponderado?
Sinto informá-lo de que opinião não se “tira” de lugar nenhum. Opinião é produto de reflexão. Eis a minha: como qualquer forma de aquisição de poder, a democracia tem vantagens e desvantagens. Uma desvantagem, e talvez a principal, é que “a democracia muitas vezes significa o poder nas mãos de uma maioria incompetente” (G.B. Shaw) capaz de prejudicar a si mesma e à própria democracia. Acredito que o voto opcional e ponderado pode minimizar esta desvantagem.

E qual a proposta dele como cidadão consciente da realidade política brasileira para um melhoramento na qualidade dos processos políticos e como isso se reflete nas eleições e no poder de voto do cidadão?
Minha opinião sobre o voto já é conhecida. Acrescento que, na tentativa de igualar no que for possível as oportunidades de acesso ao ensino superior, a educação até o Ensino Médio deve ser tida como prioridade inegociável pelo Estado (nem que seja necessária uma cláusula pétrea na constituição para assegurar isso). A disciplina de OSPB deve voltar aos currículos escolares e deve haver um robusto programa de financiamento para o ensino superior destinado aos melhores alunos da rede pública.

Isto sem dúvida ajudaria a tornar este país um pouco mais meritocrático. Só que o Governo Federal não chama para si a responsabilidade pela educação pública, e despende enormes quantias com programas de distribuição de dinheiro que nenhum governante assumirá o prejuízo político de refrear, pois será excluído do cenário político nacional por um concorrente populista e pelo imediatismo inconsequente da maioria dos eleitores com pouca educação.

Acho que acabei com os red herrings de Alonso.
Vamos esperar pelos próximos.


Saudações do “sofista, agressivo, mercenário, indigno, torpe, desprezível e impudico”
Alex Luthor
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 10/08/2011
Tréplica
Creio que o Alex esteja com algum problema de linguagem, pois fica imaginando e apontando irregularidades nos meus posicionamentos e depois os responde como se fossem válidos sem refutá-los e concordando com todos eles, lançando um ataque ou outro que é para ver se desestabiliza o debate apenas para o campo daquilo que ele acha sabe e que ele acha que eu não sei, sendo que ambos sabem. Isso é no mínimo muito estranho e demonstra que na verdade que ele concorda com tudo que digo ou que não tem nada a refutar, pois mais de uma vez concorda comigo na totalidade dos pontos por mim abordados, e como concorda e não tem mais opções retóricas e argumentativas diz que cometo red herrings ou falácias que desviam do assunto base em bom português.

A única coisa que destou do assunto e fez o Alex querer desviar do assunto (e não eu) foi o seguinte a colocação dele próprio: “Mas em que exatamente a presença ou ausência deste modelo desautoriza um sistema eleitoral de voto facultativo e ponderado? Em nada!”

Em contraste reedito o meu arguemento que deu origem a este argumento desconexo do nosso irmão nos debates: “O voto opcional ou ponderado só logrará êxito quando houver de fato condutas e meios que propiciem a democracia participativa de forma efetiva”.

Caro Alex, compreenda uma coisa básica e simples sobre democracia participativa, na qual devo frisar aos leitores desatentos que o Alex concorda com esse modelo, e também deseja por este modelo de forma mais EFETIVA na sociedade, pois afinal ele é cidadão bem instruído e consciente politicamente. A democracia participativa EFETIVA (real, eficaz e estável) passa pelo campo educacional em sua base e não apenas nos “locos” da coisa pública e sociedade civil organizada.

Então, o voto, seja num sistema ou outro, não desautoriza o voto facultativo ou ponderado, mas sim o qualifica a criação das bases políticas e ideologias que arregimentam militância políticas atuantes e fornece elementos precisos para a formação do voto ponderado...
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 10/08/2011
e também atrai magneticamente a discussão da viabilidade e implantação do voto facultativo dentro desse sistema eleitoral atual, bem como, em algum outro sistema oriundo de alguma futura reforma política e eleitoral.

Desse ponto partem algumas premissas:
Por sistema eleitoral compreende-se o conjunto de regras legais, de procedimentos e de práticas, com a sua coerência e a sua lógica interna, a que sujeita a eleição em qualquer país e que, condiciona conjuntamente com elementos de ordem cultural, econômica e política o exercício do direito de voto. Seja este voto obrigatório, facultativo, ou do ponderado que você tanto simpatiza como elitista.

Não resta dúvida de o voto de um cidadão melhor formado e informado é um componente e ferramenta determinante da ascensão social coletiva e de melhoria da sociedade. Qualquer pessoa dotada de mínima inteligência sabe que precisa aprender elementos básicos de educação e quiçá duma graduação superior para almejar melhores oportunidades. Privar cidadãos disso é o mesmo que lhes negar a chance de progredir na vida.

Na mesma toada segue a formação de espaços públicos onde o cidadão, mesmo sem a totalidade de uma educação de qualidade , pode aprender na prática o exercício da cidadania e análise profunda das realidades políticas e sócio-econômicas do seu meio, e assim também formar uma opinião gabaritada para o exercício do voto na escolha de seus representantes, como pode ainda como o Lula, ingressar nesse campo como elemento mais proativo no cenário político.

Nesse sentido, o Alex dá a impressão que critica o direito de igualdade em vigor, ao fazer apologia da expressão “espaço público” como algo popular não viável para contribuir com voto de qualidade dos “sem diploma” “sem estudo”, e assim perpetuar a segregação de classes pelo estudo e pela elitismo social e político.

Embora o ensino e cultura, ajudem na libertação dos menos favorecidos, devemos lembrar sempre que o voto de um analfabeto vale tanto quanto o de um doutor altamente diplomado...
₳₤ØРⱤΔĐØ ₳₤Ø₦ŞØ ☜☆☞ 10/08/2011
e que este doutor por estar em uma camada mais politizada da sociedade também é capaz de vender o seu voto, de se enganar quanto ao decoro moral do candidato, quanto a viabilidade de suas propostas de governo devido não a propaganda eleitoral informativa, mas devido ao marketing político que o Alex confunde com mera propaganda eleitoral, como ainda, pode tal cidadão estudado não ter interesse algum em política e abster-se do voto.

Antes de tudo, formando cidadãos mais capacitados via educação para preencher vagas que demandem alta qualificação estamos atendendo ao mercado e não necessariamente a política e sua demanda por qualidade e moralidade.

Ao questionar a necessidade do estudo para a formulação de um voto mais consciente, o Alex acaba reduzindo milhões de pessoas a perda do direito de voto por não terem estudo algum, sendo que lhes é direito votar mesmo não tendo reflexão alguma sobre política nem sendo expert nisso. A história reforça a importância disso. Ela é farta em exemplos de lutas pela liberdade de expressão para todos e voto universal como direito de político da igualdade contra o domínio das elites que reforçam a tendência de votos restritos como instrumento para protagonismo na vida pública desde antiguidade.

Ninguém de bom-senso discorda de que a expressão popular tem validade como forma de emanação do poder público. Só que é preciso que se reconheça que o direito a voto é para todos independente de classes e nível educacional, e que por vezes o cidadão sem cultura e estudos reúne infinitamente mais qualidades e valores morais e humanos do que um cidadão escolado. E muitas vezes são esses valores humanos, e não cognitivos advindos da educação formal a única vertente que consegue produzir e traduzir os pensamentos que circulam no meio social de forma legítima e genuína na política. Somos testemunhas desses fatores na história de nosso país.


Aloprado Alonso, o exegeta e hermeneuta defensor do voto de todos!


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